sábado, 28 de dezembro de 2013

Bahia fecha 2013 com R$ 70 bilhões em investimentos no setor industrial

Economia

TB

A Bahia fechou o ano com R$ 70,5 bilhões de investimentos industriais assegurados, em projetos com duração de implantação até 2016. A informação é da Secretaria da Indústria, Comércio e Mineração do Governo do Estado. Enquanto o crescimento acumulado no primeiro semestre de 2013 do PIB brasileiro foi de 2,6%, a Bahia cresceu 3,3%. Comparativamente a outros estados brasileiros, segundo números do IBGE, o crescimento baiano é ainda mais vigoroso: Minas Gerais, 0,8%; São Paulo, 1,8% e Pernambuco, 2,7%.
“A Bahia apresenta-se como a mais importante economia do País fora do eixo Sul-Sudeste e responde por um terço da atividade econômica do Nordeste”, afirma o secretário da SICM, James Correa.
Deste total, R$ 49,7 bilhões representam efetivamente investimentos que estão em implantação, com previsão de gerar cerca de 114 mil novos empregos diretos. Os demais R$ 20,8 bilhões são de protocolos assinados entre diversos grupos privados e o Governo da Bahia à espera da resolução de alguns condicionantes, como, por exemplo, a conclusão das obras da Ferrovia Oeste-Leste; ou do próprio comportamento da economia e do mercado, como alguns empreendimentos de mineração e energia.
Em 2013, os destaques ficaram com os grandes projetos em energia renovável, bebidas, higiene e beleza, automóveis e indústria naval. Alagoinhas se consolida cada vez mais como um polo de bebidas, com as inaugurações da empresa peruana São Miguel, da Latapack e da nova fábrica do Grupo Petrópolis para a produção das cervejas Itaipava e Crystal, e com a ampliação da Brasil Kirin, antiga Schincariol.
No setor automotivo, destaque para as obras de terraplanagem da fábrica da JAC Motors, em Camaçari, representando investimentos de R$ 900 milhões e a consolidação da Bahia como um dos mais importantes polos automotivos do Brasil. Consolidação garantida com o lançamento de dois modelos de automóveis mundiais da Ford – os novos EcoSport e Ka Concept. Outro grande destaque é a finalização da construção da fábrica, em Camaçari, e do Centro de Distribuição, em São Gonçalo dos Campos, do grupo O Boticário, representando investimentos de R$ 535 milhões.
Foton e JAC consolidam pólo automotivo
Na Ford - que ampliou a sua fábrica na Bahia, passando de 250 mil para 300 mil a produção local de automóveis - dois novos modelos – EcoSport e Ka Concept - foram desenvolvidos integralmente pelo Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação) da Bahia, que abriga mais de mil técnicos e engenheiros, projetando modelos para o mercado mundial. Além da Bahia, somente Estados Unidos, Alemanha, Grã-Bretanha, Austrália, Índia, México e China possuem centros mundiais de PD&I da Ford.
A Ford também investiu R$ 400 milhões em uma segunda fábrica no estado, desta vez para a produção 210 mil motores/ano na primeira indústria de motores automotivos no Nordeste.
A chinesa JAC Motors continua as obras de construção de sua fábrica baiana em Camaçari, onde são investidos R$ 900 milhões. A previsão é que o primeiro automóvel brasileiro fique pronto no final ano que vem. Já a maior fabricante de caminhões do mundo, a chinesa Foton Motors, anunciou investimentos de R$ 600 milhões para a instalação de uma fábrica de caminhões e veículos comerciais leves.
Por causa do crescimento do mercado automotivo na região Nordeste, a Bridgestone anunciou investimentos R$ 146 milhões e criação de mais 100 novos empregos diretos para ampliar a sua fábrica de pneus na Bahia, aumentando a produção de pneus radiais para carros de passeio e para caminhões leves (LTR). O término das obras está previsto para maio de 2015.
Bebidas
O grande destaque na área de bebidas em 2013, foi a entrada em operação da fábrica do Grupo Petrópolis, em Alagoinhas. Foram investidos cerca de R$ 1,1 bilhão para a produção das cervejas Itaipava e Crystal. A cervejaria começou a operar em agosto de 2013, gerando três mil empregos diretos, sendo 500 na unidade industrial e 2,5 mil nas distribuidoras que estarão espalhadas pelo estado.
