PALESTINA

ENTENDA O QUE FOI A NAKBA, A CATÁSTROFE DO POVO PALESTINO - Link para a matéria da Agência Brasil - https://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/noticia/2023-11/entenda-o-que-foi-nakba-catastrofe-do-povo-palestino

domingo, 20 de outubro de 2013

Modelo energético brasileiro é robusto e capaz de atender demanda

Energia

Especialistas ressaltam alguns problemas, mas descartam apagões e oferta limitada

Jornal do Brasil
Gabriella Azevedo
Linhas de transmissão de energia
 devem ser modernizadas, avaliam especialistas
Após problemas no funcionamento durante o verão do ano passado, a confiabilidade no setor de geração de energia no país passou a ser questionada. A estação, que marca o período úmido do ano, decepcionou em 2012 e não contribuiu com os reservatórios do país. Contudo, o governo federal tomou as providências necessárias para garantir o funcionamento do sistema. Apesar das opiniões divididas e as recentes especulações de que o atual sistema de administração elétrica pudesse ser deficiente e incapaz de atender a demanda crescente, o modelo brasileiro de energia se mostra mais robusto, capaz de reverter adversidades inesperadas.
Neste ano, por exemplo, o risco de apagões em larga escala foi completamente descartado pelo diretor geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Hermes Chipp. Em coletiva realizada nesta quinta-feira (17), Chipp afirma que as previsões climáticas este ano são mais favoráveis que em 2012 e que este último trimestre será de chuvas.
“Não há risco de apagão. O nível dos reservatórios não é dos melhores, mas não é nada que apavore. O atendimento está garantido, porque as indicações meteorológicas são favoráveis, ao contrário do ano passado, que foi um ano extremamente seco. A partir de setembro, as frentes se concentraram nas principais bacias do sistema, no Sudeste e no Norte do Sul, pegando também a cabeceira do Rio São Francisco. A indicação consensual está se confirmando e as chuvas devem continuar, inclusive durante o último trimestre do ano”, ameniza Chipp.
O mesmo afirma Luiz Pinguelli Rosa, diretor da Coppe-UFRJ, setor de Pesquisa e Pós-Graduação de Engenharia da universidade. O diretor avalia a estrutura atual como capaz de produzir energia suficiente para suprir a demanda. “O sistema tem expandido a geração de energia, com novas usinas, algumas hidrelétricas importantes foram construídas, gerando aumento da energia. Não acho que terá apagão esse ano, o sistema tem energia suficiente (para atender a demanda)”.
Sobre o aumento anual de demanda energética, Hermes Chipp afirma que o aumento do gasto elétrico deve ser em torno de 4% este ano. Em 2012, a elevação foi de 4,2%. "No acumulado dos últimos dados encerrados em setembro e na previsão para outubro, a carga já tem crescido em torno de 3,9%". Apesar da demanda crescente, Chipp assegura que a oferta é compatível, pois o sistema está cada vez mais “fortalecido e robusto”.
No caso das termelétricas, energia que hoje complementa a produção das hidrelétricas, Hermes Chipp afirma que, se houver a confirmação do cenário climático, haverá a redução do despacho de energia térmica. O atual despacho térmico tem sido da ordem de 10,5 mil MW médios, levando em conta um custo marginal de operação de R$ 260/MWh. Com a ocorrência das chuvas, Chipp aponta para uma queda nesse custo de operação, com o desligamento de algumas termelétricas. O professor Luiz Pinguelli é a favor dessa redução no funcionamento das térmicas, por ser um sistema de maior custo e mais poluente.
O sistema de geração elétrica, ainda de acordo com Chipp, apesar de estável, não está livre de problemas pontuais, como no caso do último apagão que atingiu toda a região Nordeste, causado por uma queimada no Piauí. Para Chipp, os imprevistos técnicos podem sempre acontecer, mas descarta problemas por escassez energética e a possibilidade de apagões de ampla cobertura. “No que depender dos reservatórios e da meteorologia, não teremos apagão. Dos desligamentos regionais, nós nunca estamos livres, o que é diferente de racionamento. Racionamento foi o que aconteceu em 2001”, justifica o diretor do ONS, que acredita que os problemas pontuais servem para aprimorar a administração do sistema.
“Sempre que acontecem desligamentos, estudamos e tiramos proveito do problema, para evitá-lo posteriormente. O ideal é, também, conseguir restabelecer a energia cada vez mais rápido, aprimorar o processo de religamento”.
O diretor geral do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires, ressalta os investimentos empreendidos no último ano também na geração de energia alternativa. “O modelo hoje, além de estar se transformando em um modelo hidrotérmico de energia, também tem recebido investimento em mais energias renováveis, como a biomassa e eólica. E a gente espera, futuramente, a maior presença de (energia) solar”, explica Adriano.
O professor Pinguelli aponta que o sistema não é perfeito, e outro ponto a ser repensado é a capacitação dos técnicos que trabalham nas usinas e subestações. “Técnicos e engenheiros experientes têm sido demitidos das empresas de energia. Os mais experientes estão indo embora. É preciso repor esses profissionais”.
Seguindo a mesma linha, Adriano Pires concorda com o diretor universitário, afirmando que o sistema cumpre sua função, mas que precisa de revitalização. “Ele funciona, atende a demanda, mas com alguns sobressaltos: tem problemas nas linhas de transmissão e o ideal é modernizar essa estrutura das distribuidoras”, explica Pires.
Horário de verão: economia de R$ 400 milhões
Hermes Chipp também comentou sobre o horário de verão, que começou neste domingo. Pela perspectiva econômica, a iniciativa tem previsão de redução de demanda de 4,6% e de economia de mais de R$ 400 milhões nos 120 dias de vigor do horário de verão. Além disso, a aplicação do horário de verão evita o desperdício de 2.700 MW em longo prazo, o equivalente a um custo de operação de mais de R$ 4,5 bilhões.
“O horário de verão propicia mais tranquilidade em relação ao suprimento, além de aliviar a operação, que fica menos suscetível. O horário de verão também permite a manutenção do equipamento, por conta da demanda reduzida. Essas são as vantagens técnicas”, explica Chipp.
*Do programa de estágio do Jornal do Brasil
Fonte - Jornal do Brasil  20/10/2013

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