Presidente Putin fala a emissoras de TV da Rússia, EUA, Grã-Bretanha e Canadá
Na entrevista, o Presidente Putin afirma que os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2014, que serão realizados em fevereiro e março, custarão o equivalente a 15 bilhões de reais.
A seguir, os principais pontos da fala de Vladimir Putin às TVs.
TVs – Presidente, qual o custo das Olimpíadas de Sochi?
Vladimir Putin – O custo total dos preparativos das Olímpíadas é de 214 bilhões de rublos [ cerca de 6,4 bilhões de dólares, quase 15 bilhões de reais]. Cem bilhões de rublos saíram do Orçamento da Federação Russa e 114 bilhões foram obtidos junto à iniciativa privada, principalmente entre os investimentos realizados pela rede hoteleira da Rússia. O importante a dizer é que, com as Olimpíadas de Sochi, estamos alcançando diversos objetivos. O primeiro e o mais relevante deles é a modernização do Sul do país, com o desenvolvimento da infraestrutura de Sochi e das demais cidades da região. Penso que fomos bem sucedidos, uma vez que renovamos radicalmente a infraestrutura dos transportes, a de energia e a ambiental. O segundo objetivo a que nos propusemos foi o de reconstruir os centros de preparação e formação de atletas de alta competição. E, finalmente, nosso terceiro objetivo foi a criação de um novo pólo de turismo alpino com vistas a transformar esta região da Rússia numa estância turística disponível durante todo o ano, tanto no verão quanto no inverno. Penso que alcançamos os três objetivos.
TVs – Atualmente, os britânicos planejam ir à França ou à Suíça para praticar esqui, e o senhor quer convencê-los a vir à Rússia para esta prática. O senhor poderá dispensar a exigência de vistos para estas pessoas?
VP – Os convidados e os turistas estão dispensados da obtenção de visto, necessitando unicamente de credencial para vir a Sochi. Para obter essa credencial, devem se deslocar até as nossas representações diplomáticas nas quais funcionam guichês especialmente para este atendimento. O regime geral é o seguinte: todas as questões relativas aos vistos e à dispensa de vistos são tratadas em todo o mundo com base na reciprocidade. Gostaríamos muito de finalmente chegar a um acordo com nossos parceiros da União Europeia para uma dispensa recíproca de vistos.
TVs – Durante os Jogos Olímpicos de Londres, nos telhados dos prédios foram instalados mísseis Patriot. Veremos algo semelhante em Sochi?
VP – P rocuraremos fazer com que as medidas de segurança não sejam excessivas, não saltem à vista e não perturbem atletas, turistas e jornalistas. Mas também tudo faremos para que elas sejam eficientes. Nas atividades destinadas a garantir a segurança, serão envolvidos cerca de 40 mil agentes da polícia e dos serviços especiais. Isto significa que trataremos de proteger também o espaço aéreo, o mar e a área das montanhas.
TVs – Muitos políticos e personalidades notórias do Reino Unido, especialmente Elton John, manifestam sua preocupação pela atitude adotada na Rússia em relação aos homossexuais. O que o senhor tem a dizer sobre esta preocupação?
VP – Na Rússia, o homossexualismo não é punível por lei, ao contrário do que acontece em mais de um terço de todos os países. Em 70 países, o homossexualismo é judicialmente punível, e em sete deles é aplicada a pena de morte. As grandes competições internacionais devem ser impedidas nesses países? O que se tem na Rússia é uma lei que proíbe a propaganda, não apenas do homossexualismo, mas também da prática de abusos sexuais contra crianças. Porém, isto nada tem a ver com uma perseguição aos homossexuais. Assim, os homossexuais que pretendem vir aos Jogos Olímpicos, como atletas ou como turistas, não têm absolutamente nada a recear aqui na Rússia.
TVs – Existe alguma relação entre a Olimpíada de Sochi e o seu sonho de construir um Estado russo forte?
VP – Claro que existe. A obtenção de sucessos nos esportes é, em grande medida, um reflexo dos resultados da política econômica e social. E vice-versa: se promovemos o esporte, procuramos facilitar a resolução dos problemas demográficos e melhorar a saúde da nação. Julgo isto extremamente importante, o que não é minha ambição pessoal, mas um interesse concentrado direto do Estado e de nosso povo.
TVs − Há alguma possibilidade de o senhor se candidatar de novo às próximas eleições? O senhor já está pensando nesta possibilidade?
VP – Ainda é muito cedo para discutir este assunto. Estamos no ano de 2014, e as eleições presidenciais só acontecerão em 2018. É necessário trabalhar, e até lá nós nos decidiremos. A pior e mais perigosa coisa que pode acontecer a um político é ficar agarrado à sua cadeira e não ter outros pensamentos que não sejam o de se manter nela. O fracasso de tal político é inevitável, já que atuará sempre com medo de dar um passo em falso. Ao invés disto, o governante deve pensar nos resultados de sua atuação.
