Primeiro ponto de pouso e decolagem de aviões está sucateado na Ribeira - Ambiente luxuoso, com estilo modernista, foi onde Getúlio Vargas desembarcou quando era presidente da República. O Hidroporto acabou desativado por volta de 1943, com a construção do atual aeroporto de Salvador. Hoje no lugar funciona uma marina, e o aspecto é de abandono.
Rayllanna Lima - TB
Foto: Romildo de Jesus |
Mas ainda há quem peça pela preservação do local. Como divulgado na coluna Boa Terra da última segunda-feira (8), a atriz Sônia Braga, durante sua temporada em Salvador, conheceu o local e, inspirada pelo movimento internacional Art déco, emitiu o alerta de SOS para o antigo Hidroporto.
A aposentada Joana Angélica Alves dos Santos, que costumava frequentar o antigo Hidroporto com suas duas filhas, e hoje vai frequentemente ao local por conta de seu veleiro, sente falta de como era o ambiente. “Era um ambiente mais agradável, minhas filhas até hoje se lembram de quando passeavam aqui. Mas é o progresso, às vezes ele não vem tanto para o bem. Na minha opinião, deveriam cuidar mais daqui. Deveriam investir para trazer toda aquela beleza, e preservar um lugar que foi e é tão importante”, disse.
Conhecido como Aeroporto dos Tainheiros, era um local com instalações luxuosas, sala de espera, sala de bagagem, espaço para companhias aéreas e um restaurante-bar. Os aviões, chamados hidroaviões, amerissavam – pouso de aeronaves em superfícies aquáticas – em uma ponte de com formato de Y. À noite, era formada uma fileira de canoas com tochas para iluminar o lugar onde pousariam. Como era um ambiente onde havia banhistas e condutores de barcos, era tocada uma sirene de alerta quando os aviões se aproximavam.
Com a construção do atual aeroporto de Salvador, por volta de 1943, o Hidroporto dos Tainheiros foi desativado e por algum tempo serviu de sede da Associação dos Radioamadores (LABRE). Depois, abrigou o Clube dos Sargentos da Marinha e posteriormente no lugar funcionou uma boate.
Já pela década de 80, o ambiente foi motivo de discussão entre os moradores de Itapagipe e uma empresa náutica, que queria transformar o espaço em uma marina. Através da Associação de Moradores e Amigos de Itapagipe (AMAI), os moradores reclamaram a transformação em espaço cultural para a comunidade e alegaram que a marina afetaria a raia das competições de remo. Apesar disso, a marina foi construída, mantendo a raia.
Apesar do funcionamento do Píer Salvador (marina e loja náutica) e do restaurante A Bordo, o aspecto do lugar ainda é de abandono, e poucas pessoas sabem o que ainda funciona no local. “Era um lugar muito lindo. Uma coisa maravilhosa que dava gosto admirar. Hoje está todo abandonado, com um aspecto feio. Ninguém cuida mais”, disse a moradora da Ribeira Rita Cerqueira.
Os interiores dos ambientes comerciais estão bem conservados, mas quem entra no antigo Hidroporto e passa pelo píer pode perceber que as pilastras de sustentação estão em degradação, janelas de vidros quebradas e estrutura externa estão em degradação. De acordo com o Governo do Estado, a responsabilidade do primeiro aeroporto da cidade é do Comando da Base Aérea de Salvador.
Fonte - Tribuna da Bahia 10/12/2014
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