Ciclistas aproveitam primeiro domingo da Avenida Paulista fechada para carros.Mesmo com o céu nublado e temperaturas abaixo dos 20 graus Celsius, os paulistanos aproveitaram o dia para caminhar e andar de bicicleta na avenida. No último dia 15, a prefeitura de São Paulo anunciou que Avenida Paulista será fechada para carros todos os domingos, deixando as faixas de rolamento livres para pedestres e ciclistas, no horário das 9h às 17h.
Daniel Mello
Repórter da Agência Brasil
Pedestres e ciclistas puderam aproveitar hoje (18) a Avenida Paulista como rua de lazer. A via, que fica na região central da cidade, teve o tráfego de veículos interrompido das 9h as 17h. Mesmo com o céu nublado e temperaturas abaixo dos 20 graus Celsius, os paulistanos aproveitaram o dia para caminhar e andar de bicicleta na avenida. No último dia 15, a prefeitura de São Paulo anunciou que Avenida Paulista será fechada para carros todos os domingos, deixando as faixas de rolamento livres para pedestres e ciclistas, no horário das 9h às 17h.
Parte dos frequentadores até gostou do tempo fechado. “É melhor que a gente não fica suando”, comentou Júlia Silva, de 19 anos. A estudante de publicidade contou que fazia tempo que esperava uma oportunidade para praticar o esporte e que ficou impressionada com a quantidade de pessoas que tiveram a mesma ideia. “Tem até trânsito de bicicleta”, disse, sobre o número de ciclistas nas faixas exclusivas para as bicicletas.
O encontro de pessoas de diversas idades e classes sociais é um dos grandes pontos positivos da proposta, na opinião da dançarina Iramaia Gongora, 36 anos, que foi pedalar acompanhada dos dois filhos. “Tem mais espaço para convívio, se olhar nos olhos. Não tem espaço para discriminação. Tem que ter mais lugares assim. A cidade é muito grande para ter só um lugar desses”, disse. Jorge, de 5 anos, e Aurora, de 7 anos, também estavam gostando. “Fazia tempo que a gente não pedalava”, comentou o garoto. “Quando a gente vai na ciclovia, não pode parar. É mais fácil quando a gente pode dar uma paradinha e beber água”, acrescentou a menina sobre as vantagens de ter toda a avenida disponível.
Sem os carros, a aposentada Maria de Fátima Matos, 63 anos, disse que fica mais fácil passear pelos shoppings e lojas da região. “Algumas coisas é mais fácil fazer a pé do que de carro”, ressaltou, acompanhada do marido.
Manifestação a favor da Palestina
Palco frequente de atos políticos das mais diferentes correntes, a Paulista recebeu hoje mais uma manifestação. Com bandeiras da Palestina, um grupo de militantes pedia atenção às violações de direitos do povo palestino. “Nós estamos aqui falando para os palestinos: 'Vocês não estão sozinhos'. É muito importante essa solidariedade internacional' ”, ressaltou a coordenadora da Frente em Defesa do Povo Palestino, Soraya Misleh.
Entre as demandas dos manifestantes, está o boicote pelo governo brasileiro aos armamentos vendidos por empresas sediadas em Israel. “O governo brasileiro se tornou um dos maiores importadores de tecnologia militar israelense. As mesmas tecnologias que são testadas sobre os verdadeiros laboratórios humanos, como a gente viu nos ataques à Gaza, são depois vendidas para mundo”, disse Soraya.
“A gente achou que ia ter muita gente passeando e ia ser uma oportunidade de dialogar com a população brasileira e trazer o que está acontecendo com o povo palestino”, acrescentou.
Controvérsias
A decisão de fechar a Avenida Paulista para carros tem causado controvérsias. Na última sexta-feira (16), o Ministério Público de São Paulo (MPSP) enviou uma recomendação à prefeitura em que relembra Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado em 2007. Na ocasião, a administração municipal aceitou limitar em até três, o número de eventos que interditariam completamente a Avenida Paulista. Em caso de descumprimento, a prefeitura está sujeita a multa de R$ 30 mil. Neste ano, a via já teve o tráfego interrompido na Parada do Orgulho LGBT (7 de junho), na inauguração da Ciclovia da Avenida Paulista (28 de junho) e na inauguração da ciclovia instalada na Avenida Bernardino de Campos (23 de agosto).
Em resposta, a prefeitura informou que não considera o fechamento aos domingos um evento, mas uma decisão baseada na Política Nacional de Mobilidade Urbana – Lei 12.578 de 2012. “O TAC trata de limitar o número de eventos realizados por terceiros que fecham a avenida e que, portanto, limita o acesso de moradores, pessoas com mobilidade reduzida e cidadãos que não participam de determinada festa, corrida ou desfile. A abertura aos domingos garante o acesso democrático ao espaço público para todos os cidadãos, sem impacto negativo relevante no trânsito de carros da região”, diz o comunicado da prefeitura.
