quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

TJ de Goiás aceita denúncia contra Demóstenes Torres por oito crimes de corrupção

Política

O ex-senador Demóstenes Torres, cassado pelo Senado em 2012 

Rodrigo Rodrigues
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil)
O Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) decidiu nesta quarta-feira (22) acatar denúncia do Ministério Público contra o ex-senador Demóstenes Torres (Ex-DEM) pela prática de oito crimes de corrupção.
A decisão aconteceu por unanimidade entre os desembargadores do TJ-GO, que também decidiram abrir processo contra o bicheiro Carlos Cachoeira, o Carlinhos Cachoeira, por corrupção ativa, ao lado de Cláudio Abreu, ex-diretor da Construtora Delta.
No texto da denúncia formulada pelo MP goiano, Demóstenes é acusado de receber vantagens indevidas como viagens em aeronaves particulares e quantias em dinheiro em virtude do cargo que mantinha de senador, entre o período que vai de junho de 2009 e fevereiro de 2012.
O ex-senador é acusado de receber R$ 5,1 milhões em dinheiro de Carlinhos Cachoeira e garrafas de bebidas de alto custo (R$ 14 mil), além de eletrodomésticos de luxo.
Na tese do MP, Demóstenes pode amargar até 16 anos de cadeia caso todos os crimes sejam acatados pela Justiça e as penas somadas.
Pelo crime de corrupção ativa Carlinhos Cachoeira e Cláudio Abreu também podem pegar entre dois e 12 anos de reclusão, além de multa, segundo cálculos do MP.
Os desembargadores do TJ-GO também decidiram derrubar a tesa de que as escutas telefônicas que incriminavam Demóstenes e os outros dois acusados, que a defesa alegava não terem autorização judicial em virtude do cargo de senador do acusado. Os advogados de defesa defendiam que o Ministério Público não tinha atribuição para comandar investigação criminal contra Demóstenes.
A versão foi rejeitada pelo relator do processo, desembargador Leandro Crispim, que votou também em favor da quebra do sigilo fiscal do ex-senador e pela perda do exercício do cargo de procurador de Justiça de Goiás.
Apesar da aceitação da denúncia, o TJ-GO decidiu analisar posteriormente os dois itens.

Histórico
Demóstenes e os dois réus são acusados de cometer crimes através de um esquema de exploração de jogos de azar em Goiás, revelado pela Operação Monte Carlo, em 2012.
Como prova contra os acusados, o MP-GO apresenta as gravações telefônicas feitas pela Polícia Federal. As conversas revelam troca de favores pessoais entre Demóstenes Torres e Cachoeira, fato que levou o ex-senador a ser cassado pelo Senado naquele mesmo ano.
Demóstenes é acusado de repassar informações privilegiadas para o bicheiro e de trabalhar para favorecer o amigo com projetos, dentro do Congresso Nacional, de legalização de jogos de azar.
O ex-senador está afastado do cargo de procurador de Justiça desde outubro de 2012, devido às suspeitas levantadas pelo Ministério Público.
Fonte - Portal Terra  22/01/2014

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