sexta-feira, 28 de setembro de 2018

Queremos trens urbanos e metrôs

Transportes sobre trilhos  🚄  🚇

Precisamos urgentemente de uma política permanente para o financiamento dos transportes públicos, com ênfase no modo metroferroviário, que tem de ser considerado como o coração do sistema de transporte público de qualquer grande cidade brasileira, devido à sua enorme capacidade de atender às crescentes demandas por transporte de massa e por sua reconhecida produtividade, competitividade e eficácia.

Marcus Quintela
Jornal do Brasil*

foto - ilustração/arquivo (linha 2 Metrô de Salvador)
Há pouco mais de 12 anos, em março de 2006, estávamos entrando no período eleitoral e resolvi escrever este mesmo artigo, aqui no JB, para chamar a atenção dos candidatos à Presidência e aos governos estaduais da época para os gravíssimos problemas dos transportes urbanos, que afetam a vida das pessoas e que são serviços públicos fundamentais para a qualidade de vida da população. Como poucos projetos foram implementados, desde então, e a situação continua periclitante em quase todas as grandes cidades brasileiras, volto a escrever sobre o assunto.
O transporte urbano precisa imperiosamente ser tratado pelos governantes como uma necessidade humana básica, assim como a educação, saúde, habitação, saneamento, segurança e nutrição. Entretanto, não é isso que constatamos em nossas cidades, que possuem sistemas de transportes deficientes, sacrificantes e altamente dependentes do transporte sobre pneus, em vez de privilegiar o transporte sobre trilhos, mais eficaz, econômico e menos poluente.
Precisamos urgentemente de uma política permanente para o financiamento dos transportes públicos, com ênfase no modo metroferroviário, que tem de ser considerado como o coração do sistema de transporte público de qualquer grande cidade brasileira, devido à sua enorme capacidade de atender às crescentes demandas por transporte de massa e por sua reconhecida produtividade, competitividade e eficácia. Além disso, o transporte de passageiros sobre trilhos tem um grande poder estruturante sobre a economia das áreas urbanas. Todavia, há o problema da viabilidade financeira para a expansão, modernização e construção de novos sistemas sobre trilhos.
Em praticamente todos os países, as receitas tarifárias dos metrôs e ferrovias de passageiros não cobrem seus custos totais, mas, nem por isso, deixam de ser implementados permanentemente, mesmo subsidiados oficialmente, de alguma forma, e continuam considerados como a principal solução de mobilidade urbana. No Brasil, a cobertura dos custos operacionais pelas receitas é muito baixa e os subsídios governamentais são muito elevados. Dessa forma, sugiro aos candidatos que, para as próximas eleições, incluam em seus planos de governo projetos de transporte público sobre trilhos e apresentem soluções orçamentárias e financeiras para seus financiamentos.
Para ajudar os candidatos, posso citar as seguintes ações para o financiamento de projetos metroferroviários: (a) destinação de percentual significativo da Cide para o sistema metroferroviário e garantia do restante para financiar a infraestrutura rodoviária do país; (b) determinação ao BNDES para a concessão de financiamentos para a infraestrutura, equipamentos e material rodante metroferroviário; (c) redução ou isenção dos tributos incidentes sobre o transporte público, incluindo combustíveis e energia elétrica; (d) apoio e fomento ao uso de energias renováveis, conforme definido no Protocolo de Kyoto, para que os recursos da venda do crédito carbono sejam investidos em infraestrutura de transportes; (e) criação de condições mais favoráveis para a decolagem das PPP federais, que ainda dependem de regras claras por parte do governo, segurança jurídica, marcos regulatórios definitivos e fundos garantidores consistentes e líquidos; (f) elaboração de estudos de viabilidade e de projetos básicos e executivos, para facilitar a atração de recursos financeiros, nacionais e estrangeiros; (g) criação de uma autoridade federal única para planejamento, execução, gerenciamento e fiscalização de projetos; e (g) incentivo fiscal e tributário à indústria metroferroviária nacional.
Espero que os candidatos percebam que o transporte metroferroviário de passageiros é de suma importância para o desenvolvimento econômico, social e ambiental do país, além de gerar dividendos políticos, pois proporciona forte geração de empregos, com reativação da indústria ferroviária nacional, evita perda de vidas humanas, com menos acidentes fatais, contribui com a qualidade de vida das pessoas, como menos poluições sonora e atmosférica, menos danos psicológicos, ganhos de tempo e mais segurança.
* Doutor em Engenharia de Produção pela Coppe/UFRJ, mestre em Transportes pelo IME e professor da FGV
Fonte - Revista Ferroviária  28/09/2018


