O Brasil reduziu em 40% as suas emissões gás carbônico, principal causador do aquecimento global, adotou uma política de punição ao desmatamento e de recuperação florestal com o Novo Código Florestal, em 2012.
Revista Amazônia
“Temos entregado ao mundo resultados que nenhum outro país entregou. Nenhum país do mundo fez uma redução de 40% de redução de gases”, afirma Izabella. “Os brasileiros devem se orgulhar pelo que estão fazendo desde o primeiro momento”.
Segundo a ministra “foi essa sociedade que assumiu a convenção do clima como algo de fato a ser encarado no processo de desenvolvimento”.
“Diferentemente de muito país desenvolvido e de muitas sociedades desenvolvidas que nada fizeram. Ou melhor, fizeram aquém do que deveriam e ainda financiam processo para dizer que nós temos de fazer mais do que eles”, afirma.
Entre as propostas que serão defendidas pelo País está a manutenção da contenção de emissõs de poluentes dos membros da COP-21 para evitar aumento da temperatura global. “O Brasil não irá a Paris buscando rever a meta de aumento de 2º graus de temperatura, que é o limite que o Painel Científico do Clima recomenda como tolerável para que a gente possa avançar no desenvolvimento do planeta”, afirma.
A ministra assegura que o Brasil “afirma e reafirma seu compromisso político assumido globalmente” com o aumento mínimo de temperatura e de redução na emissão de gases causadores do efeito estufa. “Se as contribuições (de outros países) forem aquém disso, caberá ao debate global buscar soluções mais drásticas”, sugere.
Izabella diz que “teve país que apresentou meta de redução de gás que não é monitorado pela convecção”, conduta que para ela fazer necessário que “o secretariado da convenção dê foco a isso, arrume esses números e, obviamente, será base da negociação de Paris”.
Hidrelétricas
A nova legislação ambiental é o que, de acordo com a ministra, vai permitir recuperar pastagens, ampliar a agricultura de baixo carbono e ampliar o equilíbrio da matriz energética entre renovável e fóssil (termelétricas). As novas metas passam pela necessidade de a sociedade discutir essa “trajetória de desenvolvimento”.
Ela aponta a geração de energia limpa como a etapa fundamental da discussão pública. “A agenda do clima (após a COP-21) vai nos provocar um novo patamar de desenvolvimento”, avalia. “É preciso que o Brasil volte a discutir hidrelétrica em outro patamar. E quem está falando isso é a ministra do Meio Ambiente”, sugere.
Izabella considera necessário “ter a serenidade do debate sobre geração de eletricidade nesse País ou então vamos abandonar dois terço do nosso potencial” de gerar energia utilizando o potencial da Amazônia. “ Não estou dizendo que tem de desrespeitar áreas indígenas e de conservação. Pelo contrário, tem de se respeitar tudo. Mas tem de se construir soluções num mundo onde a gente vai procurar zero emissão de carbono”, defende.
Estudo
O Ministério do Meio Ambiente recebeu ontem o estudo “Implicações Econômicas e Sociais: Cenários de Mitigação de Gases de Efeito Estufa (IES-Brasil)”, elaborado pela Coordenação dos Programas de Pós-Graduação de Engenharia (Coppe) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O trabalho aponta que o País pode acrescentar até R$ 609 bilhões ao Produto Interno Bruto (PIB) com novos mecanismos de desenvolvimento sustentável.
O coordenador do estudo, professor Luiz Pinguelli Rosa, disse que o modelo de desenvolvimento de crescimento econômico com distribuição de renda nos últimos anos precisa agora ser potencializado com uma economia menos carbonizada. “Esse estudo mostra que o Brasil pode reduzir suas emissões ingressando numa economia verde, de baixo carbono, e assim mesmo aumentando o PIB e o emprego”, afirma.
A ministra Izabella que o estudo será considerado no texto final das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDC, na sigla em inglês) que serão apresentadas na COP-21. “É um estudo extremamente interessante, porque ele desenvolve cenários, rotas ou caminhos para redução de emissões no Brasil a partir daquilo que o País já está fazendo”, disse.
Fontes: Portal Brasil com informações do Ministério do Meio Ambiente e COPPE-UFRJ
Fonte - Revista Amazônia 24/09/2015
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