sexta-feira, 28 de junho de 2019

Consórcio VLT Cuiabá-Várzea Grande informa que retomar obras custaria mais de R$ 1 bilhão

Transportes sobre trilhos  🚄

Com a passagem do tempo o dinheiro vai aumentando, na minuta de acordo em 2017. Mas concluir hoje dentro dessa concepção eu diria que não menos de R$ 1 bilhão, não menos que isso. Não estou dizendo que seja o valor exato, estou dizendo que não menos que esse valor", disse o advogado do Consórcio, William Romero, durante entrevista ao Notícia de Frente da TV Vila Real.

Diário do Transporte
foto - ilustração/arquivo
O Consórcio VLT Cuiabá-Várzea Grande, do Mato Grosso, informou à mídia local que retomar as obras do modal custaria mais de R$ 1 bilhão aos cofres públicos. As intervenções estão paradas desde dezembro de 2014.
"Com a passagem do tempo o dinheiro vai aumentando, na minuta de acordo em 2017. Mas concluir hoje dentro dessa concepção eu diria que não menos de R$ 1 bilhão, não menos que isso. Não estou dizendo que seja o valor exato, estou dizendo que não menos que esse valor", disse o advogado do Consórcio, William Romero, durante entrevista ao Notícia de Frente da TV Vila Real.
O advogado justifica que não pode afirmar com exatidão o valor para a retomada das obras, porque o cálculo demanda uma série de premissas "relativas especialmente as frentes de ataques da obra e a própria disposição do Estado em concluir a obra em mais ou menos tempo".
Romero informou ainda que todo o material rodante e equipamentos necessários à conclusão das obras do modal já estão em Cuiabá, e que isso facilitaria uma retomadas.
"E o que está pendente é em relação às obras civis. Estimo ai que metade dessas obras estão pendentes, como implantação de terminais, de subestações", explicou.
O orçamento inicial para a construção do VLT entre Cuiabá e Várzea Grande era de R$ 1,477 bilhão. Até agora, o governo desembolsou pouco mais de R$ 1 bilhão.
Recentemente, o secretário de Mobilidade Urbana de Cuiabá, Antenor Figueiredo, disse que acredita que o VLT - Veículo Leve Sobre Trilhos dará lugar a um corredor simples de ônibus ou a um BRT - Bus Rapid Transit.

Histórico
As obras estão paradas desde 2014, quando o governador ainda era Silval Barbosa, e o modal estava previsto para ser entregue até a Copa do Mundo.
Inicialmente o projeto era de BRT, que custaria menos da metade.
Foi cogitada até mesmo uma possível fraude do Ministério das Cidades para a implantação de um VLT - Veículo Leve sobre Trilhos. A PF - Polícia Federal diz que houve irregularidades.
Com verbas de R$ 500 milhões já liberadas, na ocasião, para a construção de um corredor de ônibus rápido, BRT - Bus Rapid Transit, o Governo do Mato Grosso decidiu trocar o sistema de transportes para VLT.
Com isso, as obras para atender o mesmo trajeto subiriam de R$ 500 milhões para R$ 1,2 bilhão, uma diferença de gastos de R$ 700 milhões a mais.
A alegação do Governo do Estado para o Ministério das Cidades é de que o VLT transportaria mais pessoas e mais rapidamente.
Mas o estudo técnico para convencer o Governo Federal a financiar o modal sobre trilhos teria sido adulterado, o que prejudicou a comparação de fato entre os dois modais, de acordo com as investigações do Ministério Público.
Em agosto de 2017, a operação "Descarrilho", da Polícia Federal, revelou esquemas de corrupção no processo licitatório e implantação da obra do VLT.
Com isso, o governador Pedro Taques decidiu rescindir o contrato com o Consórcio VLT-Cuiabá/Várzea Grande, formado pela CR Almeida, CAF, Santa Barbara e Magna.
Antes da operação da Polícia Federal, Taques chegou a cogitar o pagamento de R$ 922 milhões para o consórcio retomar as obras.
De acordo com a Polícia Federal, ocorreu um superfaturamento superior a R$ 120 milhões para a compra dos trens, fruto do RDC - Regime Diferenciado de Contratações, que tem regras mais "flexíveis" que as previstas pela "lei de licitações" 8666/93. O RDC foi usado em várias obras para a Copa em diversas partes do país.
No dia 06 de junho, em segunda instância, o TJMT - Tribunal de Justiça de Mato Grosso negou recurso contra a rescisão do contrato, movido pelo consórcio da CR Almeida, CAF, Santa Barbara e Magna.
Fonte - Revista Ferroviária   28/06/2019

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