domingo, 4 de janeiro de 2015

Empresa desiste de obras do VLT de Fortaleza após licitação

Transportes sobre trilhos

Agora, a Seinfra poderá tentar um novo processo de licitação ou contratar diretamente uma nova empresa.Além da retomada das obras, outro ponto delicado na conclusão do VLT são as desapropriações. Há 2.751 processos de indenização em andamento.

DN
FOTO -  JL ROSA
Fracassou a segunda tentativa do Governo do Estado em contratar uma nova empresa para dar andamento às obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), paradas desde junho do ano passado. A única empresa a apresentar uma proposta, a gaúcha Sultepa Construções, desistiu do negócio por falta de condições financeiras, disse o ex-titular da Secretaria de Infraestrutura do Ceará (Seinfra), Adail Fontenele.
"Era uma empresa de nome fortíssimo, mas está quase quebrada e desistiu de fazer. Está em tramitação uma punição que o Governo do Estado tem que dar a ela pelo não cumprimento da proposta. É uma coisa para resolver o mais rápido possível".
Ao fazer um balanço da sua gestão, Fontenele apontou que sua maior decepção na pasta foi a não conclusão do VLT. "É uma frustração como engenheiro, como gestor público, não ter conseguido terminar essa importante obra que Fortaleza precisa".
Prometida para terminar até a Copa do Mundo, a construção do modal de transporte que ligará os bairros Parangaba e Mucuripe teve o contrato cancelado após atrasos do consórcio responsável. Em agosto, houve uma primeira licitação, de preço oculto feita por Regime Diferenciado de Contratações (RDC), que permite maior agilidade em contratações públicas de obras beneficiadas pelo Plano de Aceleração do Crescimento (PAC).
Entretanto, apenas o consórcio formado pelas empreiteiras Marquise e Engesol apresentou uma proposta no valor de R$162 milhões, considerada muito acima da expectativa e recusada pela comissão técnica de análise da Seinfra. A segunda licitação por RDC, desta vez com um preço proposto divulgado antecipadamente, foi feita no último dia 10 de dezembro.
Agora, a Seinfra poderá dar andamento a um terceiro e último processo. Se não houver sucesso, caberá ao Governo do Estado contratar diretamente uma nova empresa. "A equação financeira está aí, tem dinheiro na Caixa Econômica, o Governo Federal já se dispôs a dar um complemento e está para recomeçar", completou.
Além da retomada das obras, outro ponto delicado na conclusão do VLT são as desapropriações. Segundo a Seinfra, há 2.751 processos de indenização em andamento, incluindo proprietários e inquilinos. Destes, 49,9% foram pagos e menos de 1% são questionados na Justiça.

Atenção especial
Ao falar dos feitos durante sua gestão, Adail Fontenele disse que o seu sucessor herdará "quatro preocupações" relativas às obras sob a responsabilidade da Companhia Cearense de Transportes Metropolitanos (Metrofor). Além do VLT, as linhas Sul, Oeste e Leste merecem especial atenção do novo secretário.
Apesar de estar em operação comercial desde outubro, a Linha Sul do Metrofor não está funcionando da maneira ideal e tem atualmente três licitações em andamento: uma para a ventilação nos túneis, outra para a instalação de sinalização e uma terceira para automatizar o controle dos veículos, que hoje é manual.
Já a Linha Oeste do Metrô, que liga Caucaia ao Centro de Fortaleza, teve R$ 80 milhões investidos na remodelação do modal, com a restauração de trens antigos e das estações. Agora, a expectativa da Seinfra é energizar o sistema.
Fonte - Diário do Nordeste  04/01/2015

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