Nesta quarta-feira, 19, data marcada pela Agência de Regulação de Serviços Públicos de Energia e Transportes (Agerba) para recebimento de propostas para o edital de licitação do sistema, o presidente da concessionária, Luiz Carlos Cantanhede, apresentou os documentos e, sem concorrência, ofereceu o menor valor de outorga estipulado no edital: R$ 5 milhões.
Anderson Sotero
A Tarde
Ferry Anna Nery, uma das embarcações do sistema sob gestão da Internacional Marítima Raul Spinassé | Ag. A TARDE |
Nesta quarta-feira, 19, data marcada pela Agência de Regulação de Serviços Públicos de Energia e Transportes (Agerba) para recebimento de propostas para o edital de licitação do sistema, o presidente da concessionária, Luiz Carlos Cantanhede, apresentou os documentos e, sem concorrência, ofereceu o menor valor de outorga estipulado no edital:
R$ 5 milhões.
A quantia deverá ser investida no sistema, nos cinco primeiros anos. Segundo o diretor-executivo da Agerba, Eduardo Pessoa, o prazo para a análise da proposta é de cinco dias. Apesar de ainda não ter resultado, Pessoa disse que a Internacional deve ser escolhida. "Analisaremos o plano de negócios e a documentação jurídica, financeira e tributária. Se estiver tudo certo, publicaremos. Tudo indica que seja a escolhida", antecipou o gestor.
O gestor da Agerba comentou, ainda, a ausência de concorrência e o valor oferecido. "Não sei por que só um interessado apareceu. Sabemos que cinco empresas baixaram o edital para concorrer. Agora, se uma empresa concorre sozinha, você espera que ela ofereça mais?"
Dentre as exigências para a concessionária, Pessoa destacou melhorias nos terminais e reformas das estruturas de atracação. Já o governo fará a reforma das instalações subaquáticas.
"Nossa expectativa é fazer um bom trabalho, atender a necessidade dos usuários e expectativa do governo. Isso demanda tempo e dinheiro", disse o presidente da Internacional Marítima.
Na época do contrato emergencial com a empresa, o vice-governador Otto Alencar disse que quando a licitação fosse feita o modelo de concessão seria revisto, para que não ocorressem os problemas do contrato com a TWB, antiga concessionária. O contrato previa revisão só depois de cinco anos.
Eduardo Pessoa informou que o edital de licitação prevê agora uma revisão inicial no prazo de três anos, mas que, a partir da segunda, voltará a ser a cada cinco anos.
Sistema arcaico
À frente do sistema por cerca de um ano, o diretor-presidente da Internacional prevê cerca de R$ 60 milhões de investimentos e retorno da hora marcada, caso seja escolhida. "Temos um sistema arcaico, atracadouro e embarcações antigas. É um modelo desgastado pelo tempo. Isso carece de ser atualizado", destacou Cantanhede.
Com sede em São Luís (MA), a Internacional atua também em mais quatro estados, como São Paulo, onde opera as travessias do Guarujá, no litoral paulista.
Lá, a concessionária recebe valor mensal do governo para administrar o sistema, que transporta 12 milhões de carros ao ano, quatro milhões de passageiros por mês, em 32 embarcações. Aqui, são quatro milhões de passageiros e 520 mil carros por ano. "Nossa expectativa é tornar essa coisa lucrativa em oito anos. Temos mais 17 para ganhar dinheiro", destacou o gestor.
Cantanhede contou que no último domingo fez a travessia para Itaparica e se surpreendeu: "Achei um negócio de maluco. Não pode continuar assim. É humilhante".
A comerciante Lenise Ferreira criticou a ausência de usuários para analisar a proposta da Internacional. "Queremos um lugar na comissão. A Internacional deixou muito a desejar neste período que assumiu", disse.
"Queremos que a empresa venha a se comprometer em reestruturar os terminais, trazer embarcações novas, mas o sistema é um quadro crônico. A empresa sozinha não vai conseguir. O governo também tem que fazer a parte dele", ressaltou o presidente da Associação da Mobilidade Urbana, Afonso Celso.
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