Morador relata que estação virou esconderijo para usuários de drogas. Prefeitura diz haver projeto de restauração, mas sem prazo. Há anos não existe qualquer iniciativa do poder público para conservação do espaço.
Bibiana Dionísio - G1 PR
O encarregado de turno Cristiano Arajara da Rosa, de 39 anos, é morador de Paranaguá e considera que o abandono do espaço é prejudicial para a cidade. “É de frente para a avenida principal, perto do terminal de ônibus. Tem criança que estuda ali, inclusive, o meu filho. Eu troquei o horário do curso dele porque acho perigoso ele sair mais tarde. Ali, agora, aí fica usuário de crack. Eles ficam o dia inteiro ali. De dia fazem correria e à noite ficam usando crack”.
Na avaliação de Cristiano, a imagem da cidade fica prejudicada porque a estação é um cartão postal.
“Se não está utilizando para o trem, para passeios, poderia utilizar para outra coisa. É um patrimônio histórico de suma importância até para o Brasil. É um descaso com a sociedade”, criticou. Essa situação precária, de acordo com Cristiano, se estende por aproximadamente 10 anos.
Conforme a Secretaria Estadual de Cultura, a estação foi tombada em 1990. A construção está associada à decisão imperial de que o espaço seria o ponto final do traçado entre o litoral e o planalto. A estrada férrea que liga Paranaguá a Curitiba foi concluída em 1885 e é a mais antiga do estado - considerada um dos marcos da engenharia ferroviária nacional em virtude dos obstáculos do terreno de serra.
Desde o início dos anos 2000, a estação ferroviária não é mais utilizada, uma vez que não existe mais transporte de passageiros. O passeio de trem pela Serra do Mar termina em Morretes. “Foi ruim para os comerciantes de Paranaguá e até para a Ilha do Mel. Quando o trem chegava até aqui tinham uma média de 120 a 150 mil visitantes por ano”, Rafael Gutierrez, presidente da Fundação Municipal de Turismo (Fumtur)
Segundo a Prefeitura de Paranaguá, existe um projeto – já com verba autorizada de R$ 1,8 milhão pelo Ministério do Turismo – para a revitalização do espaço. Rafael Gutierrez explica que a administração municipal não teve acesso ao recurso por ter pendências junto ao Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR). Existe ainda, conforme citou o presidente, pendências que impedem o município de firmar convênios com o governo estadual.
“O prefeito está tentando uma certidão negativa provisória, resolvendo isso com o Tribunal de Contas”, disse Gutierrez. A esperança é de que este documento seja liberado ainda neste mês de janeiro para que os gestores tenham acesso ao recurso e deem início a licitação da obra. A ideia é transformar a estação em um espaço gastronômico e cultural.
Não há data para que a licitação seja lançada e, portanto, prazo para que a restauração da estação fique pronta. “Nós estamos priorizando isso e ansiosos para que tudo se resolva. Queremos que a estação volte a brilhar como o patrimônio histórico que representa”, disse Gutierrez.Foto: Reprodução/ RPC
Fonte - STEFZS 08/01/2015
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