terça-feira, 3 de outubro de 2017

Nem chuva atrapalha manifestação no Rio contra venda da Eletrobras

Política  👀

Organizada pelo Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas, e com o apoio de diversas entidades, o dia foi de manifestações também em todo o país.No Rio, a manifestação ocorreu em frente à sede da Eletrobras, na Avenida Presidente Vargas, esquina da Avenida Rio Branco, de onde os manifestantes saíram em caminhada até a Cinelândia.

Sputnik
foto - Mario Russo/Sputnik
Mais de 3 mil pessoas participam nesta terça-feira, no Centro do Rio, de manifestação contra a privatização do sistema Eletrobras. Organizada pelo Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas, e com o apoio de diversas entidades, o dia foi de manifestações também em todo o país.
No Rio, a manifestação ocorreu em frente à sede da Eletrobras, na Avenida Presidente Vargas, esquina da Avenida Rio Branco, de onde os manifestantes saíram em caminhada até a Cinelândia. Durante o percurso, sindicalistas explicavam à população que a venda do sistema vai acarretar grande prejuízo para os consumidores, que sofrerão grandes reajustes em suas contas de luz. Sindicalistas afirmam também que a privatização do sistema terá impacto social, na medida em que será comprometido o serviço, principalmente nas localidades mais remotas do interior do país.
O sistema Eletrobras é formado por 16 subsidiárias, incluindo usinas elétricas e empresas de transmissão. O processo desenhado pelo governo prevê a venda de todo o sistema, menos as usinas atômicas de Angra 1 e Angra 2 e a Hidrelétrica Binacional de Itaipu com o Paraguai. Mesmo do ponto de vista financeiro, os funcionários da Eletrobras garantem que a venda não se justifica. A empresa fechou 2016 com lucro líquido de R$ 3,4 bilhões e tem plano de investimento de R$ 35,8 bilhões até 2021.
A Sputnik Brasil ouviu com exclusividade Emanoel Mendes, diretor do Sindicato dos Eletricitários do Estado do Rio de Janeiro, que se mostra visivelmente contrário a venda do sistema, apesar do aceno, feito pela equipe econômica, de que o governo pode manter uma participação de até 30% nas empresas privatizadas.
"A sociedade só tem a perder. Privatizar a Eletrobras significa que a sociedade perderá duas vezes, porque terá reajustes abusivos na conta de energia. As usinas que vendem energia para as empresas revenderem cobram R$ 40 por megawatt/hora, enquanto as empresas privadas repassam para o consumidor a R$ 200", dispara o sindicalista, lembrando que todo o sistema Eletrobras tem hoje entre 21 mil e 22 mil trabalhadores em todo o território e que, dentro do processo de reestruturação que atravessa, está enxuta no momento.
Mendes diz que só as distribuidoras do Norte do país, como a Cepisa, Ceron, têm cerca de seis mil funcionários, e prestam um importante serviço social para a região, que não interessa ao capital privado. Elas não dão lucro, por isso nenhum empresário quer comprar.
"O que o governo diz que vai reajustar a conta de luz daquelas distribuidoras em mais ou menos 64% para que ela seja atrativa ao capital privado. Se acontecer isso, aquelas regiões mais do interior do Norte, Nordeste certamente não terão energia elétrica em suas casas. O governo quer vender a Eletrobras por R$ 20 bilhões, quando o patrimônio do sistema como um todo vale R$ 400 bilhões", desabafa Mendes.
Fonte - Sputnik  03/10/2017

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado pela sua visita, ajude-nos na divulgação desse Blog
Cidadania não é só um estado de direito é também um estado de espírito