quinta-feira, 27 de setembro de 2018

WTM18: evento traz simulação de cidade do futuro, cápsula de transporte e carro autônomo

Mobilidade/Tecnologia  🚅

Maior evento de mobilidade urbana do mundo, Welcome Tomorrow Mobility, traz para São Paulo iniciativas que vem revolucionando diversos setores.O evento também irá expor um protótipo de cápsula de transporte e um carro autônomo, o primeiro desenvolvido no Brasil. Uma cidade cinematográfica será projetada para que os visitantes tenham uma experiência 360, com ruas, praças, placas, sinalizações e outdoors inspirados em Manhattan. 

ANPTrilhos
foto - ilustração/arquivo
São Paulo, setembro de 2018 – Para realizar o principal evento de mobilidade do mundo, o WTC, em São Paulo, será fechado entre os dias 29 e 31 de outubro. Em mais de 12 mil m², será montada uma cidade cinematográfica que remeterá a uma cidade do futuro. O evento também irá expor um protótipo de cápsula de transporte e um carro autônomo, o primeiro desenvolvido no Brasil. Além dessas atrações, mais 150 iniciativas – entre startups e speakers nacionais e internacionais – discutem sobre o tema em quatro espaços: Arena do Futuro, Space Content, Tomorrow Is Now e Mobility for all.
A ANPTrilhos é parceira do WTM18 e realizará o workshop “Transporte sobre trilhos e o futuro da mobilidade nas cidades”, no dia 31 de outubro, às 14h.

Cidade do Futuro
Uma cidade cinematográfica será projetada para que os visitantes tenham uma experiência 360, com ruas, praças, placas, sinalizações e outdoors inspirados em Manhattan. Batizada de Arena do Futuro, a cidade vai integrar mais de 100 empresas e startups. Nela, será possível que o público experimente serviços e produtos, além de assistir a speeches e talk-shows e momentos de descontração com apresentações musicais e happy hour.

Carro Autônomo
O Iara – Intelligent Autonomous Robotic Automobile – é o primeiro carro 100% autônomo fabricado no Brasil. O projeto foi desenvolvido por pesquisadores da UFES, Universidade Federal do Espírito Santo, e é o primeiro no país a andar por vias urbanas e em rodovias sem intervenção humana. O automotivo estará nos três dias de evento e o público poderá conhecê-lo de perto, interagindo com o veículo.

Cápsula de Transporte
Outra novidade que chama a atenção é a cápsula flutuante de transporte da Hyperloop TT. O projeto consiste em transportar pessoas e produtos em cápsulas que se locomovem dentro de tubos. A movimentação é feita por levitação eletromagnética e pode chegar a uma velocidade de 1.200 quilômetros por hora. A ideia, inicialmente criada por Elon Musk, foi desenvolvida por Bibop Gresta, CEO global da Hyperloop TT, que instalou recentemente um centro de inovação em Contagem, Minas Gerais.
O futuro já começou! É isso que o organizador do evento quer mostrar para os mais de três mil visitantes que o evento deverá receber. “Mobilidade tem vários pilares e, um deles, é o modal. Vamos levar o que há de mais moderno para o WTM. As pessoas poderão conhecer alguns meios de transporte que até então pareciam ficção científica, mas que já são realidade”, adianta Flávio Tavares, idealizador do evento, fundador do Instituto PARAR e CMO da GolSat.

