Rayllanna Lima
foto - mercoshipping |
Uma semana após o incêndio, o navio cargueiro, Golden Miller, de bandeira das Bahamas, foi retirado do píer no Porto de Aratu, onde estava atracado quando pegou fogo. Um pescador que está ajudando na retirada do óleo do mar informou que a embarcação foi removida por volta das 9h30, e que a limpeza deve continuar pelos próximos cinco dias.
Segundo informações da assessoria do Comitê de Fomento Industrial de Camaçari (Cofic), a operação de retirada foi controlada e autorizada pela Capitania dos Portos após uma série de inspeções. O navio Golden Miller será encaminhado, pela empresa armadora, para manutenção.
Enquanto aguardam a análise sobre a água, pescadores e marisqueiras sofrem sem conseguir vender a mercadoria que havia sido pescada antes do grave acidente. “Estamos com todo o pescado na geladeira, sem conseguir vender. Algumas pessoas aproveitam da situação para querer comprar por menos da metade do preço, mas não temos condições de vender assim”, desabafou a marisqueira Marizélia Carlos Lopes, uma das militantes do Movimento de Pescadores de Ilha de Maré.
Marizélia ainda informou que o verão é o melhor período para o pescado. Um momento de bastante lucro para quem vive de pesca. “Nosso produto está sendo desvalorizado. Quase toda a população de Ilha de Maré vive exclusivamente da pesca. Não sabemos o que fazer com essa situação e o Inema não se pronuncia para informar se teve contaminação na água”, relatou.
Técnicos do Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) estão fazendo uma análise para descobrir se a água do mar da Baía de Todos os Santos foi infectada. De acordo com informações da instituição, o resultado sai nessa sexta-feira. A assessoria do Inema ressaltou que a pesca não foi proibida, e as informações de proibição foram boatos que se espalharam.
A também marisqueira Eliete Paraguaçu que está com 9kg de pescado na geladeira sem conseguir vender, contou que não está havendo consideração alguma com os pescadores. “Informaram que daqui a três meses que irá sair o resultado. Com toda a repercussão na mídia, ninguém quer comprar conosco por medo. Não temos outro meio de vida. Estamos sendo muito prejudicados. O Inema disse que a proibição de pesca é falácia, mas isso é uma irresponsabilidade. Como vamos pescar sem saber do resultado? Sem saber o risco de contaminação?”, indagou Eliete.
De acordo com a Cofic, as equipes técnicas continuam concentradas no esforço de contenção e limpeza do resíduo de óleo decorrente do combate ao fogo. A estratégia de proteção inclui seis quilômetros de barreiras para absorção do óleo, 18 embarcações e uma equipe de 98 técnicos especializados em proteção ambiental. A contenção e limpeza do mar estão sendo realizadas pelas empresas Hidroclean e Ocean Pact.
Fonte - Tribuna da Bahia 26/12/2013
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