terça-feira, 16 de junho de 2015

Energia renovável ultrapassa a fóssil

Sustentabilidade

Cada vez mais as energias renováveis – a solar, eólica, biomassa, energia das marés, entre outras – deverão substituir as fósseis, como o carvão mineral, o petróleo e o gás natural. A mudança de tendência ocorreu a partir de 2013, quando em todo o mundo foram adicionados mais 143 gigawatts (GW) em novas usinas de geração de eletricidade a partir de fontes renováveis....

RA

A capacidade de geração de energia a partir de fontes renováveis, já ultrapassou a de energia fóssil em todo o mundo. A notícia, recentemente publicada no jornal Valorcom base em dados da agência de notícias americana Bloomberg, informa que esta tendência é definitiva para o futuro. Cada vez mais as energias renováveis – a solar, eólica, biomassa, energia das marés, entre outras – deverão substituir as fósseis, como o carvão mineral, o petróleo e o gás natural. A mudança de tendência ocorreu a partir de 2013, quando em todo o mundo foram adicionados mais 143 gigawatts (GW) em novas usinas de geração de eletricidade a partir de fontes renováveis, contra novos 141 GW em instalações que operam com combustíveis fósseis.
A tendência de substituir gradualmente a energia gerada a partir de fontes poluentes por fonte limpas é mundial. Até 2030, segundo a mesma fonte, a geração de energia renovável em todo o globo deverá aumentar cerca de quatro vezes em relação à capacidade instalada atual. “O sistema elétrico está migrando para fontes limpas”, disse Michael Liebreich, fundador do encontro anual sobre financiamento de energia (BNEF), organizado pela agência Bloomberg.
Diferente da geração brasileira, a geração de eletricidade nos países do hemisfério norte é em grande parte baseada em carvão mineral, petróleo e gás natural. Nos Estados Unidos, cerca de 67% da energia é gerada a partir destes combustíveis fósseis; 19% da eletricidade provêm de reatores nucleares, 19% são renováveis e o restante de outras fontes. Na Alemanha, 56% da eletricidade é gerada a partir do carvão e do gás, 16% de reatores nucleares e 24% provém de fontes renováveis, especialmente energia eólica. O restante da demanda é completada por eletricidade gerada por outras fontes e energia importada. Segundo dados da publicação internacional Renewable Energy Data Book, em 2013 o mundo em média gerava 23% de sua eletricidade a partir de fontes renováveis.
Dois fatores têm contribuído cada vez mais para aumentar o uso das energias renováveis. O aspecto mais importante é que através do Protocolo de Kyoto e de outros acordos que deverão ser negociados no futuro, grandes geradores de gases de efeito estufa, como os Estados Unidos, a China e a Europa, deverão assumir (alguns já assumiram) compromissos de reduzir sua emissões. Assim, estes países utilizarão cada vez mais fontes não poluentes para geração de sua eletricidade. Outro aspecto é que as tecnologias para produção de energia limpa estão se tornando cada vez mais econômicas; geradores eólicos e painéis fotovoltaicos, especialmente, tornaram-se mais eficientes e tiveram seus custos reduzidos.
Atualmente, cerca de 75% da eletricidade consumida no Brasil é gerada a partir de fontes renováveis. Este percentual, no entanto, vem caindo, já que com a estiagem por que passa parte do país, o governo está colocando em funcionamento um grande numero de termelétricas a óleo e carvão. Mesmo assim, o somos o segundo maior produtor de eletricidade a partir da água e da biomassa e até o final de 2015 deveremos estar entre os cinco maiores produtores de energia elétrica gerada pelo vento. O potencial do país para a implantação de geração limpa é imenso e precisa ser fomentado pelo governo, especialmente na área da energia de biomassa e biogás, através do financiamento de pesquisas e da implantação de projetos-piloto.
*Ricardo Ernesto Rose é consultor em inteligência de mercado, desenvolve atividades de marketing, transferência tecnológica e consultoria comercial na área da sustentabilidade. Jornalista, autor, com especialização em gestão ambiental e sociologia. Graduado e pós-graduado em filosofia. Coordenou o lançamento de diversas publicações sobre os setores de meio ambiente e energia e escreve regularmente para sites, jornais e revistas. É editor do blog “Da natureza e da cultura” (www.danaturezaedacultura.blogspot.com.br) e autor dos livros “Como está a questão ambiental – 100 artigos sobre a relação do meio ambiente com a economia e o clima”, “Os recursos e a cidade” e “A religião e o riso e outros textos de filosofia e sociologia”. Contatos através do site www.ricardorose.com.br
Fonte - Revista Amazônia  15/06/2015

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