segunda-feira, 9 de março de 2015

Paulistas vaiam e dengue se alastra em SP

Política

Talvez os moradores “chiques” destas áreas (nobres) não estejam incomodados com a grave crise de falta de água, com as panes e superlotações dos trens do Metrô e com a escalada de violência no Estado mais rico do país. Eles também nem devem estar cientes da epidemia de dengue que se alastra por São Paulo. 

Por Altamiro Borges

Neste domingo (8), alguns bairros nobres da capital paulista promoveram panelaços e vaias contra Dilma Rousseff durante seu pronunciamento em rede nacional de rádio e tevê. Talvez os moradores “chiques” destas áreas não estejam incomodados com a grave crise de falta de água, com as panes e superlotações dos trens do Metrô e com a escalada de violência no Estado mais rico do país. Eles também nem devem estar cientes da epidemia de dengue que se alastra por São Paulo. Afinal, a chamada classe média – ou “mérdia” – prefere confiar no noticiário da mídia tucana, regada por generosos anúncios publicitários do governador Geraldo Alckmin. Mas é bom ela ficar esperta. A dengue também pode atingi-la!
Na sexta-feira (6), uma mulher de 84 anos, moradora da periférica da Freguesia do Ó, foi registrada como a primeira vítima fatal da dengue na capital paulista. De 1º de janeiro a 4 de março foram confirmadas 2.708 ocorrências da doença na capital, frente a 1.440 casos no mesmo período do ano passado – avanço vertiginoso de 88%. De acordo com o Ministério da Saúde, os moradores das regiões mais pobres são os mais prejudicados pela falta de agentes do governo estadual de combate ao mosquito Aedes aegypti. Em todo o Estado de São Paulo, os casos de infecções e de mortes se multiplicam. Entre janeiro e fevereiro deste ano, a própria secretária estadual da Saúde registrou 38.714 casos de dengue.
O “mapa da dengue”, elaborado pelo hermético e autoritário governo do PSDB, indica que 20 dos 645 municípios paulistas concentram cerca de 60% dos casos registrados da doença no primeiro bimestre do ano. Em 2014, houve 87 óbitos por dengue (cinco no primeiro bimestre) e 193,6 mil casos registrados em todo o Estado. O Ministério da Saúde prevê que o pico das ocorrências deve acontecer em maio devido às condições do clima. Apesar do risco, o governador Geraldo Alckmin, o “picolé de chuchu” eternamente blindado pela mídia, finge que está tudo em paz e que não há maiores riscos à população – inclusive para os “coxinhas” dos bairros “chiques” dos centros urbanos de São Paulo.
Editorial da própria Folha tucana, publicado na sexta-feira (6), alerta que “a dengue é uma moléstia viral de causar calafrios em epidemiologistas: não existe vacina nem terapia específica contra ela; tratam-se apenas seus sintomas, como febre alta e dores no corpo; a prevenção exige que a população colabore de maneira disciplinada no combate ao mosquito transmissor, Aedes aegypti”. O texto até tenta blindar Geraldo Alckmin, ao afirmar que o problema é nacional, mas alerta: “O país vive novo surto da enfermidade... [Mas] em São Paulo, a progressão foi mais alarmante: eram 5.185 casos nas seis primeiras semanas de 2014, são 51.849 neste ano. Um avanço de 900%”.
O próprio jornalão tucano é forçado a reconhecer que “a incidência da doença em território paulista (117,7 casos por 100 mil habitantes) tornou-se a terceira maior do Brasil (atrás de Acre e Goiás). Há casos extremos no Estado, como a pequena Trabiju (1.650 moradores), onde um em cada 15 moradores foi contaminado”. A Folha alerta que “é fundamental intensificar as campanhas de esclarecimento e treinar mais equipes para realizar visitas de porta em porta”. Ela também joga a culpa nos cidadãos. “As medidas só terão efeito se cada um cuidar do próprio quintal”. Mas alivia totalmente a barra do governador Geraldo Alckmin, pré-candidato à eleição presidencial de 2018.
E muitos paulistas, como otários envenenados pela mídia, ainda preferem vaiar a presidenta Dilma Rousseff.
Fonte - Blog do Miro  09/03/2015

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