Apesar do aumento de 5% do total de passageiros no primeiro trimestre deste ano, metrô segue com malha reduzida, atendimento deficiente e escândalos de corrupção não apurados
RBA - Rede Brasil Atual
“Essa questão de custo do metrô só serve para justificar o não investimento, mas o metrô, em si, tem o custo compatível com o tipo de transporte que ele representa”, diz. Mesmo sem grande expansão da rede, o sistema metroviário, que inclui a CPTM, continua crescendo. Só no primeiro trimestre deste ano houve aumento de 5% no total de passageiros, o que representou cerca de 500 mil novas pessoas transportadas.
Segundo Xavier, a linha de trens constitui um meio de transporte que se autofinancia. “Caso não houvesse o metrô na cidade de São Paulo, o estado perderia mais de R$ 8 bilhões com assistentes, novos transportes menos eficientes, doenças oriundas da poluição etc. Esse valor equivale aos custos da linha 6 do metrô que está começando a ser construída agora.”
Xavier salienta ainda que o metrô não é caro se comparado aos seus benefícios para a cidade. “Os sucessivos governos não deram a importância devida a esse meio de transporte e à sua expansão. São Paulo tem que comemorar porque tem um transporte de qualidade, eficiente, com profissionais capacitados. Mas, por outro lado, tem muito a lamentar porque esse transporte é muito pequeno, não atende às demandas da capital e está impondo à população uma condição desumana de ser transportada.”
Luiz Claudio Marcolino, deputado do PT que solicitou uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa de São Paulo para investigar o cartel nos contratos do Metrô e da Companhia Paulista de Trens e Metrô (CPTM), ressalta que os problemas do transporte urbano não estão relacionados apenas com o histórico de corrupção. “Além disso, quando comparamos o metrô de São Paulo com o de outros países, nós percebemos que o nosso serviço está muito aquém da quantidade de pessoas que circulam pelo metrô e a quantidade de quilômetros percorridos.” Nestes 40 anos, o metrô de São Paulo avançou pouco: de 6,5 quilômetros, em sua inauguração, para 74 quilômetros hoje. Na Cidade do México, por exemplo, onde o metrô começou a ser construído na mesma época, já são 220 quilômetros.
Além da falta de linhas em regiões mais afastadas, o metrô também recebe críticas pela superlotação e pelo custo da tarifa a R$ 3. Este valor sustenta toda a operação do sistema metroviário, já que o governo do estado não subsidia a passagem dos usuários. Isso só ocorre na linha 4 – Amarela, operada em sistema de concessão. Nesse caso, o governo arcou com 85% do custo da obra e o restante foi financiado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a concessionária. A tarifa da linha 4 tem reajuste anual, mas o valor não é repassado para o passageiro, e sim para o estado.
Entretanto, para o presidente da Federação Nacional dos Metroviários, Paulo Pazzim, os serviços públicos não podem servir aos interesses do lucro. “Esta visão de metrô para dar lucro e de metrô para a iniciativa privada vai contra as mobilizações de junho de 2013. Naquela época, a população lutou para reduzir a tarifa. Se o transporte é um direito social, ele não pode ser caro a ponto de excluir de seu uso pessoas que têm menor poder aquisitivo.”
Fonte - STEFZS 19/09/2014
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