quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

Temer pediu a vice da Caixa que ajudasse na liberação de recursos para o VLT de Cuiabá e Várzea Grande

Política  🚄

A reportagem trata da investigação que culminou com afastamento de Roberto Derziê e outros três vice-presidentes da Caixa Econômica. A investigação aponta o vice-presidente afastado da CEF como pessoa próxima a Temer e outras lideranças do PMDB, como Geddel Vieira Lima e Moreira Franco.

Folhamax - RF
foto - ilustração/arquivo
O presidente da República, Michel Temer (PMDB), solicitou ao vice-presidente afastado da Caixa Econômica Federal, Roberto Derziê, que ajudasse o governador Pedro Taques (PSDB) a retomar a obra do VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) em Cuiabá e Várzea Grande. A informação consta em reportagem do jornal Estadão.
A reportagem trata da investigação que culminou com afastamento de Roberto Derziê e outros três vice-presidentes da Caixa Econômica. A investigação aponta o vice-presidente afastado da CEF como pessoa próxima a Temer e outras lideranças do PMDB, como Geddel Vieira Lima e Moreira Franco.
Na reportagem, Derziê afirma que esteve no Palácio do Jaburu, residência oficial do vice-presidente da República, por algumas vezes para tratar de liberação de emendas parlamentares. Numa dessas reuniões, o peemedebista pediu apoio para a liberação de recursos para as obras.
Segundo o executivo da Caixa, ele avisou Taques sobre a inviabilidade da operação, uma vez que o Estado não tinha garantias a oferecer.

Afastamentos
Temer determinou que a Caixa afastasse quatro VPs, entre eles Derziê, na terça-feira, 16. A ordem foi dada após divulgação da recomendação do Banco Central pelo afastamento e do ofício dos procuradores da Greenfield à procuradora-geral da República, Raquel Dodge, endereçado ao presidente Temer. No documento, os investigadores alertavam que Temer poderia ser responsabilizado por futuros crimes cometidos pelos VPs da Caixa a partir do dia 26 de fevereiro, prazo final dado pelo MPF para que o Planalto afastasses os executivos.
Tanto a recomendação do BC como o ofício dos procuradores da Greenfield se baseiam no relatório produzido pelo Pinheiro Neto. O documento afirma que foram encontrados “documentos que podem indicar, pelo menos, o atendimento de pedidos ou o fornecimento de informações de operações em trâmite na CEF, por parte de Roberto Derziê de Sant’Anna, a Moreira Franco e a Michel Temer”;
Sobre a relação de Derziê com Temer aventada por matérias jornalísticas, diz o relatório, “aparentemente, essa informação pode ter algum grau de veracidade, considerando a relação de Roberto Derziê de Sant’Anna com Moreira Franco” e o fato dele “ter sido convidado para ser Secretário Executivo de Relações Institucionais da Presidência da República quando o Presidente Michel Temer assumiu o governo”.
O Estado mostrou que a investigação contratada pela Caixa detectou casos de influência política no banco em ao menos quatro vice-presidências. O vice-presidente de Operações Corporativas Roberto Derziê de Sant’Anna também aparece na investigação interna por conta da citação de Joesley Batista, em seu acordo de colaboração, de que ele estaria envolvido no “recebimento de pagamentos indevidos”.
Segundo o pedido de afastamento do MPF, troca de mensagens entre Cunha e Geddel apontam Derziê como intermediador de interesses de Henrique Constantino, dono do grupo Gol, na Caixa. Sobre suas relações políticas, o MPF cita sua proximidade com o ministro da Secretaria de Governo, Moreira Franco. O ministro de Michel Temer teria solicitado, diz o MPF, “informações relativas a status de operações em trâmite na CEF”.
Fonte - Revista Ferroviária  17/01/2018

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