Jessica Sandes - A Tarde
Nery e vice da associação foram barrados em ônibus Fernando Amorim | Ag. A TARDE |
Segundo Everaldo Nery, presidente da entidade, em caso de ocupação dos três assentos antes da catraca, os cegos escolhiam entre fazer o trajeto em pé ou descer e aguardar outro veículo.
Na terça, ele e o vice-presidente da associação, Antônio Andrade, foram barrados em dois ônibus, na Piedade. Cobradores e motoristas alegaram não estar autorizados a liberar o acesso.
O rodoviário André Nascimento confirmou a falta de autorização, mas disse que há colegas que liberam a entrada pela porta do meio. "Eu já vi um amigo receber reclamação por isto, mas penso que todos têm o direito de passar. Eu sempre libero", disse.
Conforme o secretário municipal de Mobilidade, Fábio Mota, os cegos devem ativar o chip do cartão fornecido pelo Sindicato das Empresas de Transporte Público de Salvador (Setps). "Agora, que a catraca passou para frente, o chip passa a ser utilizado. Eles só precisam ativá-lo no Setps", disse.
Segundo Mota, não é possível flexibilizar o acesso criando um decreto, como ocorreu com os idosos. "Eles não tinham o cartão que os cegos possuem".
A Secretaria Municipal de Mobilidade (Semob) aponta que há cerca de 11 mil deficientes visuais cadastrados no Setps. Desses, só 10% já ativaram os chips.
Encontro
Everaldo Nery disse ter tentado contatar Fábio Mota para resolver o problema. O secretário, por sua vez, declarou ter feito o mesmo, em relação a Nery, ambos sem sucesso.
Diante do impasse, a equipe de A TARDE promoveu encontro entre os dois lados, na terça, na sede da Semob, em Amaralina. Nery se comprometeu em conscientizar associados sobre a necessidade de ativação dos chips.
Mota ficou de enviar ofício às empresas do sistema Integra Salvador e ao Setps, solicitando a flexibilização co acesso dos cegos até os chips serem ativados - o prazo não foi divulgado.
Aplicativo
Durante a reunião de terça, o gestor municipal anunciou, em primeira mão, que o lançamento de aplicativo para deficientes visuais está previsto para 30 de março.
Segundo ele, o software informará em quanto tempo os ônibus chegarão ao ponto próximo aos usuários, estimativa de horário do percurso e outras informações em linguagem apropriada.
"Salvador será a primeira capital do país a disponibilizar esse serviço a deficientes. A intenção é que a cidade fique cada vez mais acessível", pontuou Mota.
Representantes da empresa contratada para desenvolver o software se reúnem, nesta quarta, com Everaldo Nery, na associação, nos Barris. "O aplicativo nos será apresentado. Esperamos que seja positivo", ponderou ele.
Fonte - A Tarde 21/01/2015
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