Sobre o WTM
Idealizado por Flávio Tavares, diretor de Marketing e Vendas da GolSat e PARAR Leader, o WTM, Welcome Tomorrow Mobility, é considerado o maior evento de mobilidade urbana do planeta. Sua sexta edição acontece nos dias 29,30 e 31 de outubro, no WTC Center, em São Paulo, e pretende atrair mais de três mil pessoas. O local de 12 mil m², inteiramente reservado para o evento, será dividido em vários espaços paralelos de conteúdo e experiências que acontecerão simultaneamente. Ao todo serão quatro espaços de conteúdo, mais de 100 palestrantes nacionais e internacionais com parceiros como Google, Cisco, Uber, Embraer, Voom Flights, entre outros. Além da programação, o visitante ainda conta com salas de coworking, salas de videoconferência e salas de descompressão com aulas de ioga, pilates e alongamento, shows e apresentações especiais, tudo isso em horários alternativos. Todo o evento será transmitido em tempo real para mais de 50 países, com tradução simultânea para inglês, espanhol e mandarim. A expectativa é reunir mais de 300 mil pessoas conectadas.
Fonte - AMPTrilhos  27/09/2018

Concluída a linha expressa de trem na China entre Harbin a Jiamusi

Transportes sobre trilhos  🚅

A nova linha com 19 paradas em todo trajeto,tem velocidade máxima de 200 km/h,deverá reduzir o tempo de viagem,atualmente de 6 horas, entre as duas cidades para apenas duas horas.A construção da linha teve inicio e julho de 2014.

Da Redação
foto - ilustração/Twiter
A nova linha de trem expresso entre Harbin a Jiamusi, com 343 km, na província de Heilongjiang situada no nordeste da China, teve a sua construção concluída e deverá entrar em operação no mês de setembro.
A nova linha com 19 paradas em todo trajeto,terá velocidade máxima de 200 km/h,e deverá reduzir o tempo de viagem,atualmente de 6 horas entre as duas cidades, para apenas duas horas.A construção da linha teve inicio em julho de 2014.
Os trens que entrarão em serviço na nova linha, estão adaptados para operar em condições de suportar  as variações severas de temperatura e as grandes altitudes existentes região.
Pregopontocom  27/09/2018

Vender Embraer para a Boeing fere soberania nacional, diz sindicalista

Aviação/Política 

A Boeing está disposta a pagar US$ 3,8 bilhões por 80% de uma joint-venture com a Embraer criada para operar no segmento de aviação comercial. A área de Defesa da Embraer continuaria como exclusividade da companhia nacional.A medida, contudo, pode sufocar o setor, já que os recursos da aviação comercial respondem pela maior parte do faturamento da ex-estatal brasileira. 

Sputnik
foto - ilustração/aruivo
A empresa brasileira Embraer e a estadunidense Boeing estão tentando fechar um acordo de compra desde o final de 2017. O governo Michel Temer disse que autorizaria a venda somente após as eleições, para não contaminar a disputa eleitoral.
A Boeing está disposta a pagar US$ 3,8 bilhões por 80% de uma joint-venture com a Embraer criada para operar no segmento de aviação comercial. A área de Defesa da Embraer continuaria como exclusividade da companhia nacional.
A medida, contudo, pode sufocar o setor, já que os recursos da aviação comercial respondem pela maior parte do faturamento da ex-estatal brasileira. Em 2016, a divisão de aviação comercial e executiva representou 85% do lucro líquido de R$ 21,43 bilhões da Embraer.
Para Hebert Claros, diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e funcionário da empresa, a venda da Embraer representa um "ataque à soberania nacional".
"Nós não estamos tratando de qualquer empresa, a Embraer não fabrica qualquer tipo de produto. Ela fabrica aviões, é um produto de alto valor agregado, de alto valor tecnológico e estratégico para um país, nenhum outro país da América Latina faz aviões como a Embraer. Nós achamos que deixar uma empresa desse tamanho na mão dos americanos é perigoso para a soberania do próprio país", disse o diretor.
Outro ponto levantado pelo diretor do sindicato é que a Embraer ficaria totalmente refém dos rumos da política externa dos Estados Unidos.
"A Boeing tem total controle sobre o conselho administrativo. A Embraer só teria poder de voz, nem poder de voto ela teria. Nossa preocupação é que se amanhã, em uma possível guerra comercial, a Boeing achar que não vale mais a pena investir no Brasil, ela simplesmente pode escolher fechar a fábrica", explicou.
O Ministério Público do Trabalho (MPT) promoveu uma audiência pública na semana passada em São José dos Campos, para discutir a possibilidade de demissões com a fusão da Embraer e da Boeing. Segundo estimativa do MPT, o negócio pode levar ao fechamento de cerca de 26 mil vagas diretas e indiretas ligadas à planta da empresa brasileira.
As demissões resultariam da transferência da produção de aeronaves para outros países. Hebert Claros estima que para cada emprego da Embraer são gerados de 7 a 9 empregos indiretos.
"Fica mais claro o que o sindicato tem alertado, de que não é uma joint venture, é uma entrega da Embraer. O sindicato vai encaminhar como proposta para os trabalhadores a mobilização direta para defender os empregos", completou.
O Governo Federal detém a chamada "Golden Share", ou ação de classe especial. Com ela, o Palácio do Planalto pode vetar alterações na Embraer em sete casos, como transferência do controle acionário e possíveis negócios que comprometam os programas militares do Brasil.
Fonte - Sputnik  26/09/2018

