sábado, 29 de março de 2014

Terceira metrópole do país tem cena urbana de contrastes

Salvador

Os contrastes sociais se concretizam em espaços divididos como os da Pituba/Nordeste de Amaralina, Brotas/Buraco da Gia, Barra/Calabar, Iguatemi/Saramandaia e tantos outros.
O acentuado desnível social se evidencia em numerosos bairros onde comunidades aparecem ao lado de morros

Priscila Machado
Fernando Vivas | Ag. A TARDE
Salvador tem uma paisagem marcada por periferias que se estendem pelo Subúrbio, miolo e região norte, mas que também disputam lugar com bairros nobres no centro.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que 881.572 pessoas vivem em aglomerados subnormais na cidade, o que representa uma parcela de 32% da população.
Os contrastes sociais se concretizam em espaços divididos como os da Pituba/Nordeste de Amaralina, Brotas/Buraco da Gia, Barra/Calabar, Iguatemi/Saramandaia e tantos outros.
Segundo a Secretaria Municipal de Infraestrutura e Defesa Civil (Sindec), 73% das 750 mil residências da cidade são irregulares e se concentram, principalmente, no miolo e no Subúrbio.
A socióloga e organizadora da coletânea Como Anda Salvador e Sua Região Metropolitana, Inaiá Carvalho, explica que essa é uma característica própria das metrópoles brasileiras. "Enquanto o Subúrbio sempre foi ocupado pela população de baixa renda, a orla atlântica e o Centro da cidade concentram a classe média e alta", diz.
Inaiá também explica que o nome periferia era usado inicialmente para designar as regiões mais afastadas do Centro. Com o tempo, passou a se referir a qualquer bairro pobre, devido à semelhança em relação à falta de equipamentos e à concentração de pessoas de baixa renda.
Ainda conforme a socióloga, a periferia é dinâmica e, às vezes, é absorvida pelo Centro. "A Liberdade, por exemplo, era uma invasão. Com o passar dos anos, foi urbanizada, incorporada e já não é tão distante", diz.

Processo histórico
Na década de 1960, as periferias se intensificaram com a instalação de indústrias e a chegada de pessoas do interior do estado. A privatização das terras públicas municipais em 1968 impulsionou ainda mais esse crescimento, pois os terrenos do Centro e orla atlântica passaram a custar muito caro.
Restou aos mais pobres, ocupar, de forma precária e irregular, as porções de terra mais afastadas do núcleo, ou as brechas no entorno do centro comercial.
Atualmente, conforme o segundo vice-presidente do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis da Bahia, José Alberto de Vasconcelos, os bairros mais valorizados são o Horto Florestal e a Vitória, cujo metro quadrado passa de R$ 10 mil. "O bairro tem imóveis de alto luxo, supera inclusive os atuais Alphavilles, de metro quadrado em torno de R$ 7 mil", diz.
Fonte - A Tarde 29/03/2014

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