O atraso na obra do monotrilho da linha 15-prata do metrô na gestão Geraldo Alckmin (PSDB) está causando um "efeito Minhocão" nos arredores da avenida Professor Luiz Ignácio de Anhaia Mello, zona leste de São Paulo.
Folha de São Paulo
Atraso em obras do monotrilho cria 'efeito Minhocão' na zona leste de SP |
O atraso na obra do monotrilho da linha 15-prata do metrô na gestão Geraldo Alckmin (PSDB) está causando um "efeito Minhocão" nos arredores da avenida Professor Luiz Ignácio de Anhaia Mello, zona leste de São Paulo.
Abandonados, imóveis desapropriados para a construção de estações e canteiros de obras viraram ponto de desova de lixo e, segundo moradores, passaram a atrair usuários de crack.
Esse efeito de degradação é semelhante ao causado pelo elevado Costa e Silva, o Minhocão, cuja inauguração em 1971 levou à deterioração de seu entorno. O monotrilho também é uma via elevada, por onde circularão trens.
Um dos motivos do atraso das obras é uma falha no projeto da linha. Engenheiros "descobriram" galerias de água que passam embaixo das futuras estações e terão de ser remanejadas, conforme a Folha revelou.
Em frente à casa de Robério Souza das Neves, 31, na Vila Ema, um terreno desapropriado para a construção de uma casa de máquinas virou ponto de despejo de entulho. Antes, funcionava ali uma agência de venda de veículos.
"Isso está atraindo um monte de rato e barata para a minha casa", diz ele. "Além disso, piorou a segurança e já até tentaram invadir minha casa quando eu não estava."
A dona de casa Valdeci de Matos Santos, 65, reclama das pessoas que se reúnem para usar droga em um sofá largado no terreno. "Era para ser uma bênção [o monotrilho], mas por enquanto só piorou a nossa vida", afirma.
A área onde seria construída a estação da Vila União também foi tomada por entulho. Em frente dela, o canteiro central da Anhaia Mello acumula material que seria usado nas obras, como vergalhões já enferrujados.
Uma placa pede desculpas pelos transtornos e solicita aos pedestres que atravessem a via a 160 m dali. Os moradores, porém, cansaram de esperar. Passam ali mesmo, desviando do entulho.
"Desde dezembro, não vejo ninguém trabalhando aí", afirma Rodney de Carvalho, 28, vendedor numa loja de veículos. Ele reclama da queda nas vendas devido aos transtornos trazidos à região.
Por toda a avenida, é possível ver antigas lojas de veículos desativadas. Entre os motivos, segundo comerciantes, estão as interdições de vias e cruzamentos, que dificultam o acesso da clientela.
Com entrega prevista para até o fim de 2015, o trajeto entre as estações Oratório e São Mateus, de 10,1 km, parece longe de ficar pronto. Hoje, o único trecho em operação tem 2,9 km, mas funciona somente das 9h às 14h.
Fonte - São Paulo Trem Jeito 28/03/2015
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