A situação se agrava em bairros da periferia e no centro da cidade, conforme Giese Nascimento, analista técnico do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia da Bahia (Crea-BA).
Priscila Machado - A Tarde
Fernando Amorim | Ag. A TARDE |
Das 20 faixas vistas pela equipe de A TARDE, apenas cinco tinham rampas de acesso. A situação se agrava em bairros da periferia e no centro da cidade, conforme Giese Nascimento, analista técnico do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia da Bahia (Crea-BA).
O Comércio, no centro da cidade, foi o bairro visitado pela reportagem que concentrava o maior número de faixas sem rampas de acesso (seis das oito vistas).
No Caminho das Árvores, a ausência desse equipamento é menos frequente (das seis vistas, apenas duas não contavam com rampa).
Telma pede ajuda para subir no passeio na rua Milton Cayres de Brito, no Caminho das Árvores
Também engenheiro e arquiteto, Giese lembra que o texto da Norma Brasileira de Acessibilidade diz que todo o percurso deve ser contínuo e desimpedido, para que as pessoas possam circular com conforto e segurança.
"No entanto, o que vemos são passeios estreitos, esburacados, com piso inadequado e bloqueado por ambulantes, árvores e postes", diz.
Para ele, Salvador é uma cidade inacessível. "A iniciativa da prefeitura, de reformar os passeios, é louvável, mas tardia", acrescenta.
Conforme Fábio Mota, titular da Secretaria de Urbanismo e Transporte (Semut), as rampas também devem ser construídas pelos proprietários dos passeios. "Assim como o piso tátil, o proprietário deve acrescentar a inclinação no projeto", afirma.
Apenas em calçadas públicas é obrigação da prefeitura implantá-las, de acordo com o secretário.
Proprietários notificados pela Superintendência de Controle e Ordenamento do Uso do Solo do Município (Sucom) dizem desconhecer a obrigatoriedade da rampa.
"O documento que recebi pede apenas para implantar o piso tátil. Não diz nada a respeito de inclinação", diz um proprietário, que preferiu não se identificar.
Sacrifício
A cadeirante Telma de Jesus, 29, sabe bem o que é lidar com a ausência de rampas e faixas de pedestre na cidade.
Moradora de Camaçari, ela trabalha como assistente administrativa em um edifício da avenida Tancredo Neves e todos os dias vai ao trabalho sozinha em uma cadeira de rodas motorizada.
Ao atravessar a rua professor Milton Cayres de Brito, Caminho das Árvores, ela precisa da ajuda de mototaxistas ou ambulantes para subir no passeio, porque uma das rampas está quebrada. Além disso, atravessar a rua é muito difícil, porque a faixa de pedestre que existia no local está apagada.
"É uma luta diária, mas não quero ficar desempregada, porque fico ansiosa em casa", diz. Telma conta que perdeu o movimento das pernas aos 11 anos, após uma queda.
Para ele, Salvador é uma cidade inacessível. "A iniciativa da prefeitura, de reformar os passeios, é louvável, mas tardia", acrescenta.
Conforme Fábio Mota, titular da Secretaria de Urbanismo e Transporte (Semut), as rampas também devem ser construídas pelos proprietários dos passeios. "Assim como o piso tátil, o proprietário deve acrescentar a inclinação no projeto", afirma.
Apenas em calçadas públicas é obrigação da prefeitura implantá-las, de acordo com o secretário.
Proprietários notificados pela Superintendência de Controle e Ordenamento do Uso do Solo do Município (Sucom) dizem desconhecer a obrigatoriedade da rampa.
"O documento que recebi pede apenas para implantar o piso tátil. Não diz nada a respeito de inclinação", diz um proprietário, que preferiu não se identificar.
Sacrifício
A cadeirante Telma de Jesus, 29, sabe bem o que é lidar com a ausência de rampas e faixas de pedestre na cidade.
Moradora de Camaçari, ela trabalha como assistente administrativa em um edifício da avenida Tancredo Neves e todos os dias vai ao trabalho sozinha em uma cadeira de rodas motorizada.
Ao atravessar a rua professor Milton Cayres de Brito, Caminho das Árvores, ela precisa da ajuda de mototaxistas ou ambulantes para subir no passeio, porque uma das rampas está quebrada. Além disso, atravessar a rua é muito difícil, porque a faixa de pedestre que existia no local está apagada.
"É uma luta diária, mas não quero ficar desempregada, porque fico ansiosa em casa", diz. Telma conta que perdeu o movimento das pernas aos 11 anos, após uma queda.
Fonte - A Tarde 05/09/2014
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