Cristina Kirchner revelou que vai enviar ao Congresso um projeto de lei para reestatizar as ferrovias."Hoje é o dia do ferroviário. E vou enviar a esta Casa um projeto de lei para se recuperar, por parte do estado, todas as ferrovias argentinas", anunciou.
Valor Econômico
Opera Mundi |
"Hoje é o dia do ferroviário. E vou enviar a esta Casa um projeto de lei para se recuperar, por parte do estado, todas as ferrovias argentinas", anunciou. "Não sou movida por nenhum afã estatista (...). A economia (com a reestatização) será de US$ 415 milhões", disse aos parlamentares e autoridades reunidos no Congresso.
Caso Nisman
Pela primeira vez, Cristina comentou a morte do promotor Alberto Nisman, que foi encontrado sem vida em seu apartamento dias depois de apresentar uma denúncia contra a presidente e outros integrantes do governo por suposto acobertamento dos responsáveis por um atentado à sede da Associação Mutual Israelita Argentina (AMIA) em julho de 1994. "Lamento sua morte assim como lamento a morte de qualquer argentino, de qualquer ser humano", afirmou. Ela tocou no assunto quando o discurso já passava de três horas e alguns deputados colocaram cartazes em suas mesas pedindo-lhe que falasse do caso.
"Não preciso de cartaz para falar da AMIA. Disso eu falo desde 1994, pedindo justiça", disse a presidente. "Passaram-se 21 anos e não temos nem um condenado sequer, nem um preso sequer (...) A AMIA não explodiu no nosso governo, explodiu há 21 anos. Há 21 anos os familiares pedem justiça", afirmou, irritada. Nesse contexto, criticou a Corte Suprema pelo atraso no julgamento do caso. "Se há demora, olhem para outro lado, não para este."
A denúncia encaminhada pelo promotor Nisman foi aceita por seu sucessor, Gerardo Pollicita, mas foi posteriormente afastada pelo juiz federal Daniel Rafecas. O magistrado disse não ter encontrado provas de que Cristina tenha cometido algum crime.
China
O discurso de Cristina durou 3 horas e 45 minutos, um recorde para suas falas de abertura do Legislativo. Ela rememorou os feitos de seu governo e do presidente anterior - seu marido, Nestor Kirchner, já falecido. Em um momento, defendeu os acordos comerciais fechados recentemente com a China. "Dentro de cinco anos, a China vai se tornar o ator econômico mais importante. Se a vida toda nos disseram que tínhamos de ter relações carnais com aqueles que não nos dão nada e nos tiram tudo, por que não podemos ter relações normais, comuns, diplomáticas, econômicas e estratégicas com aqueles que querem vir e investir?"
A presidente alfinetou a oposição e a União Industrial Argentina, que já manifestaram preocupação com a possibilidade de os acordos afetarem o emprego e o controle de obras no país. "Não se pode ser tão estúpido, tão subordinado, tão pequeno de cabeça e de neurônios. Por favor, para onde os chineses vão vir? Que medo têm deles?", questionou. "Não se pode tapar o sol com a mão. Quantos de vocês compram de mercados chineses? O que vamos fazer? Ignorá-los?".
Fonte - Revista Ferroviária 01/03/2015
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