domingo, 19 de maio de 2024

Tragédia no RS traz debate sobre adaptação às mudanças climáticas

Meio ambiente - clima  🌀🌁

Cidades precisam pensar em adaptações para conviver com a natureza. “Por muito tempo, a gente fez uma cultura de impermeabilizar tudo, de uma estrutura cinza na cidade. A gente precisa urgentemente criar outras formas de escoamento e de absorção da água pelo solo. Inclusive, a própria restauração das áreas degradadas é também para isso, para estimular que o solo e a natureza cumpram seu papel de absorção da água”, diz especialista. 

Camila Boehm
Repórter da Agência Brasil
foto - Mauricio Tonetto/Secom : Ag.Brasil
A reconstrução das cidades gaúchas e a adaptação dos territórios urbanos à crise climática exigem uma mudança de paradigma, com estratégias de mitigação de impactos climáticos em confluência com a preservação dos recursos naturais e modelos baseados em soluções da natureza. A avaliação é de especialistas ouvidos pela Agência Brasil.

Ações locais
Apesar da necessidade de um plano nacional de adaptação às mudanças climáticas, o especialista ressalta que é “importante entender que adaptação não é receita de bolo” e que cada território vai lidar de uma forma diferente com a questão. Isso porque cada região tem diferenças geológicas, hidrológicas e sociais. Ele aponta a necessidade de análise e mapeamento de risco dos territórios para que, a partir daí, seja feita uma adaptação. Em relação à cultura de prevenção, ele ressalta que deve haver um planejamento de evacuação, as pessoas precisam saber em que local se abrigar e o que fazer com animais de estimação, por exemplo, diante de tais eventos. “Não adianta a gente instalar sirene se a gente não souber o que fazer quando ela disparar.” Sobre estruturas nas cidades, ele cita obras de contenção de encostas onde há risco de deslizamento e soluções baseadas na natureza. “Por muito tempo, a gente fez uma cultura de impermeabilizar tudo, de uma estrutura cinza na cidade. A gente precisa urgentemente criar outras formas de escoamento e de absorção da água pelo solo. Inclusive, a própria restauração das áreas degradadas é também para isso, para estimular que o solo e a natureza cumpram seu papel de absorção da água”, diz.

Estratégias de drenagem
O professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo Paulo Pellegrino lembra que o modelo atual de drenagem nas cidades tende a se livrar das águas. “Tem uma sequência de superfícies impermeáveis que vai levando a água cada vez mais rapidamente, em maior volume, ladeira abaixo. Quer dizer, rumo ao rio, rumo aos principais canais, às planícies de alagamento, nos pontos onde as águas se acumulam lá embaixo”, explica. No contexto da crise climática, ele avalia que tais modelos têm que ser revistos. “Se nós continuarmos usando as mesmas ideias antigas de condução das águas, de tentar conter as águas e fazer estruturas de cimento, concreto e alvenaria para se proteger das águas, vai ser uma perda de tempo. Vai ser muito dinheiro jogado fora se tentarmos reconstruir a mesma infraestrutura que estava antes lá”, diz o professor sobre a reconstrução no Sul. Para o urbanista, as cidades precisam abrir espaços para as águas. “Nós estamos presenciando fenômenos extremos, de muita água caindo em pouco tempo, em uma frequência muito maior do que era previsto. Quando chega a esse ponto, você vai ter que forçosamente mudar o seu paradigma”, diz. Para mitigação dos impactos de chuvas intensas, são necessárias estratégias para reter a água e reduzir a velocidade desse fluxo, evitando que seja direcionada uma grande quantidade de água para um mesmo lugar. “Tem que desenhar, por exemplo, nessas áreas que são factíveis de se receber água, áreas para plantio de culturas que recebam inundações periódicas, parques alagáveis, áreas de recuperação ambiental, ou outras estruturas de usos que podem ser amigáveis com as águas, receber e devolver as águas, e até tratá-las nesse caminho”, aponta o urbanista, que também defende a eficácia de modelos baseados nas soluções da natureza. Pellegrino cita exemplos de outros países, como cidades na China que estão tornando seus solos mais permeáveis, numa solução que ficou conhecida como cidades-esponja. "São grandes espaços que estão sendo abertos, para que recebam e absorvam as águas.” Ele acrescenta que a cidade de Bangkok, capital da Tailândia, também está sofrendo muito com o aumento do nível das águas. Diante dessa realidade, em espaços que eram totalmente impermeáveis, estão sendo criados grandes parques alagáveis, relata o professor. Além de garantirem espaços permeáveis para as águas, as superfícies de água, as áreas úmidas e com vegetação podem ser utilizadas para lazer quando as águas baixam. Elas se configuram ainda como ilhas de frescor na paisagem urbana, um sistema de condicionamento climático. “O sistema tradicional que eliminava a água, que enterrava em galerias subterrâneas e canalizava córregos em concreto, aumenta a temperatura, deixando a cidade mais suscetível a ondas de calor”, diz.
Fonte - Agência Brasil 19/05/2024

Metrô de Salvador bate recorde de transporte de passageiros no mês de abril desse ano

Transportes sobre trilhos 🚇

Sistema Metroviário de Salvador/Lauro de Freitas, bate recorde de transporte de passageiros no mês  de abril desse ano, com cerca de 10,2 milhões de pessoas transportadas nas duas linhas em operação.

Da Redação
foto - ilustração/Pregopontocom
Sistema Metroviário de Salvador/Lauro de Freitas bateu o recorde de transporte de passageiros no mês de abril de 2024, atingindo o seu maior numero desde quando entrou em operação a 10 anos atrás em 2013. Os dados são da CTB (Companhia de Transportes do Estado da Bahia) quando cerca de 10,2 milhões de pessoas foram transportadas pelo sistema metroviário no mês. O volume de 10 milhões de clientes transportados foi atingido pela 1ª vez pelo sistema de transportes sobre trilhos. Em outubro de 2019,foi registrado um recorde de 9,9 milhões de passageiros no sistema. Uma queda significativa no volume de passageiros transportados foi registrada durante o período da pandemia de Covid-19 no inicio de 2020, voltando ao nível anterior em 2023 com mais de 101 milhões de clientes transportados. Em 2019, um ano antes da chegada da pandemia ao país, houve um amento na demanda onde 106 milhões de clientes do sistema foram transportados. Neste ano,2024, mais de 37,5 milhões de clientes foram transportados pelo metrô de Salvador/Lauro de Freitas, numero que superou os 4 primeiros meses de 2019 onde foram transportados cerca de 33,6 milhões de cientes do sistema. Neste ano de 2024 o numero de usuários do metrô cresceu de maneira significativa indicando uma tendência de aumento para o próximo ano. O aumento do volume da demanda de pessoas transportadas já fazia parte da expectativa da CCR Metrô Bahia, que tem relação com a inauguração em dezembro de 2023, da Estação Águas Claras, com a conclusão das obras do tramo 3 da Linha 1 do sistema .Com as novas expansões previstas da linha 1(expansão Sul chegando ao Campo Grande) e da linha 2 (Tramo 2) chegando a Estação Lauro de Freitas o aumento da demanda de passageiros atendidos pelo sistema metroviário Salvador/Lauro de Freitas deverá ser ampliada mais ainda, melhorando de maneira significativa a qualidade da mobilidade e do sistema de transportes publico em Salvador e a ligação com a cidade de Lauro de Freitas.
Pregopontocom  18/05/2024