segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Frentistas de Salvador entram em greve

Greve

A greve foi anunciada no dia 25 de julho, e vem após três meses de negociações fracassadas entre os trabalhadores e os proprietários dos estabelecimentos.

TB
Foto: Reginaldo IpêApenas 30% dos frentistas estão trabalhando
A partir de hoje, 4, apenas 30% dos frentistas do todo o estado vão cumprir seus respectivos horários em todos os postos de combustíveis da Bahia.
A greve foi anunciada no dia 25 de julho, e vem após três meses de negociações fracassadas entre os trabalhadores e os proprietários dos estabelecimentos. A Bahia tem aproximadamente 12 mil frentistas atuando nos postos de combustíveis atualmente.
De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores de Postos de Combustíveis da Bahia (Sinposba), a categoria reivindica 15% de aumento do salário, o vale-refeição diário de R$ 18, cesta básica mensal de R$ 265, além da implantação do plano de saúde, que está presente na Convenção Coletiva do Trabalho (CCT) há mais de dez anos, e nunca foi posto em prática.
“Estamos encarando essa paralisação de forma positiva. Essa greve é o resultado de uma insatisfação generalizada dos trabalhadores, e todos estão unidos para buscar melhorias”, explicou o secretário de saúde do Sinposba, Antônio Lago.
Enquanto isso, o Sindicato do Comércio de Combustíveis, Energias Alternativas e Lojas de Conveniência do Estado da Bahia (Sindicombustíveis) – que representa os proprietários dos estabelecimentos – teme que o percentual de 30% de trabalhadores não seja respeitado.
“É preciso que haja cuidado e consciência para esse tipo de ação, pois sem postos de combustíveis, também não podem circular os serviços essenciais à população, como viaturas de polícia, e ambulâncias”, explicou o presidente da entidade, José Augusto Costa, temendo que o cidadão comum seja o maior prejudicado.
O representante do Sindicombustíveis ainda afirma que é preciso que a categoria apresente uma proposta concreta sobre o plano de saúde, para que esse seja analisado pelos patrões.
Outro fator que tem contribuído para a greve, segundo o secretário do Sinposba, é a violência urbana. De acordo com Lago, o frentista precisa estar sempre com uma grande quantidade de dinheiro em mãos para o troco dos clientes, e, numa ocorrência de assalto – onde o meliante leva todo o dinheiro do frentista –, os patrões descontam o valor roubado do salário do empregado. “Nós também já denunciamos essa prática em outras ocasiões, mas não tivemos sucesso”, explicou ele.
Já presidente do Sindicombustíveis explica que, segundo as normas da CCT, cada posto de combustível determina a quantidade máxima de dinheiro que o frentista pode carregar – tendo como base o volume de veículos atendidos e o horário de trabalho –, e que é preciso verificar se o trabalhador está cumprindo com essas normas.
Nesta segunda-feira, haverá uma reunião entre o Sinposba e o Sindicombustíveis na sede do Ministério Público do Trabalho, na Vitória, onde as duas partes tentarão, mais uma vez, entrar em um acordo para encerrar a paralisação.
Fonte - Tribuna da Bahia  04/08/2014

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