Hoje, não há opção para uma mobilidade adequada sem combustível para carros e ônibus. Cadê o metrô nessa hora? Onde estão as estações de trem metropolitano ou de VLT para garantir a locomoção dos milhões de trabalhadores, das crianças que querem ir para escola ou das pessoas que precisam utilizar os hospitais? Em cidades mais desenvolvidas o transporte metroferroviário de passageiros responde, em média, por 40% a 45% dos deslocamentos diários da população nos centros urbanos, enquanto que no Brasil esse tipo de transporte responde por menos de 7% dos deslocamentos.
Por Roberta Marchesi* - ANPTrilhos
foto - ilustração/arquivo |
Hoje, não há opção para uma mobilidade adequada sem combustível para carros e ônibus. Cadê o metrô nessa hora? Onde estão as estações de trem metropolitano ou de VLT para garantir a locomoção dos milhões de trabalhadores, das crianças que querem ir para escola ou das pessoas que precisam utilizar os hospitais? Em cidades mais desenvolvidas o transporte metroferroviário de passageiros responde, em média, por 40% a 45% dos deslocamentos diários da população nos centros urbanos, enquanto que no Brasil esse tipo de transporte responde por menos de 7% dos deslocamentos. Nas cidades onde a nossa malha é um pouco mais desenvolvida, como Rio de Janeiro ou São Paulo, o transporte sobre trilhos não chega a representar 20% dos deslocamentos diários, percentual muito baixo para o tamanho e densidade de nossas cidades.
Investir em transporte de passageiros sobre trilhos gera benefícios que vão muito além do transporte em si. A utilização de trens, metrôs e VLTs contribui para amenizar os congestionamentos, para a reduzir o número de acidentes de trânsito e os custos com internações hospitalares. Investir em transporte sobre trilhos é investir no meio ambiente, reduzindo o uso de combustíveis fósseis, a poluição atmosférica e a poluição sonora. Investir em trilhos é investir no cidadão, disponibilizando um sistema de transporte seguro, rápido e eficiente e garantindo, a cada um de seus usuários, mais tempo para lazer, estudo ou família. Investir em trilhos é aumentar o PIB brasileiro, pois o tempo perdido na ineficiência da mobilidade poderia movimentar a Economia do País.
A manifestação ora travada pelos caminhoneiros possibilita evidenciar que não se pode mais pensar em mobilidade tendo como única alternativa os sistemas dependentes de combustíveis fósseis. É fundamental dotar nossas cidades de uma rede integrada de transporte, que utilize os sistemas sobre trilhos como estruturadores dos grandes fluxos urbanos.
Em tempos de período eleitoral é essencial que os candidatos à Presidência da República e aos governos Estaduais incluam em suas agendas, como prioridade, ações efetivas em mobilidade urbana sobre trilhos. É preciso ter coragem para quebrar velhos padrões e assumir uma política pública inovadora para o setor, para que possam a vir a deixar um importante legado para os cidadãos.
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