TVs – Como o senhor pode definir o sucesso da Rússia em Sochi? Considera uma questão de honra?
VP − Quero que as Olimpíadas sejam um sucesso em todo o país. A primeira prioridade nossa, em nível de Estado, reside em criar condições propícias aos atletas, convidados, jornalistas, turistas, fazendo com que eles se sintam em ambiente de festa, de uma grande festa esportiva internacional. Outra prioridade é a de que os Jogos impulsionem o desenvolvimento do esporte de massa na Rússia. É claro que confiamos numa boa atuação dos nossos atletas. O êxito deles será, em parte, partilhado por mim, pelo governo, pelas autoridades regionais, por todos quantos participaram desse trabalho preparatório. Não será meu êxito pessoal, mas de todo o país. Espero que ele se concretize.
VP – Os convidados e os turistas estão dispensados da obtenção de visto, necessitando unicamente de credencial para vir a Sochi. Para obter essa credencial, devem se deslocar até as nossas representações diplomáticas nas quais funcionam guichês especialmente para este atendimento. O regime geral é o seguinte: todas as questões relativas aos vistos e à dispensa de vistos são tratadas em todo o mundo com base na reciprocidade. Gostaríamos muito de finalmente chegar a um acordo com nossos parceiros da União Europeia para uma dispensa recíproca de vistos.
TVs – Durante os Jogos Olímpicos de Londres, nos telhados dos prédios foram instalados mísseis Patriot. Veremos algo semelhante em Sochi?
VP – P rocuraremos fazer com que as medidas de segurança não sejam excessivas, não saltem à vista e não perturbem atletas, turistas e jornalistas. Mas também tudo faremos para que elas sejam eficientes. Nas atividades destinadas a garantir a segurança, serão envolvidos cerca de 40 mil agentes da polícia e dos serviços especiais. Isto significa que trataremos de proteger também o espaço aéreo, o mar e a área das montanhas.
TVs – Muitos políticos e personalidades notórias do Reino Unido, especialmente Elton John, manifestam sua preocupação pela atitude adotada na Rússia em relação aos homossexuais. O que o senhor tem a dizer sobre esta preocupação?
VP – Na Rússia, o homossexualismo não é punível por lei, ao contrário do que acontece em mais de um terço de todos os países. Em 70 países, o homossexualismo é judicialmente punível, e em sete deles é aplicada a pena de morte. As grandes competições internacionais devem ser impedidas nesses países? O que se tem na Rússia é uma lei que proíbe a propaganda, não apenas do homossexualismo, mas também da prática de abusos sexuais contra crianças. Porém, isto nada tem a ver com uma perseguição aos homossexuais. Assim, os homossexuais que pretendem vir aos Jogos Olímpicos, como atletas ou como turistas, não têm absolutamente nada a recear aqui na Rússia.
TVs – Existe alguma relação entre a Olimpíada de Sochi e o seu sonho de construir um Estado russo forte?
VP – Claro que existe. A obtenção de sucessos nos esportes é, em grande medida, um reflexo dos resultados da política econômica e social. E vice-versa: se promovemos o esporte, procuramos facilitar a resolução dos problemas demográficos e melhorar a saúde da nação. Julgo isto extremamente importante, o que não é minha ambição pessoal, mas um interesse concentrado direto do Estado e de nosso povo.
TVs − Há alguma possibilidade de o senhor se candidatar de novo às próximas eleições? O senhor já está pensando nesta possibilidade?
VP – Ainda é muito cedo para discutir este assunto. Estamos no ano de 2014, e as eleições presidenciais só acontecerão em 2018. É necessário trabalhar, e até lá nós nos decidiremos. A pior e mais perigosa coisa que pode acontecer a um político é ficar agarrado à sua cadeira e não ter outros pensamentos que não sejam o de se manter nela. O fracasso de tal político é inevitável, já que atuará sempre com medo de dar um passo em falso. Ao invés disto, o governante deve pensar nos resultados de sua atuação.
TVs – Como o senhor pode definir o sucesso da Rússia em Sochi? Considera uma questão de honra?
VP − Quero que as Olimpíadas sejam um sucesso em todo o país. A primeira prioridade nossa, em nível de Estado, reside em criar condições propícias aos atletas, convidados, jornalistas, turistas, fazendo com que eles se sintam em ambiente de festa, de uma grande festa esportiva internacional. Outra prioridade é a de que os Jogos impulsionem o desenvolvimento do esporte de massa na Rússia. É claro que confiamos numa boa atuação dos nossos atletas. O êxito deles será, em parte, partilhado por mim, pelo governo, pelas autoridades regionais, por todos quantos participaram desse trabalho preparatório. Não será meu êxito pessoal, mas de todo o país. Espero que ele se concretize.
Fonte - Diário da Russia 20/01/2014
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