Marina deveria se dedicar no programa a comunicar seu número - As mudanças, segundo nota publicada na edição desta quinta-feira do diário conservador paulistano Folha de S. Paulo, passariam a valer para o segundo turno das eleições, caso a candidata chegue até lá.
Correio do Brasil - Da Redação
“Dirigentes da legenda consideram que o grupo precisa ser ‘turbinado’ e que a campanha na televisão também precisa melhorar. Uma das constatações é a de que Dilma Rousseff, por ser governo, tem material de sobra para rechear o tempo de TV do segundo turno (cada uma terá direito a dez minutos) com obras de sua gestão. Já a equipe de Marina precisaria quebrar a cabeça, já que discursar por tanto tempo seguido sobre propostas para o futuro seria ‘suicídio’ para qualquer político, por mais carismático que seja”, diz a nota.
O fato é que a pesquisa do Datafolha localizou o início da tendência de queda de Marina e de crescimento de seus adversários nas intenções de voto para o primeiro turno, apenas o próximo levantamento com um terceiro ponto na evolução poderá confirmar a nova diretriz. Há, no entanto, elementos que podem confirmar a desconstrução da imagem pública de Marina. A continuidade do crescimento de sua taxa de rejeição – que oscilou de 15% para 18% desde o fim de agosto – é um deles. Trata-se do índice mais alto de reprovação da ex-senadora até agora, semelhante ao que exibia no final do primeiro turno de 2010, quando não sofreu questionamentos comparáveis aos atuais.
Outro ponto que nesta etapa da disputa serve mais para ilustrar o potencial das candidaturas do que propriamente embasar prognósticos é o de segundo turno. “Apesar de também apresentar variações dentro da margem de erro em relação à semana passada, a vantagem de Marina para Dilma caiu de 10 para 4 pontos em 12 dias”, diz a análise da pesquisa, assinada por Mauro Paulino, diretor-geral do Datafolha e Alessandro Janoni, diretor de pesquisas do instituto.
“O tom dos ataques a Marina parece atingir, nesse primeiro round, segmentos do eleitorado com renda superior a 5 salários mínimos. Também é curiosa a retomada de apoio a Dilma na região Norte, origem de Marina, e, por outro lado, o melhor desempenho da ambientalista no Centro-Oeste”, continua a análise.
Com os resultados do estudo do Datafolha que combina variáveis para medir o grau de afinidade do eleitor com os candidatos, é possível chegar ao piso e teto de cada um neste momento. Os intervalos projetam a volatilidade das candidaturas para um espaço curto de tempo. Dilma tem hoje piso de 32% de intenções de voto e teto de 39%. Em relação a Marina, esses índices correspondem a 28% e 37% e para Aécio, eles são de 12% e 19%.
“Mudanças significativas nas curvas de total das intenções de voto daqui para frente dependem, porém, do quanto a campanha de desconstrução da ex-ministra alcançará setores de peso relevante na composição do eleitorado, como moradores do Sudeste e os de menor renda e escolaridade média. Se nos próximos dias seus adversários não conseguirem o feito, melhor do que se preocupar em responder aos ataques, Marina deveria se dedicar no programa a comunicar seu número. Apenas 25% dos que pretendem elegê-la sabem dizer os algarismos que devem digitar na urna”, conclui.
Fonte - Correio do Brasil 11/09/2014
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