Programa Bicicleta Brasil pode beneficiar economia, saúde e meio ambiente

Ciclismo  🚲

A proposta visa aumentar a construção de ciclovias, ciclofaixas e faixas compartilhadas; a implantação de aluguéis de bicicletas a baixo custo em terminais de transporte coletivo, centros comerciais e locais de grande fluxo; a construção de bicicletários nos terminais de transporte; a instalação de paraciclos ao longo das vias e estacionamentos apropriados; e a realização de campanhas de incentivo ao uso da bicicleta.

Agência Senado
foto - ilustração/arquivo
O presidente da República tem até o dia 5 de outubro para sancionar ou vetar o Programa Bicicleta Brasil (PBB), aprovado recentemente pelo Senado. O objetivo do programa (PLC 83/2017) é aumentar os investimentos no setor.
A proposta visa aumentar a construção de ciclovias, ciclofaixas e faixas compartilhadas; a implantação de aluguéis de bicicletas a baixo custo em terminais de transporte coletivo, centros comerciais e locais de grande fluxo; a construção de bicicletários nos terminais de transporte; a instalação de paraciclos ao longo das vias e estacionamentos apropriados; e a realização de campanhas de incentivo ao uso da bicicleta.
O PBB tem como base a reserva de 15% dos recursos arrecadados com as multas de trânsito em todo o país. Como o valor gira em torno de R$ 9 bilhões por ano, significa que o programa, se efetivado, terá um orçamento de ao menos R$ 1,3 bilhão anuais. O programa também deverá receber recursos da CIDE-Combustíveis (percentual a ser definido em regulamento), de repasses dos governos federal, estadual e municipal, de doações de organismos de cooperação internacionais ou nacionais, de empresas e até de pessoas físicas.
Durante sua tramitação no Congresso, o PBB teve o apoio oficial da União dos Ciclistas do Brasil (UCB) e da Confederação Nacional dos Municípios (CNM). Para estas entidades, o reforço ao uso das bicicletas poderá trazer importantes benefícios econômicos e sociais ao país.

