Os números são da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) em Pernambuco. Embora o impacto da perda de passageiros seja tão assustador quanto o percebido no sistema de transporte público por ônibus, - que já iniciou a demissão em massa de motoristas, cobradores e fiscais na RMR -, o metrô tem uma administração pública, tendo mais de 80% do seu custo bancado por subsídios públicos do governo federal.
JC
foto - ilustração/arquivo |
O Metrô do Recife está operando apenas nos horários de pico desde o dia 21 de março. As Linhas Centro e Diesel operam das 6h às 9h e das 16h30 às 20h. A Linha Diesel, operada pelo Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) está suspensa. O levantamento mostra o desempenho em todo o mês de março, evidenciando a queda de passageiros e de receita a partir do dia 23, dois dias depois da operação restrita aos horários de pico. E seguindo até o dia 30. Também mostra que o sistema está operando com um pouco mais da metade dos funcionários. Dos 1.300 funcionários da operação e manutenção, 738 permanecem em atividades presenciais - o equivalente a 56,7% dos profissionais.
Apesar de ser uma grande queda de demanda e receita, o superintendente do Metrô do Recife, Tiago Pontes, destaca que, ao menos, a redução parece ter estabilizado. Além disso, demonstra alívio ao informar que, apesar das dificuldades que o sistema metropolitano tem enfrentado nos últimos anos, está com o orçamento de 2020 aprovado e 10% maior do que o de 2019. "Quando olhamos os números dia após dia, vemos que houve uma estabilização, tanto de redução de passageiros como de receita. Acredito que vá ficar assim porque as pessoas que estão saindo são aquelas que de fato precisam trabalhar. E tivemos a informação agora de que o orçamento para o sistema este ano será de R$ 100 milhões. Em 2019 foi de 89 milhões", afirmou.
Crise no Transportes sobre TrilhosEm todo o sistema sobre trilhos, o cenário é péssimo. Mesmo com metade dos 19 sistemas em operação no País sendo públicos e a outra metade tendo operação concedida à iniciativa privada. Levantamento feito pela Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos (ANPTrilhos), entidade que representa as empresas operadoras de transporte de passageiros sobre trilhos no Brasil, indicou que a perda de arrecadação - apenas com bilheteria - já chegou a R$ 271 milhões nos primeiros nove dias de pandemia. E se a situação se prolongar por mais sete dias, a perda deverá ser de R$ 261 milhões.
A queda de demanda de passageiros transportados já está, em média, de 82%. Mas há sistemas que chegaram a uma perda de 96% dos passageiros, com o agravamento da situação a cada dia. Por isso, operadores temem a paralisação do serviço por completo se o governo federal não ajudar, seja com a aprovação de projetos ou com linhas de financiamento. Assim como o setor de ônibus, o transporte sobre trilhos se ressente da falta de medidas para tratar a crise econômica semelhante às dadas rapidamente às companhias aéreas. Uma lista com pedidos foi apresentada ao governo federal.
Fonte - Revista Ferroviária 02/04/2020
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