O metrô é um indutor de desenvolvimento urbano, além de ser um sistema de transporte propriamente dito. Ou seja: a cidade cresce e se adensa não apenas no centro da cidade, mas ao longo das linhas do metrô.
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G&M – O Governo do Estado vai anunciar na próxima segunda-feira o modelo de transporte escolhido para atender a demanda de mobilidade urbana da cidade de Salvador. Que vantagens Salvador terá implantando o sistema metroviário na cidade?
Plínio Assmann – O metrô de Salvador será o mais barato do Brasil. Pelo traçado proposto, trata-se de um metrô de superfície, muito mais econômico do que os metrôs de SP, RJ e outras cidades. Em Salvador, o sistema metroviário é uma solução de transporte de massa por causa da alta demanda que tem a cidade. A cidade tem um nível de crescimento populacional muito alto e essa tendência deve continuar nos próximos decênios. A solução adequada é do tipo metrô.
G&M – Isso mesmo em comparação com outros sistemas, como BRT e VLT, que estão sendo também propostos?
Plínio Assmann - Estes dois sistemas, BRT e VLT, são sistemas de média capacidade. Não são transporte de massa, como é o metrô. O planejamento de transporte numa cidade quantifica a demanda futura e a indicação dessa demanda em Salvador aponta o metrô como solução. Tanto o VLT quanto o BRT não vão atender a demanda futura de Salvador. O BRT é um sistema de transporte de ônibus em canaletas segregadas. O usuário do metrô tem uma viagem muito mais confortável do que uma viagem de ônibus. A aceleração e a frenagem do trem de metrô são suaves, geram conforto para o usuário. É por isso que o metrô atrai usuários de todas as classes sociais.
G&M – Existem pesquisas que indicam que quem tem carro particular costuma deixar o carro em casa para utilizar o metrô, mas não costuma trocar o seu veículo por um outro meio de transporte. Plínio Assmann – Isso acontece muito aqui em São Paulo. Aqui o usuário de automóvel troca o seu carro particular pelo metrô, mas não troca pelo ônibus. O metrô é um indutor de desenvolvimento urbano, além de ser um sistema de transporte propriamente dito. Ou seja: a cidade cresce e se adensa não apenas no centro da cidade, mas ao longo das linhas do metrô.
G&M – Em comparação com o metrô subterrâneo, quais as demais vantagens do metrô de superfície?
Plínio Assmann - É extremamente mais econômico, por isso que eu acho que o metrô de Salvador, em comparação com outras propostas apresentadas, será o sistema de transporte mais barato.
G&M - Em Salvador, no inverno, costuma chover muito. O metrô, sendo de superfície, teria de andar mais lentamente, devido à chuva?
Plínio Assmann – Não necessariamente. Hoje já existem sistemas que são capazes de fazer com que a aderência roda/trilho seja a mesma em condições de chuva.
G&M - É verdade que o metrô precisa sempre ser subsidiado pelo governo?
Plínio Assmann - Aqui em SP, por exemplo, a operação do metrô, ou seja, a receita menos a despesa da operação do metrô, não é subsidiada. O que é subsidiado é o investimento. Isso porque a implantação precisa realmente de investimento público, pois a construção de uma estação tem aspectos de construção de uma cidade. Em Salvador a operação não deverá ser subsidiada, mas as ampliações das linhas, sim.
G&M – Em relação ao tempo de execução para implantação do sistema, é possível cumprir os prazos até a Copa do Mundo de 2014?
Plínio Assmann - Tudo é possível. As estações do metrô em superfície são relativamente simples de construir, a linha permanente também é um processo prático, bem como as oficinas, que também são coisa simples. O material também é importado e fácil de se conseguir no mercado internacional. Ou seja: possível, é, isso não tenha a menor dúvida. É preciso que a seleção do modelo, que afinal de contas o governo do estado vai escolher, traga junto uma competência empresarial capaz de fazer isso no tempo da Copa.
Fonte - Gente & Mercado 17/06/2011
Republicado por Pregopontocom em 31/01/2015
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