Conflitos entre quilombolas e Marinha são antigos
Milena Fahel
A casa do morador do Quilombo Rio dos Macacos, Luiz Oliveira, 52 anos, foi destruída no final da manhã desta quinta-feira, 30, em Simões Filho, Região Metropolitana de Salvador (RMS). Segundo informações da irmã do quilombola, Olinda Oliveira, cerca de 20 fuzileiros navais invadiram a comunidade e derrubaram a residência.
O fato ocorreu durante reunião de validação da construção de uma estrada independente de acesso ao quilombo - atualmente, os moradores da comunidade precisam passar por uma guarita pertencente à Marinha.
Os militares teriam aproveitado a dispersão da comunidade, em reunião com o Comandante da Marinha em Brasília, Almirante Nazareth e o chefe de gabinete do Ministério da Defesa, Antonio Lessa, para invadir o quilombo. As ações da Marinha são antigas e visam a desapropriação da área de 301 hectares para uso próprio.
"A Marinha não é autoridade maior nessa cidade não. Eu nasci aqui, eu já passei por tudo quanto é coisa ruim por causa das barbaridades da Marinha. Queremos justiça", desabafou a irmã do quilombola.
O dono da residência destruída, a esposa, Ana Rita, 31 anos, e os três filhos do casal estão na casa da mãe do quilombola, Maria Oliveira. Ninguém ficou ferido durante a ação.
Representantes do coletivo Quilombo X, da Fundação Palmares, do Coletivo de Entidades Negras (CEN) e da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi) foram até o local e, após negociações com a Marinha, conseguiram a garantia de materiais de construção para o dono da casa atacada.
O comandante do 2º Distrito Naval, vice-almirante Monteiro Dias, confirmou ter ordenado a derrubada do telhado. "Quis ganhar tempo para avisar ao juiz da construção irregular dessa casa. Há uma decisão judicial que impede construções ali", disse o comandante.
Ainda segundo o vice-almirante, a Marinha já ofereceu duas vezes áreas para construção de casas e os quilombolas não aceitaram.
Raul Spinassé | Ag. A TARDE |
O fato ocorreu durante reunião de validação da construção de uma estrada independente de acesso ao quilombo - atualmente, os moradores da comunidade precisam passar por uma guarita pertencente à Marinha.
Os militares teriam aproveitado a dispersão da comunidade, em reunião com o Comandante da Marinha em Brasília, Almirante Nazareth e o chefe de gabinete do Ministério da Defesa, Antonio Lessa, para invadir o quilombo. As ações da Marinha são antigas e visam a desapropriação da área de 301 hectares para uso próprio.
"A Marinha não é autoridade maior nessa cidade não. Eu nasci aqui, eu já passei por tudo quanto é coisa ruim por causa das barbaridades da Marinha. Queremos justiça", desabafou a irmã do quilombola.
O dono da residência destruída, a esposa, Ana Rita, 31 anos, e os três filhos do casal estão na casa da mãe do quilombola, Maria Oliveira. Ninguém ficou ferido durante a ação.
Representantes do coletivo Quilombo X, da Fundação Palmares, do Coletivo de Entidades Negras (CEN) e da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi) foram até o local e, após negociações com a Marinha, conseguiram a garantia de materiais de construção para o dono da casa atacada.
O comandante do 2º Distrito Naval, vice-almirante Monteiro Dias, confirmou ter ordenado a derrubada do telhado. "Quis ganhar tempo para avisar ao juiz da construção irregular dessa casa. Há uma decisão judicial que impede construções ali", disse o comandante.
Ainda segundo o vice-almirante, a Marinha já ofereceu duas vezes áreas para construção de casas e os quilombolas não aceitaram.
Fonte - A Tarde 30/01/2014
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