sábado, 29 de novembro de 2014

Grande Recife na contramão do desenvolvimento em mobilidade

Mobilidade

Segundo especialistas, a região metropolitana da capital pernambucana precisa investir mais na melhoria do transporte público coletivo.Apesar do estudo, Recife parece andar na contramão. A Via Mangue, que liga o centro à zona sul é um exemplo disso. No corredor expresso não há lugar para os ciclistas, nem tampouco para os ônibus.


TV Jornal
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No mundo inteiro, a solução de mobilidade tem sido aumentar os investimentos no transporte público. Mas será que as obras viárias em Pernambuco têm priorizado a população que anda de ônibus ou metrô? Enquanto os governos tentam construir saídas para esse problema, cada um pode contribuir para um trânsito mais justo e compartilhado. Esse é o assunto da última reportagem da série especial O Preço da Imobilidade.
Já pensou em gastar apenas 24 minutos no trânsito? O estudo Pernambuco 2035, encomendado pelo governo do estado, traça metas para nos próximos 20 anos diminuir o tempo gasto por cada habitante no trajeto de casa para o trabalho. Mas, para os especialistas, isso só vai acontecer com a melhoria do transporte público.
Apesar do estudo, Recife parece andar na contramão. A Via Mangue, que liga o centro à zona sul é um exemplo disso. No corredor expresso não há lugar para os ciclistas, nem tampouco para os ônibus. O custo com a obra, que ainda não terminou, já chega a R$ 430 milhões. Dinheiro poderia ter sido empregado, por exemplo, na ampliação das linhas de metrô.
Na cidade conhecida como a Veneza brasileira, uma opção de modal surge fora do asfalto. Há quase dois anos estão sendo dragados 15 km do Rio Capibaribe pra que sejam instaladas sete estações de embarque e desembarque de passageiros. Mas o projeto, assim como a via mangue, também está parado há três meses e aguarda financiamento para ser concluído. Seria mais uma alternativa, mas que parece estar longe de ser entregue a população.
Enquanto a navegabilidade do rio continua sendo um sonho pra quem usa o transporte coletivo, pequenas ações e de baixo custo tentam mudar a realidade das ruas do Grande Recife. Dar uma faixa exclusiva para os ônibus é uma delas. Hoje, a capital pernambucana tem 16 km de faixa azul e a expectativa é deixar a cidade com 60 km em um ano. Com isso, o ônibus, que chega a transportar 80 pessoas em cada viagem, vai ter mais velocidade. Fazer esses investimentos é tirar uma média de 20 carros das ruas ao mesmo tempo, se considerar que cada veículo transporta duas pessoas.
Mais velozes e com um espaço só para eles, os BRTs surgem como nova opção. Eles têm capacidade para transportar 160 passageiros e foram projetados para circular em um sistema mais ágil de embarque e desembarque. Mas as obras também estão atrasadas e o serviço, que deveria ser lançado antes da copa, está sendo inaugurado aos poucos. O resultado é que os benefícios deste transporte público ainda não estão disponíveis para todos.
Quem anda de carro, ônibus, metrô ou bicicleta, tem o mesmo sonho: que não demore muito, até 2035, pra que em Pernambuco se gaste menos tempo no trânsito. Ter mais qualidade de vida não depende só do poder público. Pequenas ações, de todos, podem contribuir para um trânsito melhor.
Esta reportagem faz parte de uma série chamada O Preço da Imobilidade, exibida na TV Jornal, nos telejornais Plantão da Cidade e TV Jornal Meio-Dia, que será transmitida na íntegra pela emissora no domingo (30), às 9h30
Fonte - TV Jornal  28/;11/2014

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