Meio ambiente
A iniciativa, desenvolvida pela empresa Itaipu Binacional, recuperou municípios da região da usina hidrelétrica, na bacia hidrográfica Paraná 3, no oeste do estado.Para o diretor de Coordenação e Meio Ambiente da Itaipu Binacional, Nelton Friedrich, essa é uma estratégia local para o enfrentamento das mudanças climáticas e para a gestão de bacias hidrográficas....
Camila Boehm
Repórter da Agência Brasil
O programa Cultivando Água Boa, implementado no Paraná e considerado pelas Nações Unidas (ONU) a melhor prática de gestão da água no mundo neste ano, está sendo apresentado na cidade São Paulo como alternativa para contornar a crise hídrica no estado.
A iniciativa, desenvolvida pela empresa Itaipu Binacional, recuperou municípios da região da usina hidrelétrica, na bacia hidrográfica Paraná 3, no oeste do estado. Em 29 cidades, onde vivem mais de 1 milhão de pessoas, o projeto contou com cerca de 2,4 mil colaboradores e resultou na produção anual de 430 bilhões de litros de água, duas vezes mais que a necessidade da população local.
Para o diretor de Coordenação e Meio Ambiente da Itaipu Binacional, Nelton Friedrich, essa é uma estratégia local para o enfrentamento das mudanças climáticas e para a gestão de bacias hidrográficas, o que pode ajudar, neste momento de crise, a rever a forma de uso dos recursos hídricos.
“Nós elegemos a unidade 'bacia hidrográfica' como território de atuação do programa, porque é assim que a natureza está planejada. A recuperação tem um resultado extraordinário para as pessoas, para os municípios e para o país, porque recupera o solo, a água e a convivência comunitária”, explica.
No início do programa, quando foi implementado nas cinco primeiras microbacias, houve a recuperação de 55 espécies da flora e fauna. “O mais importante é que isso despertou nas próprias comunidades um interesse novo, porque voltaram também [a aparecer] pastos que já não se encontravam mais [na região da usina] e algumas flores”, disse o diretor.
O tratamento da água abrange muitos setores e ações, entre elas, a recomposição de mata ciliar, a educação ambiental, a agricultura familiar e a coleta de recicláveis. A educação envolveu merendeiras, professores, pescadores, jardineiros e estudantes. Já o desenvolvimento de uma agricultura orgânica, sem agrotóxicos e sustentável, resultou no percentual de 70% da merenda escolar sendo fornecida pela produção local de alimentos.
A inclusão social e produtiva alcançou ainda comunidades indígenas e quilombolas, incentivando não só o cultivo de alimento, mas também a instalação de centros de artesanato e apoio para infraestrutura. “Há uma forte ação educacional e construção de uma cultura da água, da cultura de sustentabilidade, com ênfase nos nexos da água com a produção de energia, a produção de alimentos e a sustentação da comunidade de vida”, apresentou a Itaipu.
O secretário do Verde e Meio Ambiente, Wanderley Meira, disse que a educação ambiental é importante sobretudo na primeira infância. Ele destacou ainda que a cidade de São Paulo exige que tudo seja em grande escala, o que seria um desafio para implementação de programas como este.
“Também é importante frisar que, na cidade de São Paulo, quem cuida da água, tanto do seu manejo, do tratamento, do abastecimento e do acondicionamento é a Sabesp”, acrescentou. Apesar disso, ele observou que há ações que podem ser executadas pelo governo municipal. “Tem, sim, um papel da prefeitura, mas muito mais de educação ambiental e de preparar a população para o uso mais adequado do consumo do que necessariamente na operação da água.”
A comunidade poderá conhecer mais sobre o programa Cultivando Água Boa em uma exposição gratuita que está aberta no Museu Oceanográfico da Universidade de São Paulo (USP).
Arquivo - Agência Brasil |
A iniciativa, desenvolvida pela empresa Itaipu Binacional, recuperou municípios da região da usina hidrelétrica, na bacia hidrográfica Paraná 3, no oeste do estado. Em 29 cidades, onde vivem mais de 1 milhão de pessoas, o projeto contou com cerca de 2,4 mil colaboradores e resultou na produção anual de 430 bilhões de litros de água, duas vezes mais que a necessidade da população local.
Para o diretor de Coordenação e Meio Ambiente da Itaipu Binacional, Nelton Friedrich, essa é uma estratégia local para o enfrentamento das mudanças climáticas e para a gestão de bacias hidrográficas, o que pode ajudar, neste momento de crise, a rever a forma de uso dos recursos hídricos.
“Nós elegemos a unidade 'bacia hidrográfica' como território de atuação do programa, porque é assim que a natureza está planejada. A recuperação tem um resultado extraordinário para as pessoas, para os municípios e para o país, porque recupera o solo, a água e a convivência comunitária”, explica.
No início do programa, quando foi implementado nas cinco primeiras microbacias, houve a recuperação de 55 espécies da flora e fauna. “O mais importante é que isso despertou nas próprias comunidades um interesse novo, porque voltaram também [a aparecer] pastos que já não se encontravam mais [na região da usina] e algumas flores”, disse o diretor.
O tratamento da água abrange muitos setores e ações, entre elas, a recomposição de mata ciliar, a educação ambiental, a agricultura familiar e a coleta de recicláveis. A educação envolveu merendeiras, professores, pescadores, jardineiros e estudantes. Já o desenvolvimento de uma agricultura orgânica, sem agrotóxicos e sustentável, resultou no percentual de 70% da merenda escolar sendo fornecida pela produção local de alimentos.
A inclusão social e produtiva alcançou ainda comunidades indígenas e quilombolas, incentivando não só o cultivo de alimento, mas também a instalação de centros de artesanato e apoio para infraestrutura. “Há uma forte ação educacional e construção de uma cultura da água, da cultura de sustentabilidade, com ênfase nos nexos da água com a produção de energia, a produção de alimentos e a sustentação da comunidade de vida”, apresentou a Itaipu.
O secretário do Verde e Meio Ambiente, Wanderley Meira, disse que a educação ambiental é importante sobretudo na primeira infância. Ele destacou ainda que a cidade de São Paulo exige que tudo seja em grande escala, o que seria um desafio para implementação de programas como este.
“Também é importante frisar que, na cidade de São Paulo, quem cuida da água, tanto do seu manejo, do tratamento, do abastecimento e do acondicionamento é a Sabesp”, acrescentou. Apesar disso, ele observou que há ações que podem ser executadas pelo governo municipal. “Tem, sim, um papel da prefeitura, mas muito mais de educação ambiental e de preparar a população para o uso mais adequado do consumo do que necessariamente na operação da água.”
A comunidade poderá conhecer mais sobre o programa Cultivando Água Boa em uma exposição gratuita que está aberta no Museu Oceanográfico da Universidade de São Paulo (USP).
Fonte - Agência Brasil 12/04/2015
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