O polo de bebidas de Alagoinhas está cada vez mais forte desde a ampliação da Brasil Kirin (da marca Schin), da entrada em funcionamento da indústria de refrigerantes peruana São Miguel (ISM) e da fábrica de latas de alumínio da Latapack-Ball, empresa que investiu R$ 240 milhões e criou 520 empregos diretos e indiretos na região. Próximo ao pólo s de Alagoinhas, novos investimentos estão sendo feitos no setor.
Para produzir sucos tropicais, a Eckes está investindo R$ 35 milhões em Inhambupe, enquanto a Frutaki escolheu Nova Soure para instalar, com R$ 15 milhões, a sua fábrica. Já a Frisky está investindo R$ 120 milhões para a produção de água e óleo de coco no município de Conde.
Vanádio
Em 2013 foram publicadas a portarias que concedem à Bahia Mineração (Bamin) lavrar minério de ferro nos municípios de Pindaí e Caetité. O Projeto Pedra de Ferro, com investimentos de R$ 3,5 bilhões, tem previsão de exportar 20 milhões de toneladas/ano de minério de ferro. A Bahia ocupa o quinto lugar na produção mineral nacional
A primeira mineradora de vanádio das Américas, a Vanádio de Maracás - investimento de R$ 550 milhões da canadense Largo Resources -, já está operando. Quando entrar em escala de produção, em fevereiro de 2014, a Bahia se tornará a maior fornecedora de vanádio do mundo.Com capitais de Hong Kong, Bélgica e Canadá investindo R$ 100 milhões, a Lipari Mineração vai começar a produzir, em escala comercial, no primeiro trimestre de 2015, 225 mil quilates de diamantes na mina de Braúna, em Nordestina, no semiárido baiano.
Já o grupo francês Saint-Gobain investiu R$ 125 milhões na construção de sua nova fábrica de gesso acartonado em Feira de Santana. A Bahia também está ganhando duas novas fábricas de cimento. Em Lajedinho, a CPX está aplicando R$ 450 milhões,e a Cimentos da Bahia está se instalando em Paripiranga, com aporte de R$ 850 milhões.
Energia eólica
Com 132 projetos de usinas eólicas em seu território, a Bahia já contabiliza 3,2 GW de capacidade instalada e investimentos de R$ 15 bilhões. Com esse desempenho, o Estado alcançou, em 2103, o segundo lugar em investimentos eólicos no país, a apenas a pouco mais de 50 MW da capacidade instalada do primeiro colocado, o Rio Grande do Norte, e com quase o dobro do Rio Grande do Sul, terceiro colocado em projetos no Brasil.
Até 2007, a Bahia não possuía sequer um projeto de energia gerada pela força dos ventos. Além disso, o Estado vem se consolidando também como o grande parque industrial de equipamentos para o no setor. A Torrebras inaugurou este ano uma fábrica de torres metálicas para turbinas eólicas.
A empresa do grupo espanhol Daniel Alonso, investiu cerca de R$ 30 milhões no empreendimento, que redundou na criação de 300 empregos diretos e faturamento anual previsto de R$ 120 milhões. A espanhola Gamesa está investindo R$ 100 milhões na ampliação de sua fábrica baiana para produzir naceles (caixa do rotor do aerogerador) em Camaçari. A francesa Alstom também está aumentando a capacidade de sua fábrica, depois que estabeleceu parceria com a Renova Energia.
A megaoperação entre as duas empresas representa investimentos da ordem de R$ 2,5 bilhões. Também anda em ritmo acelerado no Pólo Industrial de Camaçari as obras de construção da fábrica da Tecsis, líder mundial na fabricação de pás e geradores, com investimentos de R$ 200 milhões e geração de 3,5 mil empregos.
Papel e celulose
A Suzano anunciou em 2013 investimentos de R$ 188 milhões para a produção do papel A-4, da marca Report, em sua fábrica de Mucuri, no Extremo Sul da Bahia. Único produto da companhia destinado ao consumidor final, o Report será produzido na unidade baiana para suprir o cada vez mais aquecido mercado do Nordeste. A Suzano Papel e Celulose concentra suas operações em São Paulo, onde produz para o mercado interno; na Bahia, exporta para a China; e no Maranhão, para a Europa e os EUA.
Fonte - Tribuna da Bahia  28/12/2013

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