Benefícios
Recentemente o Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap) publicou uma pesquisa relacionada ao uso da bicicleta em São Paulo, concluindo que a adesão da população paulistana ao uso da bicicleta resultaria numa economia de R$ 34 milhões por ano ao Sistema Único de Saúde (SUS). A economia viria da queda do número de internações por diabetes ou doenças circulatórias, com base em dados oficiais do setor hospitalar.
Os ciclistas já são responsáveis por uma redução de 3% na emissão de CO2 pelos meios de transporte paulistanos. O Cebrap ainda avalia que estas emissões podem cair até 18%, se for atingido todo o potencial ciclístico da cidade.
O Cebrap também demonstra que um paulistano que usa majoritariamente o transporte coletivo em seus deslocamentos pode economizar até R$ 140 por mês caso passe a priorizar a magrela. E para quem usa mais o carro particular, a economia pode chegar a até R$ 450 mensais.
Por fim, os cidadãos das classes C e D poderão economizar até 14% da renda mensal (R$ 214) caso incorporem a bike a seus dias úteis. E se todo o potencial ciclístico de São Paulo for aproveitado, haverá um acréscimo de R$ 870 milhões no PIB municipal em razão da economia de tempo nos deslocamentos.
Em julho a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) também lançou um estudo oficial sobre o tema, chamado A Economia da Bicicleta no Brasil .
O levantamento destaca, com base em números de 2016, que o Brasil contava à época com quase 6 mil lojas dedicadas ao comércio de bicicletas, peças e acessórios, empregando diretamente quase 14 mil trabalhadores. Mais de 76% das bicicletarias tinham até cinco funcionários e 22,4% delas empregavam apenas um. Uma das características principais do ramo, segundo a UFRJ, é justamente a tendência de se configurarem como lojas de pequeno porte. Cerca de 83% destes estabelecimentos optam pelo regime de tributação SIMPLES.
A pesquisa mostra ainda que o faturamento médio deste tipo de loja gira em torno de R$ 800 mil anuais e que 22% vendem entre R$ 50 e R$ 200 mil por ano. Outros 20% movimentam entre R$ 200 e R$ 500 mil anuais e apenas 1% dos estabelecimentos faturam mais que R$ 10 milhões.
Cerca de 36% destas lojas estão abertas há mais de 10 anos, enquanto outros 13% estão no mercado há mais de 30 anos. Chama a atenção, porém, que 18% estejam funcionando há menos de 2 anos.

Cicloativismo
A pesquisa detectou ainda 55 entidades dedicadas ao cicloativismo no país, que receberam R$ 5,1 milhões de financiamento público e privado, da venda de produtos e da promoção de eventos em 2016.
O levantamento também mostra que, entre 2007 e 2017, foram realizados 124 projetos de pesquisa centrados na bicicleta no país, ao custo de R$ 3,7 milhões.
Já com base em dados da Confederação Brasileira de Ciclismo (CBC), a UFRJ mostra que foram realizados 203 eventos esportivos ligados à bicicleta no país em 2016.
Estas competições contaram com a participação de mais de 149 mil atletas e acompanhantes, que gastaram mais de R$ 46 milhões em hospedagem em cidades de todo o país, a maioria no interior. Já em 2017, somente cada etapa da Copa Internacional de Mountain Bike, realizada durante finais de semana, empregou 1.200 pessoas.
Fonte - Revista Amazônia  26/09/2018

quarta-feira, 26 de setembro de 2018

Acervo sobre as ferrovias do Rio será digitalizado e aberto ao público

Patrimônio ferroviário  🚃🚃🚃🚃

A Estação Leopoldina foi inaugurada em 1926 e foi desativada em 2004. Durante os anos 1990, chegava e saía deli o Trem de Prata, que circulou entre Rio e São Paulo. O edifício, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), ainda chegou a ser utilizado eventualmente em eventos culturais até 2015.O prédio, localizado no centro da capital fluminense, está desativado e preocupações em relação à sua integridade vêm ganhando visibilidade desde o incêndio que consumiu o Museu Nacional.

