segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Estatal teme consequências de fusão da ALL

Infraestrutura

Petrobras Distribuidora - braço da estatal voltado ao comércio e à distribuição de derivados de petróleo - afirmou ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) que a fusão criaria dificuldades na operação de cargas e concederia à Cosan uma posição de "predominância" na infraestrutura da ALL e que isso pode ocasionar preços maiores a concorrentes da Cosan.

Valor Econômico

A fusão entre o grupo de concessões de ferrovias América Latina Logística (ALL) e a Rumo (empresa de transportes do grupo de origem sucroalcooleira Cosan) despertou a contestação de mais uma empresa. Depois de Odebrecht e Eldorado (do grupo J&F) demonstrarem preocupações com o negócio pelos possíveis efeitos operacionais no escoamento de cargas por trilhos, agora é a Petrobras quem teme a operação.
Conforme apurou o Valor, a Petrobras Distribuidora - braço da estatal voltado ao comércio e à distribuição de derivados de petróleo - afirmou ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) que a fusão criaria dificuldades na operação de cargas e concederia à Cosan uma posição de "predominância" na infraestrutura da ALL e que isso pode ocasionar preços maiores a concorrentes da Cosan.
Além disso, a estatal afirma que a ALL não tem vagões suficientes para atender toda a demanda das distribuidoras de combustíveis. Por isso, diz se preocupar com o direcionamento do material para uso da Cosan em detrimento de outras empresas. A Petrobras teme as vantagens que a Cosan teria e o aumento de custos para concorrentes, que poderiam ter que usar as rodovias (mais caras).
A distribuidora também receia que a Cosan tenha informações privilegiadas sobre preços de produtos (já que as notas fiscais devem acompanhar a carga) e estratégias de concorrentes, além de dados sobre volumes, clientes e fornecedores.
Empresas como a Eldorado também manifestaram preocupação ao Cade. A produtora de celulose chegou a pedir a reprovação da fusão ou a imposição de restrições. A Odebrecht Ambiental disse que os mercados de açúcar de etanol serão afetados de maneira "severa" pelo negócio.
Fonte - Revista Ferroviária  03/11/2014

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