Quando vem uma crise, como pessoa física, do ponto de vista microeconômico, temos a receita diminuída. Para o Estado, acontece exatamente o contrário, na crise ele precisa ser mais ativo, porque ele tem um papel anticíclico, ele tem que ir na contramão do gasto privado, que se contrai". Na crise, o Estado tem que gastar mais, preferencialmente em infraestrutura, saúde, políticas sociais, geração de renda, apoio às empresas e aos cidadãos e manter seus programas sociais, "porque isso terá efeito multiplicador. - Antonio Corrêa de Lacerda economista e professor.
Portogente
foto - ilustração/arquivo |
Segundo ele, a saída clássica do combate à crise do ponto de vista econômico está na ação firme dos Estados nacionais, que detêm o monopólio de emissão de moeda e de dívida. Para ele, necessário diferenciar, e nunca comparar, os orçamentos doméstico com o público. "Quando vem uma crise, como pessoa física, do ponto de vista microeconômico, temos a receita diminuída. Para o Estado, acontece exatamente o contrário, na crise ele precisa ser mais ativo, porque ele tem um papel anticíclico, ele tem que ir na contramão do gasto privado, que se contrai", defende.
Na crise, prossegue Lacerda, o Estado tem que gastar mais, preferencialmente em infraestrutura, saúde, políticas sociais, geração de renda, apoio às empresas e aos cidadãos e manter seus programas sociais, "porque isso terá efeito multiplicador, ou seja, cada real gasto talvez gera dois ou trêss reais na atividade econômica, porque isso acaba voltando para o Estado, porque a receita do Estado é a tributação".
O economista, que é presidente do Conselho Federal de Economia (Cofecon) e diretor da Faculdade de Economia e Administração da PUC-SP, diz que o Estado precisa "prover recursos imediatamente para a saúde com equipamentos, hospitais, recursos humanos para fazer frente à demanda que virá de assistência médica. Segundo, tem que combater o efeito da crise econômica, já que a medida principal, neste momento, é o isolamento social, o Estado tem de prover de recursos as pessoas menos assistidas, os pobres, os trabalhadores informais".
Na avaliação do especialista, a economia, de certa forma, já se colapsou. "Vamos viver uma recessão esse ano, o tamanho dela vai depender da extensão da pandemia e do sucesso ou não de medidas que o governo tomar." Todavia, ele assevera que sem a atuação emergencial e correta do Estado nacional, neste momento, "teremos um caos social e econômico insustentável e tornaria a crise ainda mais grave e ainda mais difícil de retomar as atividades".
O que equivale dizer: "Não temos tempo a perder."
Fonte - Portogente 03/04/2020
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