De acordo com os moradores, os “bombistas”, como geralmente são chamados os que realizam tal ação, soltam a bomba e depois mergulham para pegar o peixe. Normalmente, eles aproveitam quando há uma mudança no tempo com a água ficando mais quente na superfície e, assim, os peixes acabam subindo. “A explosão acaba destruindo todos os arrecifes da beira-mar, mata espécie menores e acaba descontrolando a fauna”, comentou Dantas.
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Tribuna da Bahia |
“A questão das bombas é que elas afetam todas as casas, ali da Avenida Beira-Mar, que tem uma estrutura antiga. Às vezes você vê até um defeito aparente. Na minha casa mesmo, você vê rachaduras e em outros lugares, azulejos rachados. Mas, há também residências em que há problemas em sua base. Você pode perguntar a qualquer morador, que ele sente o tremor no chão quando tem bomba. A questão é que aquela área da beira-mar é tudo areia e o piso é mais fofo e a base também pode ter sido prejudicada”, disse Tiago Dantas, morador do local.
Segundo ele, as bombas utilizadas na pesca não são de fabricação caseira, mas explosivos como bananas e espoletas de dinamite. “Acredito que seja um material de uso exclusivo do exército. Como é então que eles conseguem isso? Dizem que eles conseguem no Bonfim e em Madre de Deus. E eles não respeitam, soltam a qualquer hora mesmo, principalmente de manhã e até mesmo a tarde”, reclamou.
De acordo com os moradores, os “bombistas”, como geralmente são chamados os que realizam tal ação, soltam a bomba e depois mergulham para pegar o peixe. Normalmente, eles aproveitam quando há uma mudança no tempo com a água ficando mais quente na superfície e, assim, os peixes acabam subindo. “A explosão acaba destruindo todos os arrecifes da beira-mar, mata espécie menores e acaba descontrolando a fauna”, comentou Dantas.
A situação, no entanto, não é novidade para os moradores da região que até se dizem já “acostumados com os casos”. A principal queixa deles, no entanto, é a falta de fiscalização por parte das autoridades competentes. “Os barcos de fiscalização quase não passam por aqui. Hoje você até está vendo um navio da Marinha, mas é muito raro. A polícia também, quando vem, passa muito rápida e logo vai embora. Assim, os bombistas aproveitam e fazem a festa”, contaram dois moradores do local que, temendo represálias, não quiseram se identificar.
A casa de um deles, por sinal, já apresenta rachaduras. Por outro lado, outros imóveis estão em pior situação e correm até o risco de queda de parte da estrutura. “O barulho das bombas é tão forte que chega a balançar as nossas casas. Em muitas delas, o piso já caiu, assim como os azulejos da cozinha. Já tentamos falar com alguém para resolver esta situação, mas até agora nada”, relatou uma moradora da Avenida Beira-Mar.
No entanto, de acordo com o major Nathan de Oliveira Rocha, comandante da Companhia de Polícia de Proteção Ambiental (COPPA), da Polícia Militar, responsável pelas fiscalizações, operações e rondas são constantemente realizadas na tentativa de se coibir as irregularidades. “Fizemos a nossa primeira operação no começo do mês de abril quando apreendemos dois caiaques e uma catraia de madeira na Pedra Furada. Nela estavam explosivos artesanais de fabricação caseira, além de um pouco de pólvora de dinamite, que os bombistas acabaram jogando no mar”, comentou. No entanto, os homens acabaram fugindo.
Rondas também são constantemente realizadas pela COPPA em toda a Bahia de Todos-os-Santos, principalmente em locais como Itapagipe, Boa Viagem e na região da Gamboa, de onde partem a maioria das denúncias. Segundo o Major, a estrutura do órgão consta de lanchas, motos náuticas e policiais prontos para executar as ações e evitar novas irregularidades.
“Os bombistas geralmente atuam entre 5h e 6h da manhã, ou quando a maré está mais cheia. Todo esse produto recolhido eles vendem nas colônias de pescadores e também nos mercados da região. Nós aqui estamos em um processo de planejamento constante e desenvolvendo contínuas reuniões e a nossa expectativa é a de que possamos realizar mais operações. Os que forem pegos serão encaminhados à Polícia Civil que os enquadrará dentro da lei”, destacou o Major.
Quem quiser fazer uma denúncia de pesca com bomba pode ligar para os números 3235-0000 e 3116-9151, na capital baiana, ou 181 para quem mora no interior.
Quem quiser fazer uma denúncia de pesca com bomba pode ligar para os números 3235-0000 e 3116-9151, na capital baiana, ou 181 para quem mora no interior.
Fonte - Tribuna da Bahia 27/04/2015
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