Os sindicatos avaliaram que estava impossível dar continuidade às negociações salariais, alegando que os empresários só propunham redução dos direitos conquistados nos últimos anos pela categoria.Entre as propostas dos empresários estão: o fim dos 45 dias de estabilidade, sem demissões, após a data base da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT); o fim do pagamento das horas extras, sugerindo a criação do “banco de horas”; o fim do pagamento das “horas in tinere”, que são as horas gastas no trajeto para o trabalho quando não há transporte público para o estabelecimento; e a classe patronal sugere ainda que os trabalhadores passem a arcar com as despesas do transporte para o local de trabalho.
Brasil de Fato - RA
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Segundo os agricultores, os patrões estão querendo retirar as conquistas das convenções coletivas. Entre as propostas dos empresários estão: o fim dos 45 dias de estabilidade, sem demissões, após a data base da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT); o fim do pagamento das horas extras, sugerindo a criação do “banco de horas”; o fim do pagamento das “horas in tinere”, que são as horas gastas no trajeto para o trabalho quando não há transporte público para o estabelecimento; e a classe patronal sugere ainda que os trabalhadores passem a arcar com as despesas do transporte para o local de trabalho. As negociações da campanha salarial tiveram início em janeiro.
Após seis reuniões com a classe patronal, os sindicatos realizaram nova escuta da categoria em seus locais de trabalho, informando a proposta dos empresários. No dia 8, durante uma visita à empresa de hortifruti Shimabukuro, a dirigente sindical Simone Paim, do STR Petrolina, foi agredida verbal e fisicamente em frente aos trabalhadores. A agressora, a empresária chinesa Mikiko Koshiama Shimabukuro, foi denunciada ao Ministério Público do Trabalho (MPT).
Os trabalhadores decidiram, no dia 14, deflagrar a greve, que teve início após o prazo legal de 48 horas. As negociações foram conduzidas pelos Sindicatos dos Trabalhadores Rurais (STRs) de Petrolina, Santa Maria da Boa Vista, Lagoa Grande, Inajá e Belém do São Francisco, em Pernambuco, pelos STRs de mais cinco cidades da Bahia; pelas federações de trabalhadores assalariados rurais de Pernambuco (Fetaepe), trabalhadores na agricultura de Pernambuco (FETAPE) e da Bahia (FETAG).
Os trabalhadores reivindicam piso salarial unificado em R$ 987,00, cesta básica e um reajuste de 10% para os que recebem salário acima do piso. O diretor de política salarial da FETAPE, Gilvan José Antunes, afirma que “os empresários não reconhecem que os milhares trabalhadores e trabalhadoras assalariados da hortifruticultura têm contribuído diretamente para o desenvolvimento da região do Vale do São Francisco”. Antunes reclama que o patronato continua apresentando propostas que ameaçam os direitos da categoria. “A negociação da campanha salarial está travada, por isso é importante a deflagração da greve. Não podemos aceitar retrocessos. Se os patrões mudarem a posição, a categoria estará aberta ao diálogo”.
Fonte - Revista Amazônia 21/02/2017
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