Jogos Mundiais Indígenasnotícias
Marcelo Brandão
Enviado especial da Agência Brasil
Milhares de indígenas do Brasil e do exterior já estão em Palmas, capital do estado do Tocantins, para a disputa dos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas (Jmpi). Os organizadores dão informações divergentes sobre o calendário do evento, como no caso do futebol, que tem início previsto para hoje (21), segundo o Ministério do Esporte, mas só deve começar amanhã (22), conforme o dirigente do Comitê Intertribal (ITC), Carlos Terena.
Os jogos de futebol serão disputados no Estádio Nilton Santos e Terena disse que só vão começar amanhã devido a problemas de logística. "Mas teremos outras atividades e faremos alguns ajustes técnicos. Tentaremos fazer uma oficina de cada modalidade para que as etnias possam aprender atividades não inerentes a eles”.
Até a abertura oficial, marcada para sexta-feira (23), atividades exclusivas aos indígenas são realizadas. Nos congressos técnicos, eles discutem formas de disputa, regras e modalidades a serem apresentadas, como demonstração e competição. No Festival Internacional da Cultura Indígena, eles apresentam danças e costumes.
Nenhuma dessas atividades, no entanto, é aberta à imprensa. Segundo os organizadores, muitos indígenas não se sentem à vontade na presença do “homem branco”, como é o caso dos jornalistas. O cacique Davi Kaiapó também ressaltou a necessidade de privacidade em certas atividades, sobretudo na Aldeia Okara, onde as etnias brasileiras estão instaladas.
“Existem certas regras em nossas comunidades que não podemos revelar. Nós, indígenas, praticamos um ritual muito forte. Praticamos há muito tempo e queremos ficar em privacidade”, disse o cacique. Ele falou sobre a importância de conhecer outras culturas e trocar conhecimentos com outros indígenas brasileiros e estrangeiros, a quem chamam de “parentes”. “Muitos já foram inimigos, mas hoje são amigos. E conhecer outros parentes de fora também [é importante]. Não é apenas o jogo: é mostrar a cultura e as tradições”.
Enquanto os envolvidos na organização do evento definem o dia e a hora das disputas, mais indígenas chegam a Palmas. Em frente à vila onde os jogos, feiras e outras atividades serão feitos, várias culturas se misturam. Enquanto pataxós e kamayurás dançavam e cantavam suas tradições, tribos neozelandesas e filipinas assistiam e conversavam. O clima de interação e troca cultural deve se intensificar ao longo do evento.
Para garantir isso, a vila conta com espaços específicos para apresentações espontâneas. Dentro da vila, as obras estão em fase de acabamento. A Arena Verde, onde ocorrerá a maioria dos jogos, é ampla e cercada de arquibancadas com capacidade para até 10 mil pessoas. Apesar de elogiar a decoração da vila dos jogos, Marcos Terena disse que a ideia dos indígenas era fazer algo mais alusivo à celebração e menos à competitividade.
“A construção da arena é um padrão não indígena. A gente quer fugir desse formato de "rodeio”, de campeonato de índios. Como são os primeiros jogos mundiais, todos esses ingredientes que a gente não conhecia fugiram do nosso controle. A ideia inicial era fazer uma coisa mais aberta, mas tem a questão de segurança, bombeiros. Todas essas situações fizeram com que houvesse um desenho essencialmente urbano”.
Marcelo Camargo/Agência Brasil |
Os jogos de futebol serão disputados no Estádio Nilton Santos e Terena disse que só vão começar amanhã devido a problemas de logística. "Mas teremos outras atividades e faremos alguns ajustes técnicos. Tentaremos fazer uma oficina de cada modalidade para que as etnias possam aprender atividades não inerentes a eles”.
Até a abertura oficial, marcada para sexta-feira (23), atividades exclusivas aos indígenas são realizadas. Nos congressos técnicos, eles discutem formas de disputa, regras e modalidades a serem apresentadas, como demonstração e competição. No Festival Internacional da Cultura Indígena, eles apresentam danças e costumes.
Nenhuma dessas atividades, no entanto, é aberta à imprensa. Segundo os organizadores, muitos indígenas não se sentem à vontade na presença do “homem branco”, como é o caso dos jornalistas. O cacique Davi Kaiapó também ressaltou a necessidade de privacidade em certas atividades, sobretudo na Aldeia Okara, onde as etnias brasileiras estão instaladas.
“Existem certas regras em nossas comunidades que não podemos revelar. Nós, indígenas, praticamos um ritual muito forte. Praticamos há muito tempo e queremos ficar em privacidade”, disse o cacique. Ele falou sobre a importância de conhecer outras culturas e trocar conhecimentos com outros indígenas brasileiros e estrangeiros, a quem chamam de “parentes”. “Muitos já foram inimigos, mas hoje são amigos. E conhecer outros parentes de fora também [é importante]. Não é apenas o jogo: é mostrar a cultura e as tradições”.
Enquanto os envolvidos na organização do evento definem o dia e a hora das disputas, mais indígenas chegam a Palmas. Em frente à vila onde os jogos, feiras e outras atividades serão feitos, várias culturas se misturam. Enquanto pataxós e kamayurás dançavam e cantavam suas tradições, tribos neozelandesas e filipinas assistiam e conversavam. O clima de interação e troca cultural deve se intensificar ao longo do evento.
Para garantir isso, a vila conta com espaços específicos para apresentações espontâneas. Dentro da vila, as obras estão em fase de acabamento. A Arena Verde, onde ocorrerá a maioria dos jogos, é ampla e cercada de arquibancadas com capacidade para até 10 mil pessoas. Apesar de elogiar a decoração da vila dos jogos, Marcos Terena disse que a ideia dos indígenas era fazer algo mais alusivo à celebração e menos à competitividade.
“A construção da arena é um padrão não indígena. A gente quer fugir desse formato de "rodeio”, de campeonato de índios. Como são os primeiros jogos mundiais, todos esses ingredientes que a gente não conhecia fugiram do nosso controle. A ideia inicial era fazer uma coisa mais aberta, mas tem a questão de segurança, bombeiros. Todas essas situações fizeram com que houvesse um desenho essencialmente urbano”.
Fonte - Agência Brasil 21/10/2015
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