Prédio construído pelos ingleses em 1914 abriga Museu Histórico. Programação do centenário terá homenagens e exposições nesta quarta.
Por Orion Pires
www.notíciaferroviária.com.br - ( G-1)
Na década de 50 os trens já percorriam as ferrovias brasileiras a todo vapor transportando cargas e passageiros. Foi por uma delas que o jovem Antonio Farias desembarcou em Peruíbe, na época ainda distrito de Itanhaém, ambas localizadas no litoral de São Paulo. Farias trabalhou na Estação Ferroviária da Cidade por 34 anos e faz parte da história de 100 anos do patrimônio histórico e cultural. Ele é um dos ferroviários mais antigos do município e será homenageado nesta quinta-feira (28), como parte das comemorações do centenário da antiga Estação.
O prédio, que foi construído em 1914, fica no bairro de mesmo nome e completou aniversário de fundação no domingo (24). Para celebrar a data, a Prefeitura local preparou gincanas entre escolas, palestras, oficinas, encontro de ferreomodelismo, além de exposição de modelos e fotos antigas.
E foram justamente essas imagens que fizeram Antonio Farias voltar no tempo. Ele visitou a Estação esta semana e ficou surpreso ao rever um quadro com uma foto sua e de outros companheiros da época de ferroviário. "Você pode tirar uma foto minha? Tá vendo, eu ainda tinha um pouco de cabelo", brinca.
Farias chegou à região com 19 anos, quando conheceu um conterrâneo de Belo Horizonte, Minas Gerais, que o chamou para trabalhar como bilheteiro nos vagões de trem da linha Santos – Juquiá. Depois disso passou a cuidar da conservação da Estação de Peruíbe, onde morava. "Eu fazia de tudo um pouco no começo e viajava bastante para Santos, para o Vale do Ribeira. Também já cuidei da parte elétrica, das paredes, janelas, bancos até chegar a supervisor de obras. A gente tinha que manter tudo funcionando direitinho e dava um trabalho danado. Os trens transportavam muita coisa, de pessoas até comida e não podia sair do trilho", conta o ex-ferroviário.
Hoje aposentado, Farias nem imaginava que o local onde passou boa parte da sua vida completaria um século. "Tá velhinho, né? Olha, eu fico muito feliz de testemunhar esse momento, porque eu vi tudo isso aqui acontecer. Quando cheguei nem nome de Peruíbe tinha direito e tudo foi acontecendo muito rápido. Eu tenho tanto orgulho de ter sido ferroviário que até minha falecida esposa era filha de um. Faz parte da vida", recorda o ex-ferroviário.
O prédio, que foi construído em 1914, fica no bairro de mesmo nome e completou aniversário de fundação no domingo (24). Para celebrar a data, a Prefeitura local preparou gincanas entre escolas, palestras, oficinas, encontro de ferreomodelismo, além de exposição de modelos e fotos antigas.
E foram justamente essas imagens que fizeram Antonio Farias voltar no tempo. Ele visitou a Estação esta semana e ficou surpreso ao rever um quadro com uma foto sua e de outros companheiros da época de ferroviário. "Você pode tirar uma foto minha? Tá vendo, eu ainda tinha um pouco de cabelo", brinca.
Farias chegou à região com 19 anos, quando conheceu um conterrâneo de Belo Horizonte, Minas Gerais, que o chamou para trabalhar como bilheteiro nos vagões de trem da linha Santos – Juquiá. Depois disso passou a cuidar da conservação da Estação de Peruíbe, onde morava. "Eu fazia de tudo um pouco no começo e viajava bastante para Santos, para o Vale do Ribeira. Também já cuidei da parte elétrica, das paredes, janelas, bancos até chegar a supervisor de obras. A gente tinha que manter tudo funcionando direitinho e dava um trabalho danado. Os trens transportavam muita coisa, de pessoas até comida e não podia sair do trilho", conta o ex-ferroviário.
Hoje aposentado, Farias nem imaginava que o local onde passou boa parte da sua vida completaria um século. "Tá velhinho, né? Olha, eu fico muito feliz de testemunhar esse momento, porque eu vi tudo isso aqui acontecer. Quando cheguei nem nome de Peruíbe tinha direito e tudo foi acontecendo muito rápido. Eu tenho tanto orgulho de ter sido ferroviário que até minha falecida esposa era filha de um. Faz parte da vida", recorda o ex-ferroviário.
Desenvolvimento
Segundo a historiadora Fátima Cristina Pires, a construção da Estação Ferroviária por ingleses da Southern San Paulo Railway (empresa responsável pelas linhas) impulsionou a emancipação político-administrativa de Peruíbe. "Essas terras pertenciam a Itanhaém. A partir da reunião de munícipes e políticos envolvidos com a causa da emancipação eles organizaram uma passeata no dia 24 de Dezembro de 1958, quando foi votado plebiscito de emancipação. Por esse motivo a avenida que corta o bairro (da Estação) leva o nome dessa data", afirma a historiadora.
Como naquela época as pessoas só possuíam duas opções de caminho para se locomover entre as cidades da região, utilizando a praia ou as linhas férreas, a conservação da memória da Estação também está ligada ao desenvolvimento da Baixada Santista. "Na questão econômica ficou muito mais fácil transportar o pescado, cimento e outros produtos produzidos na região para os municípios mais distantes e garantir o desenvolvimento econômico-financeiro. As mercadorias chegavam ao Porto de Santos e eram exportadas para outros locais", explica.
Mesmo com toda essa importância histórica o prédio viveu anos de abandono. Depois que encerrou suas operações para o transporte de passageiros em 1997, a antiga Estação deu lugar a usuários de drogas nas redondezas.
Já o transporte de cargas seguiu até 2003, levando enxofre do Porto de Santos até Cajati, no Vale Ribeira. Desse período em diante o local só foi receber atenção por parte dos governantes em 2010, quando o prédio foi restaurado e reaberto para o público como arquivo. Este ano, novos reparos foram necessários e o espaço foi definitivamente utilizado como ponto cultural da cidade, abrigando atualmente o Museu Histórico e Arqueológico.
Programação
A programação que marca o centenário da Estação Ferroviária de Peruíbe começa nesta quinta-feira (28), às 9h30, com uma gincana entre escolas, seguido de apresentações musicais, na própria Estação. Já às 19h, cerca de 50 pessoas, entre moradores do bairro e ex-ferroviários serão homenageados durante sessão solene na Câmara Municipal.
Na sexta-feira (29), o departamento de Cultura de Peruíbe fará uma palestra e oficina sobre patrimônio histórico. As atividades terão início às 9h30. Já no sábado (30) e domingo (31), das 9 às 14h, a Estação permanecerá aberta ao público para um encontro de ferreomodelismo e exposição de fotos. O encerramento será às 17h, em frente à rodoviária com o Forró no Asfalto.
Fonte - STEFZS 29/08/2014
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