Público de shopping centers muda - De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Shoppings Centers da Bahia (Abrasce/BA), Edson Piaggio, 52% do volume de compra dos shoppings baianos tem sido adquiridos pelo público que passou a frequentar estes estabelecimentos nos últimos tempos.
Matheus Fortes - TB
Foto: Romildo de Jesus |
Este, inclusive, é um fator que tem levado à construção de novos empreendimentos comerciais por todo o país, e diversificado cada vez mais os shoppings, levando em conta sua localidade, e, conseqüentemente, seu público-alvo.
Na Bahia, o aumento das classes C, D e E nos shoppings centers segue a tendência nacional, assim como a edificação de novos centros comerciais de grande porte em áreas que não estejam necessariamente próximas às áreas com Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) elevado.
De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Shoppings Centers da Bahia (Abrasce/BA), Edson Piaggio, 52% do volume de compra dos shoppings baianos tem sido adquiridos pelo público que passou a frequentar estes estabelecimentos nos últimos tempos. Porém, embora ainda não haja uma a percentagem específica, ele garante que o número de frequentadores é bem maior.
Com a chegada de novos visitantes, também se faz necessária mudanças que possam acomodá-los, por isso tem havido um esforço maior por parte dos estabelecimentos para agregar esse novo público. “Os shoppings do estado ampliaram sua área de lazer, e tem buscado se adaptar em matéria de comunicação, layout e treinamento para os vendedores”, comentou o coordenador da Abrasce/BA.
Em Salvador, por exemplo, estabelecimentos desse porte foram construídos, nos últimos anos, em locais que estão fora das regiões onde vivem o público mais antigo desses centros comerciais – que corresponde às classes alta e média alta.
Enquanto o Shopping Bela Vista foi erguido nas proximidades da Rótula do Abacaxi e do Cabula – onde grande parte da população corresponde às classes média e baixa –, e trouxe inclusive um novo conceito de urbanização para a capital baiana, a região de São Cristóvão – vizinha a Lauro de Freitas –, recebeu o Shopping Salvador Norte.
Para a antropóloga Luciana Aguiar, a ascensão das classes C, D e E, vem acompanhado de um crescimento da economia do país. “O maior acesso a trabalho, embora a remuneração não seja tão grande, tem levado essas pessoas a consumirem mais”, explicou ela.
De acordo com o estudo feito pela antropóloga, entre 2001 e 2011, a população mais pobre teve um aumento acumulado de renda de 91% no Brasil. Na região nordeste, a rentabilidade das classes mais baixas cresceu 72%.
Outro fator relevante é que o jovem de classe C está mais escolarizado do que seus pais. “Por conta do acesso mais fácil à educação, a relação desse jovem com as lojas de varejo é bem diferente. Ele frequenta mais o comércio e faz mais compras pela internet. Tendo acesso à informação de forma bem mais facilitada do que seus pais”, explicou a antropóloga.
Essa tendência, segundo ela, tem levado o varejo a se adaptar ao novo público, com a abertura de novas lojas nas regiões mais distantes dos centros econômicos das grandes cidades. Contudo, mesmo que haja maior acesso, as classes ascendentes continuam com um poder de compra menor. Estaria o mercado se preparando também para uma redução de preços, com o objetivo de agregar ainda mais a população recém-chegada aos grandes centros comerciais?
“Ainda é cedo para pensar em preços menores. Isso ainda vai depender de uma maior distribuição de renda, e de como os departamentos de marketing dessas empresas vão trabalhar para agregar essa nova classe. O certo é que esse ônus demográfico tende a aumentar no Nordeste, pois a população, como um todo, é mais jovem e economicamente ativa, o que a faz também, mais consumidora”, finalizou a Luciana Aguiar.
Fonte - Tribuna da Bahia 25/09/2014
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