quinta-feira, 29 de setembro de 2016

EUA iniciaram uma guerra não declarada contra os BRICS?

Política

O conflito entre os EUA e os BRICS iniciou-se ainda alguns anos atrás. Washington temia a influência crescente do bloco dos cinco países e, pelo que se viu, os EUA não ficaram de braços cruzados, disse ao serviço russo da Rádio Sputnik o especialista russo Ilya Kharlamov.

Sputnik
foto - ilustração/arquivo
Às vezes especialistas norte-americanos são bastante sinceros nas suas declarações sobre a intenção dos EUA de manter o domínio global. Especialmente aqueles que vivem fora dos EUA. Um deles publicou um texto em que afirma que a primeira etapa de destruição do bloco BRICS já se iniciou. Na sua opinião, este grupo é o que coloca maior ameaça à hegemonia econômica norte-americana, hegemonia que Washington e o mundo de negócios leal aos EUA estão prontos a defender por todos os meios possíveis, inclusive de armas na mão. Trata-se principalmente do Brasil. Foi o Brasil que tentou enfrentar os oligarcas ocidentais no mercado energético brasileiro, mas perdeu esta luta. Washington usou o seu "método de mudança de governos" ligado ao habitual tema da corrupção. Por exemplo, este mesmo método foi usados na Ucrânia e em outros países. Há tentativas de manipular as pessoas e de provocar protestos em contextos de situação econômica desfavorável, nos países onde o problema da corrupção pode servir de rastilho.
Na opinião do analista russo Ilya Kharlamov, este cenário foi muito eficaz no caso do Brasil. A ex-presidente do Brasil foi afastada depois de uma campanha para manchar a sua imagem. Michel Temer, destacou o especialista, foi informador da Agência Central de Inteligência (CIA), segundo as informações do portal WikiLeaks. O novo líder brasileiro já anunciou a venda dos ativos petroleiros do Estado, que podem ir parar às mãos dos que não estavam satisfeitos com Dilma. Uma outra coisa interessante é que foram as agências de rating norte-americanas que prestaram a maior atenção ao fato de o país estar numa situação econômica muito grave.
É o que o Brasil vinha consolidando gradualmente a sua soberania e a sua influência, inclusive no quadro do BRICS. O novo bloco transformou-se em um novo centro de poder, o que não agrada de maneira nenhuma aos EUA. A competição entre os BRICS e os EUA começou ainda alguns anos atrás quando, por exemplo, os países dos BRICS começaram a discutir o problema de desigualdade de quotas no Fundo Monetário Internacional (FMI) entre os países ocidentais e o resto do mundo.
O apetite dos EUA estende-se também para outros países da América Latina, inclusive à Venezuela, que desenvolve de forma ativa relações com a Rússia. O presidente deste país fala abertamente sobre conspirações organizadas pelos EUA. Agora o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, declarou mesmo o seu desejo de desenvolver boas relações com os EUA, o que aconteceu no meio das discussões sobre o referendo e sobre a saída de Maduro do poder. A tentativa de neutralizar a influência dos BRICS tornou-se uma tendência política estável. No contexto das ambições globais podemos lembrar também a Europa, o Oriente Médio e a África do Norte, afirmou Kharlamov. Com certeza, os EUA não conseguem fazer tudo o que querem. Este é o maior perigo para os EUA, que podem não ter capacidade suficiente para manter os seus apetites geopolíticos, como aconteceu no caso do o Império Otomano, que se estendia dos países Balcânicos até a Ásia Central e da Crimeia até Marrocos. No início do século XX esta construção gigantesca desintegrou-se. Quem sabe se o mesmo não pode acontecer aos EUA se estes não desistirem das suas ambições?
Fonte - Sputnik  29/09/2016

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