Rio de Janeiro
G1
A Polícia Civil e a Agência Reguladora de Transportes Públicos investigam as causas do acidente. Mais de 100 pessoas já foram ouvidas no inquérito.
Nesta terça-feira (6), passageiros dos dois trens envolvidos no acidente foram à delegacia da cidade prestar depoimento sobre o acidente. O maquinista do trem que provocou o acidente deveria ter sido ouvido, mas alegou problemas emocionais e não compareceu à delegacia. Os responsáveis pelo acidente responderão por lesão corporal culposa por acidente ferroviário.
Depois da batida, outro susto: um terceiro trem cruza o local do acidente e chega a encostar nos vagões. Alguns passageiros receberam os primeiros socorros ainda na calçada. No fim da tarde desta terça-feira (6), cinco ainda estavam internados no Hospital da Posse, em Nova Iguaçu.
Muitas pessoas reclamaram da falta de assistência de funcionários da SuperVia, responsável pela operação dos trens. O presidente da concessionária esteve no local do acidente ainda na noite de segunda-feira (5) e disse que as duas composições estavam com a manutenção em dia.
O secretário de transportes do Rio, Carlos Roberto Osório, afirmou que houve uma falha grave. "Um acidente que não pode acontecer em hipótese nenhuma. O trem estava parado em uma estação, fazendo desembarque e embarque de passageiros foi atingido por outro na traseira vindo na mesma direção. Vamos fazer uma investigação rigorosa e descorir se houve uma falha individual, coletiva, ou uma soma de fatores", disse.
A Agência Reguladora dos Transportes (Agetransp) informou que técnicos estiveram hoje na oficina do SuperVia para uma nova perícia. "Abrimos todas as hipóteses que podem ser testadas para que a gente possa identificar fundamentalmente a falha e em seguida as causas que possam ter levado a esse acidente", disse um dos representantes.
O delegado responsável pelo caso, Matheus Almeida, disse que os depoimentos de quarta-feira (6) - do outro maquinista e do controlador de tráfego - são os mais importantes. Ainda de acordo com o delegado, 110 pessoas já foram ouvidas. Outro objetivo das investigações é saber se um problema na estação de Austin pode ter alguma relação com o acidente em Mesquita.
O núcleo de defesa do consumidor da Defensoria Pública do estado vai orientar as vítimas a receber possíveis indenizações. Os passageiros roubados devem registrar a ocorrência na polícia e os feridos, guardar os documentos do atendimento médico. Até esta terça-feira (6), cinco pessoas continuavam internadas.
Depoimento adiado
O depoimento do maquinista levou cerca de duas horas na delegacia de Mesquita. Ele conduzia o trem que estava parado no momento da batida e deixou o local sem falar com a imprensa. Segundo o delegado, o outro maquinista, que provocou a colisão e não teve o nome divulgado, disse que está "abalado emocionalmente" e não foi à delegacia.
Ainda de acordo com o delegado, o fato de o maquinista ter pulado do trem em movimento antes do choque entre os trens não indica algum tipo de falha na conduta.
Vítima de acidente reclama de roubo
A babá Maiara Barbosa de Moura, de 25 anos, foi atendida no Hospital da Posse e contou que depois do acidente ainda teve o celular roubado. "Quando cai, dois rapazes me ajudaram a subir para a plataforma e a pegar minha bolsa e meus sapatos. Mas aí apareceu um outro rapaz e roubou o celular da minha mão", contou a babá que sofreu escoriações na barriga e um corte na mão.
Ela foi até a unidade por conta própria, pois as ambulâncias se ocupavam dos feridos mais graves. Ela disse que estava perto da porta do trem que estava parado na estação. Com a batida ela caiu ano espaço entre o trem e a plataformas acabou resgatada por dois passageiros. "Não tinha ninguém da Supervia para ajudar. Os menos machucados ajudavam os mais feridos", disse a babá.
Fonte - São Paulo Trem Jeito 07/01/2015
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