Para a confederação, o aumento do desemprego reduziu o número de viagens diárias no percurso casa-trabalho-casa, diminuindo a geração de receita das empresas de transporte urbano de passageiros. “A consequente redução da renda impactou a demanda por produtos, o que afetou o comércio e, consequentemente, as empresas de transporte de cargas que fazem a movimentação dos bens consumidos no país
Valor Econômico
Os serviços de transporte, armazenagem e correios tiveram o pior resultado em duas décadas e lideraram a queda do Produto Interno Bruto (PIB) em 2016. A retração do setor foi de 7,1% enquanto o PIB brasileiro encolheu 3,6% no ano passado. Como parte integrante de todas as cadeias produtivas e elo importante entre todas elas, esses serviços foram severamente prejudicados pelo mau desempenho da economia como um todo, segundo análise da Confederação Nacional dos Transportes (CNT).Para a confederação, o aumento do desemprego reduziu o número de viagens diárias no percurso casa-trabalho-casa, diminuindo a geração de receita das empresas de transporte urbano de passageiros. “A consequente redução da renda impactou a demanda por produtos, o que afetou o comércio e, consequentemente, as empresas de transporte de cargas que fazem a movimentação dos bens consumidos no país”, aponta a CNT, em análise sobre os resultados da economia no passado.
Além disso, a crise da indústria fez encolher a demanda por transporte de matérias-primas e bens finais. Ainda segundo a CNT, o impacto negativo da agropecuária – com menor produção de milho, arroz e soja na safra 2015/2016 – contribuiu significativamente para a queda.
A área de transporte, armazenagem e correios teve o maior encolhimento entre os 12 segmentos pesquisados. “A recessão acentuada no setor é um indicador de que a situação econômica brasileira é ainda mais grave e tem desdobramentos adversos”, diz a CNT. “Isso porque a queda de receita no setor, aliada a uma situação de baixo incentivo à realização de investimentos, faz com que transportadores posterguem ainda mais seus aportes, o que tem efeitos diretos nas indústrias de veículos, peças, acessórios e combustíveis, evidenciando o caráter crítico da crise brasileira atual”.
Fonte - ANPTrilhos 13/03/2017
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