Quase quatro milhões de baianos ascenderam de classe social. - A SEI define as classes sociais a partir do critério da Secretaria para Assuntos Estratégicos (SAE) do Governo Federal.A Bahia, nos últimos anos, vivenciou um período de redução da pobreza e da desigualdade e de ampliação do emprego e da renda.
Nelson Rocha Publicada - TB
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“O Programa Bolsa Família (PBF) somado ao Benefício de Prestação Continuada (BPC), totalizam R$ 5 bilhões anuais injetados diretamente em famílias pobres da Bahia. Esse recurso faz movimentar pequenas economias via consumo das famílias, gerando emprego no comércio e serviços pessoais, e, portanto, mais renda. No período, a Bahia saiu de 839 mil famílias beneficiárias do PBF para 1,8 milhões de famílias beneficiárias, saindo de um valor anual de repasse de R$ 530 milhões para R$ 3,3 bilhões”, diz Armando Castro.
A SEI define as classes sociais a partir do critério da Secretaria para Assuntos Estratégicos (SAE) do Governo Federal. Esta metodologia define três grupos de classes sociais (Baixa, média e alta), agrupados em 8 classes. Segundo esta metodologia, as classes sociais são: Extremamente Pobre, Pobre, Vulnerável, Baixa Classe Média, Média Classe Média, Alta Classe Média, Baixa Classe Alta, Alta Classe Alta.
Elas foram definidas a partir do grau de vulnerabilidade, desenvolvido originalmente pelo Banco Mundial, e adaptado às bases de dados disponíveis no Brasil. O grau de vulnerabilidade, por sua vez, é definido como sendo “a probabilidade de retorno (ou permanência, se a pessoa já era pobre) à condição de pobreza em algum momento dos próximos cinco anos. Esta probabilidade foi obtida a partir da observação empírica dos movimentos de ascensão e queda de renda da população brasileira nos últimos anos (usando dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, PNAD, IBGE).” (SAE, 2012).
Para definição de pobreza e extrema pobreza a linha considerada foi aquela definida pelo Ministério do Desenvolvimento Social para identificar os beneficiários do programa Bolsa Família, corrigida pela inflação.
As demais classes foram definidas a partir de um processo estatístico chamado polarização, que conjuga as condições socioeconômicas e as transforma em probabilidades de movimento entre as classes com o rendimento. Assim, foram verificados quais os pontos de corte que dividem a população brasileira em três grupos (classe baixa, média e alta) de forma que o grau de vulnerabilidade seja o mais homogêneo possível do ponto de vista interno de cada grupo. O exercício estatístico resultou nos seguintes pontos de corte: 34º e 82º percentil. Assim, temos que a classe baixa termina no 34º, a classe média se situa entre o 34º e o 82º e a classe alta, do 82º em diante. Em seguida, olhamos para a renda familiar per capita correspondente a esses percentis, chegando aos valores de R$ 310 e R$1.083. A partir das 3 classes geradas pelo método da polarização (baixa, média e alta), a classe baixa foi dividida em 3 grupos, a classe média também em 3 grupos e a classe alta em 2 grupos.
Baixo crescimento econômico pode comprometer ganhos
“Como o processo de ampliação da classe média e redução da pobreza foram estimulados essencialmente pelas políticas de transferência de renda e por bons resultados econômicos, no curto prazo a expectativa é de esfriamento desse processo. Isso porque com o sucesso da incorporação de famílias na rede de proteção, as margens para crescimento de beneficiários é muito limitada.
Em seguida, não há reais possibilidades de aumentos substanciais nos valores das transferências, dada a restrição orçamentária imposta pela conjuntura recessiva e pela necessidade de superávit do Governo. Com o baixo crescimento econômico, também a geração de emprego e ganhos nos salários ficará comprometida.
Contudo, no médio e longo prazo, a tendência é de recuperação econômica, com reais possibilidades de ganhos de produtividade, uma vez que há expectativa de retomada dos investimentos em infraestrutura e também amadurecimento dos investimentos já realizados em educação superior e profissional. Se a política de investimento social for mantida no processo de recuperação econômica, a tendência será de continuidade da mobilidade social verificada nos últimos anos”, conclui o diretor de pesquisas da SEI.
Foto - Tribuna da Bahia 20/07/2015
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