Leo Rodrigues
Repórter da Agência Brasil
Fernando Frazão/Agência Brasil/Agência Brasil
Buscando preservar a história da rede ferroviária que atravessa o Rio de Janeiro, o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) assinou hoje (25) um acordo com a Secretaria de Estado de Transportes para digitalizar o acervo que se encontra guardado no antigo edifício da Estação Barão de Mauá, popularmente conhecida como Estação Leopoldina. O prédio, localizado no centro da capital fluminense, está desativado e preocupações em relação à sua integridade vêm ganhando visibilidade desde o incêndio que consumiu o Museu Nacional.
O acordo foi assinado em cerimônia no próprio edifício. Entre os documentos que ganharão versão digital estão mapas, plantas e manuais de operações, inclusive de trens que já foram aposentados e estações desativadas. Todo o material ficará disponível ao público no banco de dados da plataforma digital MP em Mapas.
"Não podemos estimar um prazo. A partir de agora, nossos técnicos darão início aos trabalhos e tão logo os documentos estejam aptos a ser disponibilizados, eles estarão nas nossas redes. É de suma importância a preservação, para que a nossa história não se perca como aconteceu recentemente no incêndio do Museu Nacional", avaliou o procurador-geral de Justiça do MPRJ, Eduardo Gussem.
O secretário de transportes do Rio, Rodrigo Vieira, avaliou que as informações contidas no acervo podem subsidiar a elaboração de novas políticas de transporte. "Temos, por exemplo, todo o dimensionamento das vias ferroviárias do Rio de Janeiro, de todas as estações e de todas as plataformas. E nós mantivemos essa riqueza durante todos esses anos. Podemos, a partir desses documentos, ler o presente e planejar o futuro. Acredito que o sistema ferroviário é o que tem maior capacidade de incremento do número de passageiros", diz.
Ainda de acordo com o secretário, também está sendo firmado pelo estado uma parceria com o governo do Japão para estudar uma reorganização das linhas de ônibus, para que elas funcionem como abastecedoras do sistema ferroviário e metroviário.

Fernando Frazão/Agência Brasil/Agência Brasil
História
A Estação Leopoldina foi inaugurada em 1926 e foi desativada em 2004. Durante os anos 1990, chegava e saía deli o Trem de Prata, que circulou entre Rio e São Paulo. O edifício, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), ainda chegou a ser utilizado eventualmente em eventos culturais até 2015.
Desde então, o espaço eles estão fechado ao público. A fachada do edifício está deteriorada e tomada por pichações.
Junto às plataformas da estação estão armazenados trens velhos e enferrujados. No interior do edifício, a maioria das salas está vazia, praticamente sem mobília, sendo o local onde está o acervo uma das poucas exceções. O espaço, porém, está limpo e há extintores de incêndio espalhados pelos corredores. A energia elétrica está desativada.
Ao assinar o acordo para digitalização dos documentos, Eduardo Gussem considerou excelente o estado de conservação. "É uma estação que tem quase um século de existência. Me parece muito bem conservada", disse o procurador do MPRJ.

Obras emergenciais
O Ministério Público Federal (MPF) vem alertando para os riscos de desabamentos e de incêndio no prédio e obteve, na semana passada, liminar da Justiça Federal ordenando que os proprietários do imóvel executem obras emergenciais. A propriedade do prédio é dividida entre o governo federal e o governo estadual. A parte do estado está cedida à SuperVia, conforme o contrato de concessão assinado com a empresa que é a atual responsável pelos serviços de transporte ferroviário no estado.
Na liminar, o juiz federal Paulo André Espírito Santo, da 20ª Vara Federal do Rio de Janeiro, estabeleceu prazo de dez dias para os réus apresentarem documentos como Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros e Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndio (PPCI). Também ordenou, no prazo de 180 dias, realização de obras emergenciais, instituindo multa diária de R$ 10 mil por descumprimento.
Segundo o secretário Rodrigo Vieira, as ações necessárias já estavam sendo tomadas pelo governo estadual e pela SuperVia antes mesmo da ação movida. "Já temos um plano de incêndio aprovado pelo Corpo de Bombeiros, que vamos buscar recursos para executar. É um prédio antigo, que demanda manutenção permanente, mas a estrutura dele é sadia. Temos acompanhamento diário, segurança 24 horas e estamos abertos a desenvolver projetos de restauro. Estamos colocando uma nova proteção na fachada e um novo apara lixo", disse.
Vieira também afirmou que já há processo de licitação em curso para contratar um mapeamento visando a restauração da fachada. Ele lamentou, porém, a ausência de medidas por parte do governo federal. Em nota divulgada na semana passada, a Secretaria de Patrimônio da União (SPU), vinculada ao Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, afirmou que as obras na parte externa do prédio são responsabilidade do governo do estado e que, para as demais intervenções, aguarda a realização de uma perícia, a partir da qual será definido o projeto de reforma do imóvel.
O plano da Secretaria de Estado de Transportes é permitir que o prédio volte a sediar atividades culturais, o que esbarra na carência de recursos. A pasta pretende buscar parceiros na iniciativa privada e em instituições públicas. "Temos uma característica arquitetônica muita especial e estamos guardando isso tudo. Nosso objetivo é abrir as portas", disse o secretário.
Fonte - Agência Brasil  26/09/2018