A administração municipal disse ainda que convidou os promotores e técnicos do Ministério Público para acompanharem a abertura da via para pedestres e ciclistas hoje. “Para analisar pessoalmente a abertura para embasar seus pareceres e futuras recomendações”. Em setembro, atendendo uma recomendação do MP, a prefeitura fez uma audiência pública para ouvir moradores, comerciantes e frequentadores sobre a possibilidade de fechamento da via aos carros.
Parte dos frequentadores até gostou do tempo fechado. “É melhor que a gente não fica suando”, comentou Júlia Silva, de 19 anos. A estudante de publicidade contou que fazia tempo que esperava uma oportunidade para praticar o esporte e que ficou impressionada com a quantidade de pessoas que tiveram a mesma ideia. “Tem até trânsito de bicicleta”, disse, sobre o número de ciclistas nas faixas exclusivas para as bicicletas.
O encontro de pessoas de diversas idades e classes sociais é um dos grandes pontos positivos da proposta, na opinião da dançarina Iramaia Gongora, 36 anos, que foi pedalar acompanhada dos dois filhos. “Tem mais espaço para convívio, se olhar nos olhos. Não tem espaço para discriminação. Tem que ter mais lugares assim. A cidade é muito grande para ter só um lugar desses”, disse. Jorge, de 5 anos, e Aurora, de 7 anos, também estavam gostando. “Fazia tempo que a gente não pedalava”, comentou o garoto. “Quando a gente vai na ciclovia, não pode parar. É mais fácil quando a gente pode dar uma paradinha e beber água”, acrescentou a menina sobre as vantagens de ter toda a avenida disponível.
Sem os carros, a aposentada Maria de Fátima Matos, 63 anos, disse que fica mais fácil passear pelos shoppings e lojas da região. “Algumas coisas é mais fácil fazer a pé do que de carro”, ressaltou, acompanhada do marido.
Manifestação a favor da Palestina
Palco frequente de atos políticos das mais diferentes correntes, a Paulista recebeu hoje mais uma manifestação. Com bandeiras da Palestina, um grupo de militantes pedia atenção às violações de direitos do povo palestino. “Nós estamos aqui falando para os palestinos: 'Vocês não estão sozinhos'. É muito importante essa solidariedade internacional' ”, ressaltou a coordenadora da Frente em Defesa do Povo Palestino, Soraya Misleh.
Entre as demandas dos manifestantes, está o boicote pelo governo brasileiro aos armamentos vendidos por empresas sediadas em Israel. “O governo brasileiro se tornou um dos maiores importadores de tecnologia militar israelense. As mesmas tecnologias que são testadas sobre os verdadeiros laboratórios humanos, como a gente viu nos ataques à Gaza, são depois vendidas para mundo”, disse Soraya.
“A gente achou que ia ter muita gente passeando e ia ser uma oportunidade de dialogar com a população brasileira e trazer o que está acontecendo com o povo palestino”, acrescentou.
Controvérsias
A decisão de fechar a Avenida Paulista para carros tem causado controvérsias. Na última sexta-feira (16), o Ministério Público de São Paulo (MPSP) enviou uma recomendação à prefeitura em que relembra Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado em 2007. Na ocasião, a administração municipal aceitou limitar em até três, o número de eventos que interditariam completamente a Avenida Paulista. Em caso de descumprimento, a prefeitura está sujeita a multa de R$ 30 mil. Neste ano, a via já teve o tráfego interrompido na Parada do Orgulho LGBT (7 de junho), na inauguração da Ciclovia da Avenida Paulista (28 de junho) e na inauguração da ciclovia instalada na Avenida Bernardino de Campos (23 de agosto).
Em resposta, a prefeitura informou que não considera o fechamento aos domingos um evento, mas uma decisão baseada na Política Nacional de Mobilidade Urbana – Lei 12.578 de 2012. “O TAC trata de limitar o número de eventos realizados por terceiros que fecham a avenida e que, portanto, limita o acesso de moradores, pessoas com mobilidade reduzida e cidadãos que não participam de determinada festa, corrida ou desfile. A abertura aos domingos garante o acesso democrático ao espaço público para todos os cidadãos, sem impacto negativo relevante no trânsito de carros da região”, diz o comunicado da prefeitura.
A administração municipal disse ainda que convidou os promotores e técnicos do Ministério Público para acompanharem a abertura da via para pedestres e ciclistas hoje. “Para analisar pessoalmente a abertura para embasar seus pareceres e futuras recomendações”. Em setembro, atendendo uma recomendação do MP, a prefeitura fez uma audiência pública para ouvir moradores, comerciantes e frequentadores sobre a possibilidade de fechamento da via aos carros.
Fonte - Agência Brasil 18/10/2015
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