Energia
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – Desenvolver uma infraestrutura de grande porte para a exploração de petróleo na camada pré-sal é um dos desafios postos à Petrobras, que completa hoje (3) 60 anos de existência. A avaliação é de Segen Farid Estefen, diretor de Tecnologia e Inovação do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
“Ela está em uma caminhada que envolve não só a melhoria de alguns processos, como perfuração, escoamento do óleo e, principalmente, do gás do pré-sal para a terra, como também, a estrutura das plataformas”, ressaltou o diretor da Coppe.
Segen Farid destacou que vários estaleiros estão desenvolvendo atividades de construção naval e de plataformas offshore (para exploração em alto-mar) para atender aos requisitos do pré-sal. Paralelamente, as sondas de perfuração completam o processo de exploração do pré-sal.
“Nós estamos vivendo uma fase de muito desenvolvimento em termos de infraestrutura”. Os resultados só vão aparecer quando a produção de petróleo no pré-sal for iniciada”, o que ele estima que ocorrerá daqui a três ou quatro anos. Farid ressaltou que só a partir de 2019 ou 2020 o país terá um substancial aumento na produção de petróleo. “Então, eu diria que a Petrobras tem, no seu DNA, o desafio da tecnologia”.
Entre todas as inovações tecnológicas que poderão levar a Petrobras a dominar a tecnologia do pré-sal, como já domina a de águas profundas, O diretor destacou o tratamento do gás carbônico, projeto coordenado pela Coppe em parceria com a estatal, que qualificou de “emblemático e primordial”.
No pré-sal, muitos reservatórios têm dióxido de carbono juntamente com óleo e gás. Esse é um gás danoso ao meio ambiente na medida em que contribui para o aumento da temperatura na Terra. Farid disse que a separação desse gás e sua eventual reinjeção no reservatório evitaria o efeito prejudicial do gás carbônico, incluindo problemas corrosivos para as tubulações que o transportam. Sendo reinjetado, ele pode aumentar a pressão do reservatório e melhorar o desempenho na produção de petróleo.
O pré-sal é uma nova fronteira, assegurou Farid, porque envolve grandes profundidades, isto é, abaixo de 2 mil metros, grande afastamento da costa, da ordem de 300 quilômetros, além de o caminho para se atingir o reservatório apresentar uma camada de sal significativa que pode chegar a 2 quilômetros de extensão. Todo esse conjunto faz com que a exploração de petróleo e gás no pré-sal seja algo emblemático.
Fonte - Agência Brasil 03/10/2013
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