"A RZD possui uma grande experiência na operação de Ferrovias e o seu ingresso no Brasil seria muito positivo. A empresa conhece todo o negócio porque detém o monopólio da complexa e grandiosa operação na Rússia, onde a maior parte do transporte de carga é realizada por trens. Mas ela precisa de um parceiro privado local, que conheça bem a legislação do país, para que possa participar do programa"
Brasil Econômico
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"A RZD possui uma grande experiência na operação de Ferrovias e o seu ingresso no Brasil seria muito positivo. A empresa conhece todo o negócio porque detém o monopólio da complexa e grandiosa operação na Rússia, onde a maior parte do transporte de carga é realizada por trens. Mas ela precisa de um parceiro privado local, que conheça bem a legislação do país, para que possa participar do programa", afirmou uma fonte que acompanha as negociações com o governo brasileiro, sob condição de anonimato.
Na semana passada, a comitiva, integrada por 10 executivos além do vice-ministro russo, visitou, separadamente, o ministro dos Transportes, César Borges, e o presidente da Empresa de Planejamento e Logística ( EPL), Paulo Sérgio Passos. Em ambas as conversas os russos deixaram claras suas intenções de investir no país e a busca por um parceiro local, e esclareceram dúvidas acerca do programa de concessões de Ferrovias. De Borges, a comitiva ouviu que a expertise deles é bem-vinda ao país e que o Brasil teria muito o que aprender com o modelo russo.
Na EPL, o vice-ministro Alexey Likhachev confirmou que a Rússia tem interesse em investir no Brasil e transferir experiência e tecnologia de suas Ferrovias. Após receberem de Passos a explicação de que o programa de investimentos em ferrovias é um novo modelo de construção e exploração em que o governo brasileiro conta coma parceria da iniciativa privada,também receberam uma ceno positivo. "O Brasil é uma economia de mercado e aqueles que acreditam ter condições de investir no país serão bem vindos", disse o presidente da EPL.
Adotando uma postura de agressiva expansão mundial, os russos chegaram em 2012 à posição de terceira maior companhia de transporte do mundo.Na estratégia de desenvolvimento do transporte da Rússia até 2030, está prevista uma profunda integração com os sistemas de transporte russo e asiáticos. A empresa é referência na região e até mesmo para levar mantimentos ao Afeganistão, após a guerra, os países aliados recorreram à RZD.
Recentemente, a empresa foi alvo de polêmica, após o presidente da JSC Russian Railways, Vladimir Yakunin, ter sido incluído na "lista negra" de sanções dos Estados Unidos, por conta das tensões na Ucrânia. Yakunin é um ex-oficial da KGB e amigo pessoal do presidente russo, Vladimir Putin desde 1990. Além da JSC Russian Railways, ele preside a União Internacional de Ferrovias (UIC). Sob o comando dele, o governo russo realiza investimentos de US$ 30 bilhões ao ano desde 2008. Diplomata de carreira, representou a Rússia em Bruxelas. Considerado integrante do fechado "círculo de São Petersburgo", é cotado como um possível substituto para Putin na Presidência.
Após a operadora ucraniana de Ferrovias ter suspendido a venda de bilhetes nacionais e internacionais para a Crimeia, foi divulgado que a JSC Russian Railways também interromperia o tráfego entre a Ucrânia e a Rússia, mas a companhia desmentiu que adotaria a medida.
A JSC Russian Railways detém o monopólio do Transporte Ferroviário da Rússia mas, no Brasil, precisará de um parceiro nacional para participar do processo de concessões, através de sua subsidiária RZD.
Fonte - Revista Ferroviária 16/04/2014
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