domingo, 9 de novembro de 2014

Obras do VLT de Fortaleza seguem sem prazo para serem retomadas

Transportes sobre trilhos

Uma nova licitação está sendo articulada para dar prosseguimento às intervenções, que estão paradas há 5 meses.A obra, além de provocar alterações no trânsito, barulho e poeira, tem deixado indignados alguns moradores do entorno do empreendimento, pelo fato de os serviços estarem parados e sem prazo de conclusão

Bruno Mota - Reproter DN
FOTO: HELOSA ARAÚJO
As obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) em Fortaleza ainda não têm data para recomeçar. De acordo com a Secretaria da Infraestrutura do Estado (Seinfra), responsável pelo projeto, uma nova licitação está sendo articulada para que os trabalhos sejam retomados, porém, ainda não é possível prever quando a construção terá continuidade. Em julho, um mês após a paralisação do empreendimento, o órgão estimava o retorno às obras até o início de setembro passado. Segundo o governo do Estado, 50% dos serviços estão concluídos.
Conforme explica a Seinfra, por meio de nota, a licitação anterior, lançada no mês de agosto para continuar as obras, teve como único proponente o consórcio VLT-Fortaleza, formado pelas empresas de engenharia Marquise e Engesol. As empreiteiras propuseram o valor de R$ 162 milhões para a execução do restante dos serviços, entretanto a oferta foi rejeitada após ser analisada por técnicos da Secretaria.
O declínio ocorreu pelo fato de a proposta ultrapassar o teto de gastos previstos para concluir a obra, que é de R$ 95 milhões. Ao todo, o orçamento para o VLT é de R$ 194 milhões, sendo que já foram empregados, até agora, R$ 99.464.010.
Por este motivo, um novo certame está sendo organizado pela Comissão Central de Concorrências da Procuradoria Geral do Estado (PGE), em conjunto com a Seinfra, com o objetivo de contratar uma nova empresa para concluir os trabalhos.
O cancelamento do contrato com o consórcio que vinha realizando os serviços, paralisados em junho, foi motivado por conta dos recorrentes atrasos no cronograma de entrega do equipamento, que a princípio deveria ter ficado pronto para a Copa do Mundo.

Atrasos
"Por diversas vezes a Seinfra notificou o consórcio por atrasos nos serviços, mas o contrato não foi rompido antes porque foram levadas em consideração algumas variáveis que poderiam atrasar a obra, como as chuvas, paralisação de operários e, sobretudo, a demora no processo de realização de uma nova licitação", pronunciou-se o órgão, via assessoria de imprensa. Com o sucessivo descumprimento aos prazos, a dissolução do contrato foi oficializada em junho de 2014 e o consórcio multado.

Transtornos
A obra, que por si já causa estorvos à população, devido às alterações no trânsito, barulho e poeira provocados, deixa indignados alguns moradores do entorno do empreendimento, pelo fato de os serviços estarem parados e sem prazo de conclusão.
O eletricista Francisco Lourival Mendes Almeida, morador do Bairro de Fátima, queixa-se da falta de perspectivas em relação ao equipamento. "Essa obra só trouxe transtorno para nós. O trânsito (na Avenida Borges de Melo) foi desviado para uma rua que não tem condições para receber grande tráfego. O descaso é visível, está tudo abandonado, quem quiser pode chegar e levar os ferros da construção", denuncia o morador.
Devido à imprevisão sobre a retomada na construção da linha do VLT, a Avenida Borges de Melo foi liberada provisoriamente para o tráfego no último dia 20 de outubro.
A intenção do Governo do Estado, para compensar o atraso nas obras, é fazer o processo licitatório por meio de um regime especial, que deve garantir maior celeridade na contratação da construtora e, consequentemente, agilizar a entrega do empreendimento. Trata-se do Regime Diferenciado de Contratação (RDC), em que vence a empresa que apresentar o lance de menor valor global perante seus concorrentes. O método RDC é permitido pelo fato de a obra estar inserida no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Cargas
O Ramal do VLT Parangaba-Mucuripe é um projeto da Seinfra em conjunto com a Companhia Cearense de Transportes Metropolitanos (Metrofor). A linha já existe atualmente, sendo utilizada para o transporte de cargas, mas deve ser remodelada para atender também à condução de passageiros.
O percurso atravessa, ao todo, 22 bairros e, segundo estudo realizado em 2006, a previsão de demanda para o VLT envolve o número de 90 mil passageiros por dia. Os veículos a serem implantados na Capital devem ser os mesmos já utilizados nos municípios cearenses de Juazeiro do Norte e Sobral.
Das dez estações previstas ao longo do percurso do VLT na Capital, apenas a Vila União, situada às margens da Avenida Borges de Melo, está com obras avançadas, com 93% concluídos. No restante, há apenas estruturas iniciadas e material de construção depositados.
Fonte - Diário do Nordeste  09/11/2014

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