segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Uso de bicicletas para transporte em Salvador é fato isolado

Mobilidade/Bicicletas

A região compreendida entre a praça Castro Alves e o bairro do Rio Vermelho,é uma ilha dentro do sistema de compartilhamento de bicicletas Salvador. Essa conclusão,emitida pelos pesquisadores,é baseada em dados trazidos por eles no levantamento feito pela Cebrap.

Yuri Silva - A Tarde
foto - ilustração/Wikimedia
A região do centro da capital baiana - entre a praça Castro Alves e o bairro do Rio Vermelho - é uma ilha dentro do sistema de compartilhamento de bicicletas Salvador Vai de Bike, mantido pela prefeitura em parceria com um banco privado.
Essa área é a única da cidade em que as bikes 'laranjinhas' são utilizadas para locomoção dos usuários, de acordo com a edição de 2016 de uma pesquisa anual feita pelo Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap) sob encomenda da instituição financeira.
Essa conclusão, emitida pelos pesquisadores, é baseada em dados trazidos por eles no levantamento. Um deles, por exemplo, indica que 68% das bicicletas retiradas na estação da Universidade Federal da Bahia (Ufba), em Ondina, foram devolvidas na Barra.
Já a estação do Campo Grande, segundo a pesquisa, recebe viagens majoritariamente oriundas de áreas como praça da Piedade, Fórum Ruy Barbosa (em Nazaré) e largo da Vitória.
Integrante do projeto que implementou as ciclorrotas em São Paulo, o mestre em sociologia e pesquisador do Cebrap Victor Callil explica que viagens mais curtas indicam a utilização do sistema para deslocamento entre dois pontos. Esse comportamento, segundo a pesquisa da entidade, pode ser verificado justamente em áreas como Barra, centro e Ufba.
Em outras regiões da cidade, principalmente na orla marítima, o principal uso do sistema continua sendo "para passeio e o lazer", analisa Victor Callil. "Há alguns sinais positivos, como a queda no número de usuários que devolvem a bike na mesma estação, que foi de 35% para 30% em 2016, mas o sistema de Salvador continua sendo muito usado para lazer", afirma.

Problemas

Adepta dos pedais desde sempre, a professora Vanessa Damásio, 30, faz parte do público que aproveita o compartilhamento das bicicletas laranjas para se locomover pela cidade.
Moradora do bairro da Graça, ela costuma pedalar nas 'magrelas' para ir trabalhar, em Nazaré. "Às vezes também uso muito para ir até a praça da Piedade, quando preciso fazer algo", afirma Damásio, que recuperou o hábito de andar de bicicleta após o lançamento do programa de compartilhamento da prefeitura.
"Eu tinha bicicleta, mas fui roubada e parei de usar. Só voltei quando a prefeitura lançou o Salvador Vai de Bike", lembra a professora, reclamando, porém, da dificuldade para se locomover no sistema. A quantidade reduzida de bicicletas é o principal problema encontrado, segundo ela. "Acho o sistema meio 'mangueado' para se transportar. Tem poucas bicicletas, encontramos estações vazias", relata.
Essa situação, segundo especialistas ouvidos pela equipe de reportagem de A TARDE, se dá por causa do baixo número de estações próximas umas às outras.
Eles afirmam que a compactação das bases de retirada e devolução das bikes dá segurança para que o usuário use o sistema como transporte, pois assim o passageiro não corre risco de não encontrar local para devolver o equipamento
Fonte - A Tarde 25/09/2016

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