Petrobras: vetor de desenvolvimento

Ponto de Vista   

A defesa da Petrobras, conforme Ricardo Maranhão diretor da Associação dos Engenheiros da Petrobras, significa garantir um patrimônio imensurável do País, que é o pré-sal, “a maior descoberta de petróleo, no mundo, nos últimos 20 anos”. “Ela significa uma nova ‘fronteira’ geológica”, completou. Os desafios para explorar esse petróleo que está a 300km mar adentro, como descreve, são enormes, “mas os resultados são compensadores, e a Petrobras já desenvolveu, em parceria com mais de 100 universidades e centros de pesquisa do País, tecnologias para essa exploração”.

Editor Portogente
foto/Ilustração
Ricardo Maranhão, diretor da Associação dos Engenheiros da Petrobras, em evento recente dos engenheiros, na capital paulista, defendeu a retomada do desenvolvimento do País com a preservação e valorização do setor de petróleo e gás e da Petrobras. A petrolífera, afirmou, é responsável por cerca de 60 mil empregos diretos e ainda por mais de 1 milhão de empregos indiretos nas diversas frentes de produção ligadas à área de hidrocarbonetos. “A Petrobras gera de R$ 32 bilhões a R$ 35 bilhões de royalties em função da produção de petróleo e gás. Gera royalties para 900 municípios brasileiros diretamente e outros tributos para 14 Estados.”
Ressaltando a sua total concordância com o combate à corrupção em todos os níveis de governos e nas empresas, Maranhão ressalva a nocividade de se paralisar setores produtivos importantes do País, como a própria Petrobras e outras grandes empresas, no desenrolar da Operação Lava Jato, da Polícia Federal. “Deixo claro que sou totalmente favorável a investigação, mas a Petrobras foi vítima da corrupção numa combinação de políticos inescrupulosos, executivos de empreiteiras e de alguns petroleiros que não souberam honrar a camisa da empresa. Ela não pode ser penalizada e desvalorizada como estão fazendo.”
Nesse sentido, ele critica as duas últimas gestões da companhia, de Pedro Parente (que pediu demissão em 1º de junho último, após a paralisação de mais de 20 dias dos caminhoneiros por causa do preço dos combustíveis) e a atual de Ivan Monteiro, totalmente alinhadas às políticas neoliberais de entrega das riquezas do Brasil ao capital estrangeiro.
A defesa da Petrobras, conforme Maranhão, significa garantir um patrimônio imensurável do País, que é o pré-sal, “a maior descoberta de petróleo, no mundo, nos últimos 20 anos”. “Ela significa uma nova ‘fronteira’ geológica”, completou. Os desafios para explorar esse petróleo que está a 300km mar adentro, como descreve, são enormes, “mas os resultados são compensadores, e a Petrobras já desenvolveu, em parceria com mais de 100 universidades e centros de pesquisa do País, tecnologias para essa exploração”.
Em 2013, informa, todos os poços perfurados do pré-sal tivera 100% de acerto, um alcance quase inédito em relação a outros tipos de perfurações no mundo. “Em vez de defendermos essa grandeza, temos entreguistas na direção da empresa que passam informações falsas para a sociedade, uma delas é de que a Petrobras estaria quebrada. Isso é mentira. Há oito anos, a companhia mantém 16 bilhões de dólares em caixa.”
Maranhão lamenta que os governantes e o Congresso Nacional – “com as exceções de sempre”, esclarece – e parte da imprensa brasileira se empenhem em desvalorizar a Petrobras, com o claro objetivo de privatizá-la. Ele não tem dúvida que a petrolífera brasileira é peça-chave à retomada do desenvolvimento do País com crescimento que signifique, no seu bojo, justiça social.
Fonte - Portogente  26/09/2018