É o resultado de um estudo realizado pelo Center for World University Rankings (CWUR), tendo como principais critérios para classificação o número de prêmios internacionais recebidos por ex-alunos e professores, a quantidade de ex-estudantes em posições de liderança em grandes empresas, o número de publicações e citações de trabalhos de pesquisas em revistas influentes e de renome....
Noemi Flores - TB
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É o resultado de um estudo realizado pelo Center for World University Rankings (CWUR), tendo como principais critérios para classificação o número de prêmios internacionais recebidos por ex-alunos e professores, a quantidade de ex-estudantes em posições de liderança em grandes empresas, o número de publicações e citações de trabalhos de pesquisas em revistas influentes e de renome, e o número de pedidos de patentes internacionais. Estes critérios somam 75% da nota final das instituições que oscila de 0 a 100.
O pró-reitor de Ensino de Pós-Graduação da Ufba, Robert Verhine, afirma que esta classificação não está nada mal para a instituição, já que no Brasil são 183 universidades entre particulares, estaduais, ligadas a religiões e a outros grupos e 63 federais, além das 2.500 instituições de ensino superior privadas.
Mas para ele há desvantagens, nesta classificação, para o país porque “são prêmios internacionais, as publicações são em inglês e os países que dominam este idioma vão estar sempre na nossa frente”, revelou.
Mesmo achando importante o 17º lugar para a Ufba, Verhine reafirma que tem um viés a favor de países que falam inglês e disse que só para mostrar como funciona este ranking “a nossa posição nestas pesquisas fica entre 12º lugar e o 18º. Por exemplo, quando José Sérgio Gabrielli, ex-estudante da Ufba, foi presidente da Petrobras, a nossa classificação subiu”.
Ele lamenta que a pesquisa não levou em conta a qualidade do ensino, a formação do aluno e a produção científica. “A Ufba tem investido em estudos e pesquisas, avançando suficientemente na produção científica, hoje contamos com 83 mestrados e 52 doutorados”, informou.
Número
O pró-reitor de ensino de graduação, Ricardo Miranda, opina que o número exato da classificação não significa muito. “Como saber qual o melhor entre pessoas eméritas que se classificam em primeiro, segundo e terceiro lugares?”, indaga, acrescentando que coisas boas foram percebidas pela pesquisa como o desenvolvimento da instituição, que tem investido em todas as áreas e em pós-graduação nos últimos anos.
Miranda também afirma que no ranking mundial as universidades brasileiras nunca estão entre as primeiras. “Sempre os países chamados desenvolvidos como a Inglaterra e Estados Unidos, de idioma inglês, estão à frente”, opinou, mas ressaltou que “a Ufba com certeza em função de sua história é uma das melhores no ponto de vista mundial, sempre que sai um ranking”.
De acordo com o professor, a Ufba ajudou na criação de novas universidades federais no estado, como a instalação da federal do Recôncavo, do Oeste e do Sul.
“Protagonismo de tudo isto mostra crescimento e a importância de uma das instituições mais antigas do país, destacou o pró-reitor, salientando que houve um movimento de grande crescimento de sua produção acadêmica e de pós-graduação com ampliação de forma rigorosa nos últimos anos.
Monopólio do Ensino Superior
Para Roberto Albergaria, doutor em Antropologia pela Universidade de Paris VII, ex-aluno e professor aposentado da Ufba, a instituição manteve por várias décadas o monopólio de ensino superior, já que foi a única universidade em todo o estado localizada na capital.
“Só agora está se criando outras universidades federais no estado e se criou muitas faculdades particulares. Antes os melhores alunos eram obrigados a entrar na Ufba, independentemente da classe social, a exemplo de Norberto Odebrecht, Antônio Carlos Magalhães, Paulo Souto e outros. Concentrou toda a formação da elite baiana. Todos os grandes dirigentes de empresas e governantes passaram pela Ufba”, explicou.
Sobre a situação da Bahia em termos de ensino superior, o antropólogo declarou que “está média a boa porque a Ufba é a única universidade pública federal de Salvador; as estaduais, os governos do estado nunca investiram muito nestas universidades; e as privadas, grande parte das disciplinas é a distância e a maioria destas instituições está baixando o nível”, sinalizou.
O que Albergaria confessou ter a curiosidade de saber é por que durante anos não houve interesses dos governantes em criar outras universidades no interior, a exemplo de outros estados do país e do Nordeste, como Pernambuco, que há muitos anos possuem outras universidades.
“Por que não criaram outras universidades federais, no passado, só agora estão sendo criadas? Pernambuco está acima da Bahia, tem mais universidades e de qualidade”, afirmou.
Fonte - Tribuna da Bahia 02/08/2014
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