Economia
Valor Econômico
Otimista, Vicente Abate, presidente da Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (ABIFER), aposta que os pedidos em carteira deverão ultrapassar a estimativa prevista em dezembro de 2013. “Há uma perspectiva de que o número de vagões ultrapasse as 3,5 mil unidades previstas inicialmente. Os pedidos da VLI começaram a chegar em setembro último, depois vieram os da Brado Logística, da MRS, entre outras”, comemora o presidente da Abifer. Nos últimos dois anos, a produção foi inferior a três mil unidades, mas 2011 fechou com 5,6 mil vagões.
“Em 2014 a previsão é de queda de 35%. No entanto, por conta das mudanças acionárias que ocorreram nas companhias, como, por exemplo, na VLI, com a entrada de novos sócios, os investimentos estão sendo apenas adiados”, afirma Carlos Alberto Rodo, diretor-geral da divisão ferroviária da Caterpillarno Brasil, empresa que está em fase de negociação com a VLI. “A VLI é nosso maior cliente. É uma empresa que terá um potencial de crescimento grande nos três próximos anos”, garante o diretor, sem divulgar volume de produção. Roso afirma que todos os planos de investimentos da companhia foram mantidos e que novos produtos estão em produção na fábrica de Sete Lagoas (MG). “Mantivemos os investimentos previstos para o Brasil apesar das dificuldades. Acreditamos que no futuro próximo a demanda ocorrerá. Se não acontecer neste ano, com certeza, acontecerá no ano que vem”.
Já a GE Transportation, empresa da americana general Eletric, especializada em fabricação de locomotivas, trabalha com a possibilidade de repetir o mesmo número de unidades fabricadas no ano passado. “Produzimos 50 locomotivas em 2013 e, neste ano, esperamos empatar com o volume do ano anterior, visto que os pedidos vêm se mantendo no mesmo ritmo”, diz Rogério Mendonça, presidente e CEO da GE Transportation para a América Latina. “As perspectivas são muito positivas e a companhia aposta muito na aceleração das definições formais do setor, assim como na ampliação dos investimentos em crescimento e modernização do parque de equipamentos”.
O estudo para viabilização de renovação de vagões e locomotivas proporcionará aos fabricantes planejarem melhor a produção. “Estamos em fase final da formulação do projeto que será entregue ao governo em junho”, diz Abate. Com o apoio da ANTF, o segmento propôs ao governo a renovação da frota, que hoje ultrapassa 40 anos de idade. “São vagões e locomotivas que pertencem ao governo, mas que estão sob a responsabilidade das concessionárias e, se o plano decolar, garantiremos um nível mínimo de fabricação”, afirma. Representantes do setor já se reuniram por diversas vezes com órgãos do governo, como o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (Mdic), BNDES e com o próprio Ministério dos Transportes. “Estamos formalizando uma proposta financeira e acreditamos que, em junho, tenhamos isso bem equacionado”, diz Abate.
Se o governo der o sinal verde, ao longo de seis a dez anos serão entre 1,5 mil e 2 mil vagões por ano adicionais ao volume que as concessionárias compram. Em números menos expressivos, as locomotivas antigas somam 1,4 mil unidades e, de acordo com Abate, o setor colocaria no mercado, por ano, entre 50 e 70 unidades, ao longo de dez anos. “isso significa dobrar o volume que está sendo demandado hoje em número de locomotivas; no caso de vagões, seria um acréscimo em torno de 40% sobre a produção atual”, avalia. A receita da indústria ferroviária, que atingiu R$ 4,5 bilhões no ano passado, deverá crescer acima de 10% em 2014, conforme previsão do presidente da Abifer. Ainda segundo o executivo, é certo que a demanda se mantenha forte nos próximos quatro anos.
Fonte - ABIFER 30/06/2014
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