A avaliação da frequência dos paulistanos que utilizavam o transporte público caiu, em 2017 eram 84%, e em 2018 ficou em 80%. Já os que utilizam o carro,os dados ficaram em 72% para os dois períodos. Essa questão vai contra todo o movimento que outras cidades do mundo, do mesmo porte de São Paulo, estão fazendo. Essas outras grandes cidades estimulam e avançam no transporte coletivo, aumentam essa proporção,e desestimulam a utilização do automóvel.A pesquisa mostra que entre aqueles que usam o carro todos os dias ou quase todos os dias, 41% diziam que, com certeza, deixariam de utilizar o veículo se as alternativas de transporte público fossem melhores.
Repórter da Agência Brasil
Os moradores da cidade de São Paulo gastam 2h43 por dia para se deslocar para todas as suas atividades, de acordo com a Pesquisa de Mobilidade Urbana na Cidade, feita pelo Ibope Inteligência a pedido da Rede Nossa São Paulo (integrada por mais de 700 organizações da sociedade civil), e divulgada hoje (18). Na pesquisa anterior, de 2017, esse tempo era de 2h53. Os moradores das regiões norte e sul são os que gastam mais tempo, 2h49min e 2h56min, respectivamente. Já aqueles que vivem nas regiões centro e oeste gastam 1h58min e 2h13min, respectivamente. Para a atividade principal, o tempo de deslocamento é de 1h57.
“As pessoas gastam muito tempo no transporte diariamente, o que denota um desperdício de tempo muito grande para que as pessoas possam ter acesso ao que for, seja educação, saúde, trabalho, se encontrar com as pessoas, e isso não é saudável para uma cidade. Temos que reduzir esse tempo”, disse o coordenador-geral da Rede Nossa São Paulo, Jorge Abrahão.
O ônibus continua sendo o principal meio de transporte dos paulistanos, com 43% das menções, seguido pelo carro (24%), metrô (12%) e a pé (7%). Aqueles que afirmaram ter como principal meio de transporte o transporte particular por meio de aplicativos somaram 3%; por trem foram, 2%, e bicicleta, 1%. Ao todo, a porcentagem de paulistanos que usam transporte coletivo é de 59% e os que usam transporte privado é de 30%. Em 2017 eram 25%.
Quando avaliada a frequência com que os paulistanos utilizavam o transporte público, em 2017 eram 84%, passando para 80% em 2018. Já para a utilização do carro, os dados ficaram em 72% para os dois períodos. A pesquisa mostra que entre aqueles que usam o carro todos os dias ou quase todos os dias, 41% diziam que, com certeza, deixariam de utilizar o veículo se as alternativas de transporte público fossem melhores. Em 2017, esse percentual era de 51%.
“Essa questão vai contra todo o movimento que outras cidades do mundo, do mesmo porte de São Paulo, estão fazendo. Essas outras cidades grandes estimulam e avançam no transporte coletivo, aumentam essa proporção, reduzem e desestimulam a utilização do automóvel. Isso é um sinal de alerta importante para verificarmos o que devemos fazer para que retome uma ideia de reduzir o carro e use o coletivo”, disse Abrahão.
Para o grupo de paulistanos que não utilizam o transporte público, os principais motivos são a lotação (37%), a preferência por utilizar o carro (32%) e a demora do trajeto (31%). Em 2017, 31% dos paulistanos diziam que a lotação os fazia não utilizar os ônibus na capital e 24% alegava a demora no trajeto.
foto - ilustração/Fotos Publicas |
“Essas causas podem explicar o desestímulo que está havendo em relação ao transporte coletivo. Tudo isso são importantes ferramentas para que o poder público possa atuar e encaminhar soluções para cada um desses itens, para que possamos melhorar essa qualidade. As pessoas estão demonstrando claramente que houve um retrocesso na qualidade e cada uma está tentando se virar individualmente”, disse o coordenador da Rede Nossa São Paulo.
No caso das bicicletas, a pesquisa mostrou que a segurança é o ponto principal para os que nunca utilizaram esse meio de transporte. Entre aqueles que não utilizam, 30% disseram que a melhoria na segurança poderia mudar isso. Outros 18% disseram que a cidade deveria ter mais ciclovias para que aderissem à bicicleta e 17% disseram que teriam que fazer percursos com distâncias menores para passarem a utilizar a bicicleta na cidade. Também foram destacados os roubos e furtos (37%) e o desrespeito aos ciclistas (29%) como um obstáculo para o uso da bicicleta.
Segundo os dados, 23% dos entrevistados sempre se informam sobre a qualidade do ar e 39% com alguma frequência; 13% se informam sobre a qualidade do ar raramente e 24% nunca se informam sobre a qualidade do ar.
A pesquisa foi realizada entre os dias 15 de agosto e 3 de setembro, com 800 moradores da cidade de São Paulo, com 16 anos ou mais.
Fonte - Agência Brasil 18/09/2018
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